Por Antonio
Morais
Mesmo sem
causar muitas desordens, a presença do grupo não foi muito simpática ao Cel.
Pedro Xavier, apesar de Lampião considerá-lo amigo e respeitá-lo nos seus
pagos.
Homem sério,
decidido, cuja mentalidade formada na velha tempera de homem do sertão, avesso
ao desrespeito a pessoa humana, não gostou das pilherias e gracejos de alguns
cabras do grupo, dirigidos as senhoras e moças do lugar. Decorridos poucos dias
da visita de Lampião, o Cel. Pedro Xavier mandou-lhe um recado macho:
" - Não volte
a Ipueira, do contrário será recebido a bala".
O chefe supremo dos bandoleiros
nordestinos não se fez de rogado e mandou-lhe a resposta em cima da bucha:
" - Quando passei por Ipueira, respeitei você e sua gente, agora, com seu recado
atrevido, a coisa vai mudar, prepare-se porque vai ter choro".
Com o recado
de Lampião, o Cel. Pedro Xavier tratou de reunir filhos, parentes e amigos para
o esperado encontro com os cabras de Virgulino. Recrutando homens e efetuando
compras de armas e munições, em larga escala, a família Xavier passou dois
longos e martirizastes anos de espera. Expectativa dura, afirma Dezinho, no seu dramático relato. Nenhuma notícia do grupo. Até pareceu, afirma Dezinho, que Lampião havia esquecido a promessa de voltar a Ipueira.
Os homens aglutinados
foram cuidar de outros afazeres, noutras terras. Pouca gente ficou, a não ser
os filhos, os parentes mais próximos do Cel. Xavier.
CONTINUA...
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