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sexta-feira, 29 de maio de 2015

SOBRE BENEDITO VASCONCELOS...

Por Marcela Ferreira Lopes

As palavras fogem, nesse exato momento, para descrever e/ou até mesmo enfatizar a importância que o professor Benedito Vasconcelos Mendes tem na minha vida.  

Inicialmente, tive a oportunidade de conhecer o Benedito escritor através da leitura dos seus livros. Livros que em sua essência, falam da Região Nordeste, mais precisamente do sertão. Fui devidamente apresentada, ainda enquanto aluna do curso de Geografia do CFP/UFCG, por intermédio de José Romero de Araújo Cardoso, por quem possuo enorme gratidão pelas indicações das obras. Livros tais como: Reflexões sobre o Nordeste (2003), Arte e Cultura do Sertão (2009) e o último lançado recentemente Culinária Sertaneja (2015).  Em todos os seus escritos, percebem-se o grande amor, a grande consideração e o profundo entusiasmo que Benedito tem para com o Nordeste. Através das leituras tive e sempre vou ter a oportunidade de melhor compreender toda a dinâmica que envolve a civilização da seca: os entraves, dilemas e as variadas potencialidades que possui o território nordestino. Através do “olhar” de Benedito também tornei-me mais crítica, mais reflexiva, o que contribuiu enormemente para a minha formação, bem como para minha prática enquanto docente.  

É de tal grandeza esse amor ao semiárido que materializou-se na forma de Museu. Atualmente o Museu do Sertão, localizado na fazenda Rancho Verde, pode ser considerado, sem sombra de dúvida, como o maior museu do mundo em se tratando das temáticas culturais do semiárido. Impossível não se impressionar com prensas de cera de carnaúba, engenhos de rapadura e de aguardente, bolandeiras para descaroçar algodão, lamparinas e oratórios, os quais consistem em objetos que resguardam a cultura nordestina para as novas gerações. Uma infinidade de peças que enche os olhos dos visitantes de saudade, de nostalgia, de grandes recordações. Caminhar e observar cada canto constituem-se em verdadeira aula de História, fazendo um elo constante entre o passado e o presente. O museu é um trabalho de fôlego! Que só pessoas da índole do Professor Benedito, sabem conduzir na forma mais organizada e mais planejada que existem.

Benedito Vasconcelos Mendes

Concomitantemente, falar na pessoa de Benedito é também falar na pessoa de Susanna Goretti. Ser iluminado, altamente competente em tudo que faz. Dona de uma docilidade e de uma simpatia que contagiam a todos que estão ao redor. A receptividade é um traço marcante. Mulher altiva, perspicaz, caminhando lado a lado, apoiando Benedito em todos os momentos.  Não existe Museu do Sertão sem Benedito Vasconcelos e muito menos sem Susanna Goretti.

Benedito Vasconcelos Mendes, ser humano de primeira grandeza, simples, humilde, amigo presente nas horas boas e ruins. Tive a honra de conhecê-lo pessoalmente em 2014, quando pude comparecer a uma visita ao Museu. Dono de uma inteligência rara, de uma sensibilidade tamanha!  Homem de sorriso fácil. Percebi em seus olhos que fazia questão de apresentar cada lugar com profundo entusiasmo que contagiava a todos! Fiquei extremamente emocionada em ver na minha frente o autor dos livros dos quais mais gosto e que são minha grande referência quando se trata do Nordeste. Seus vastos conhecimentos são de incomensurável importância para todo o semiárido!

Benedito Vasconcelos Mendes é, de fato, uma das maiores autoridades quando o assunto é semiárido!     

Marcela Ferreira Lopes. Geógrafa-UFCG/CFP. Especialista em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária-UFCG/CCJS. Graduanda em Pedagogia-UFCG/CFP. Membro do grupo de pesquisa (FORPECS) na mesma instituição.

Marcela F. Lopes

Escrito na terra de Padre Rolim, Sertão da Paraíba.

Enviado pelo professor, escritor e pesquisador José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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