Por: Marinalva
Freire da Silva
Palavras iniciais
Humberto de Campos Veras, filho
de Joaquim Gomes de Faria Veras (pequeno
comerciante) e Ana de Campos Veras, nasceu no município de Miritiba, no
Maranhão, no dia 25 de outubro de 1886 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 05 de
dezembro de 1934, ainda jovem, aos 48 anos de idade. Após seu falecimento, o
município, seu berço natal, recebeu seu nome, como um ajusta homenagem ao
ilustre filho autodidata, pois foi jornalista, poeta, contista, político,
prosador, memorialista, inspetor de ensino, diretor da Casa de Ruy Barbosa.
Trajetória de vida
De
origem humilde, sem meios de sobrevivência, quando seu pai faleceu, Humberto de
Campos, aos seus anos de idade (1892), foi levado pela família para São Luís,
em busca de sobrevivência. Aos 17 anos (1903), foi morar no Pará onde conseguiu
um trabalho.
Foi aprendiz de tipógrafo e
depois, escriturário, iniciando-se no jornalismo como colaborador e redator na
“Folha do Norte” (1908) em Belém do Pará; chegou a ser diretor de “Província do Pará” . Aos 24
anos (1910), publica seu primeiro livro, uma coletânea de versos intitulada “Poeira”.
Fatores políticos levaram-no a mudar-se
para o Rio de Janeiro, aos 26 anos de idade (1912). Ali chegando, foi
convidado para trabalhar como redator de “O Imparcial”. (SENA, Flash de Yala. Cidade
verde.In
www.biblio.com.br/conteudo/humbertodecampos/moldura.obras.htm.
Acessado em 24/6/2013).
Nessa época trabalhava como
redatores ou colaboradores um grupo de escritores famosos, entre os quais,
Goulart de Andrade, Rui Barbosa, José Veríssimo, Júlia Lopes de Almeida,
Salvador de Mendonça e Vicente de Carvalho, além de Júlio Ribeiro, crítico
literário e José Eduardo de Macedo Soares, grande revolucionário da campanha de
civilista. Humberto de Campos foi um fiel seguidor do Movimento civilista, para
o que adotou o pseudônimo de Conselheiro XX, e com este, assinava seus contos e
crônicas, hoje, reunidos em vários volumes. Passou a usar também outros pseudônimos: Almirante Justino Ribas, Luís
Phoca, João Caetano, Giovani Morelli, Batu-Allah, Micromegas e Hélios.
(MAGALHÃES Jr., R. Antologia de humorismo e sátira. In Releituras.com/hdecampos_menu.asp.,Acessado
em 24 de Junho de 2103).
Inicia
a longa série de publicações em prosa , tendo como estréia “Da seara de Booz”
(1918). Prosseguindo, publica “A serpente de bronze” (1921), “A bacia de
Pilatos” (1924), “ O monstro e outros contos”(1932) , “Poesias completas”
(1933) e Suas “Memórias” (1933),considerada a obra mais importante, embora
ficasse inacaba a segunda parte, sendo publicada postumamente. Tinha um Diário
secreto, que foi publicado em 1954, causando escândalo à sociedade. (In http://antoniomiranda.com.br/poesia/maranhao/humberto-_de_campos.htm.
Acessado em 24/6/2013).
Humberto
de Campos Veras tem o privilégio da amizade de Coelho Neto, Emílio de Menezes e
Olavo Bilac, poetas parnasianos. Aos 34 anos (1920), é eleito membro efetivo da
Academia Brasileira de Letras, assumindo a cadeira nº 20, deixada por Emílio de
Menezes, cujo patrono é Joaquim Manuel
de Macedo, sendo empossado no dia 08 de maio de 1920, sendo saudado pelo
acadêmico Luís Murat. Em 1920 ingressa na política, sendo eleito deputado
federal por seu estado, Maranhão, com três mandatos sucessivos, até 1939,
quando eclode a Revolução, sendo cassado. Mas, Getúlio Vargas, seu grande
admirador, nomeia-o diretor da Casa Ruy Barbosa. Apesar de pouco estudo, foi um
dos grandes autores brasileiros, pois inovou as crônicas adicionando ao estilo
novos elementos. Ao adoecer, passou a utilizar um estilo mordaz e cômico,
passando a defender os excluídos de quem encontra consolo. (In http://www.
Alemdoarcoiris.com/biografias/Humberto_campos.htm.
Acessado em 24 de junho de 2013).
Abandonado
por parentes e antigos amigos poderosos, enfrenta sérias dificuldades financeiras,
submete-se a várias cirurgias, perde a visão e, desta forma, parte para o além,
deixando perplexo o meio em que vivia, principalmente quando da publicação de
seu diário secreto, que, a meu ver, não deveria ter sido publicado porque,
creio, teve razões para desabar e, quem sabe, se tivesse tempo de viver e refletir seus escritos em momentos de
abandono, dor, solidão, o tivesse
destruísse, pois não vale a pena a imortalidade com atitudes que denigrem a
alma porque ferem o próximo.
MARINALVA FREIRE DA SILVA
Licenciada em Letras Clássicas e
Vernáculas e Pedagogia pela UFPB. Mestre em Letras -PUC do Paraná; Doutorado em
Filologia Românica-Universidade Complutense de Madrid; Professora da UFPB e
UEPB (aposentada). Tradutora. Membro da APEEPB; APEESP; IWA,/OHIO,USA; da
Academia de Estudos Literários e Linguísticos
de Anápolis/GO; da UBE/PB ,da
AFLAP/PB e da ALAP-RJ. Autora de várias obras.
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
José Romero Araújo Cardoso
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