Por:Emerson Monteiro
Honório
Correia Lima
Dentre os
filhos de Fideralina, Honório Correia Lima sofreria consequências danosas em
face da iniciativa de fazer oposição aos caprichos políticos de sua mãe, sendo
destituído da Intendência de Lavras a 26 de novembro de 1907. Chegara a
deputado estadual. E, em Fortaleza, por graça da aproximação com o Presidente
da Província, seria nomeado ao cargo máximo de Lavras, já este ocupado por
Manuel José de Barros, de confiança da genitora.
Magoada,
Fideralina Augusto quis demover Honório da pretensão, no que desmereceu
atendimento. Os dois, com isso, mantiveram diálogos inflamados e sem
alternativas positivas. Contam até que Honório miraria rifle na direção da
matriarca num momento acirrado.
Manoel Severo
e Emerson Monteiro no Sítio Tatu, emblemática fazenda do clã dos Augusto,
durante o Cariri Cangaço Lavras 2013 !
Isto tudo
geraria, da parte da mãe mobilização dos jagunços para tomar no pulso a
municipalidade de que o filho se investira, conforme narra a crônica.
Determinaria, na ocasião, que os cabras, no entanto, não o molestassem, sob
pena da própria morte de quem assim o fizesse.
Das
escaramuças, que envolveram a influência também de outros coronéis da região do
Cariri, à frente do mando de Lavras restou o meu bisavô, Gustavo Augusto Lima,
que também viria a ser deputado estadual, e adiante, no ano de 1911, pereceria
vítima de atentado em Fortaleza, no pleno exercício do mandato.
Passada a
destituição de Honório, este demoraria algum tempo em Fortaleza, mas retornaria
à Região, quando, desde o município de Caririaçu, planejaria nova batalha pelo
poder em Lavras, no episódio da invasão da cidade pelo caudilho Quinco Vasques,
sem, entretanto, obter êxito.
O andamento
dos acontecimentos levaria de volta a família de Honório a Fortaleza, longe dos
vínculos troncos originais. A sede do feudo, o Sítio Tatu, onde, inclusive,
Fideralina vivera e terminara seus dias em 1919, caberia na partilha dos bens
ao filho Gustavo Lima e, posteriormente, aos meus avós, ambos descendentes
direto da família.
Emerson
Monteiro e Múcio Procópio na casa de D. Fideralina no Cariri Cangaço Lavras da
Mangabeira 2013
Hoje, algumas
versões que circularam a propósito das atitudes de Fideralina Augusto
demonstram as marcas dessa querela a evidenciar o tanto das desavenças internas
do clã, no passado. Existem libelos viperinos e maldosos que pintam de
terríveis crueldades gratuitas à imagem da lendária cidadã, pondo-a no rol dos
títeres mais sanguinários, com acusações à posteridade dos descendentes,
impedidos de defesa dados os elementos insuficientes desfeitos na poeira dos
tempos. Textos e livros escritos lá fora, alguns no Sudeste, descrevem os
incidentes de Lavras da Mangabeira e a participação dos Augustos assacados de
modo impiedoso, lançando doses de terror sobre os atos D. Fideralina a ponto de
lhe assimilar as práticas individuais à dos piores facínoras.
Contudo, persiste
dúvida quanto à veracidade das tais narrações históricas e do que as ocasionou,
sem o testemunho da fidelidade ou frutos, tão só, da inclemência dessas lutas
de poder, a considerar quanto carecem de elementos consistentes aos documentos
distantes, nas ocorrências antigas. À impessoalidade dos séculos, portanto,
igualmente caberá a palavra conclusiva da verdadeira justiça.
Emerson
Monteiro
http://monteiroemerson.blogspot.com.br/2013/03/a-linhagem-de-honorio.html
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Mendes, tive a oportunidade de assistir e gravar vídeos sobre Dona Fideralina Augusto e pude vê-la como uma das mulheres mais destemidas deste nosso Nordeste. Foi uma verdadeira Coronela. Mulher do seu tempo e da política do Sertão dos coronéis e que, preparou grandes homens - seus filhos e outros descendentes na continuidade da política.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio Oliveira