Por Raul Meneleu
Raul Meneleu e
Manoel Severo
A história do
cangaço é rica em acontecimentos que mostram que o sofrimento sempre estava em
maior quantidade nos braços da população sertaneja, perdidas nas pequenas
cidades, vilas e povoados do agreste nordestino, onde eram espremidos entre as
volantes e os cangaceiros, todos sedentos de sangue e mentes fartas de maldade.
Quando Lampião
andava pelo mundo, com certeza não tinha sido o Bom Deus dos Céus, que o tinha
colocado por aqui, e muito menos mandado Zé Rufino, o maior caçador
de cangaceiros com suas tropas, pois eram cobras e escorpiões, quando
enfezados, usavam de todo o poder de suas peçonhas para azucrinarem a vida do
sertanejo das caatingas.
Muitos
ocorridos terríveis foram obras das Volantes que em sua busca insana de matar e
cortar a cabeça de cangaceiros, desprezavam a lógica e quando entravam nos
povoados e cidadezinhas, faziam coisas piores que Lampião e seus facinorosos
companheiros.
Em um relato
de um desses malfeitos das Volante, temos o que se deu com a Volante de Zé
Rufino, onde temos o seguinte histórico em que estavam no rastro de Lampião e
seu bando, pega não pega, e o Rei dos Cangaceiros, sempre andando na frente e
sabendo dos passos da volante.
Estavam em
Sergipe, onde Lampião tinha total apoio e uma grande rede de coiteiros e
sentia-se muito a vontade nos coitos da região de Poço Redondo, Sergipe. Quem
nos oferece esse histórico, é Alcino Alves Costa, em capítulo de seu livro
"Mentiras e Mistérios de Angico" sob o título "Fogo da Laginha
na Lagoa do Domingo João"
Pois bem, Zé
Rufino em sua tenacidade, quando chegava nos locais que os cangaceiros haviam
se arranchado, só encontrava os restos de comida e pontas de cigarro, capim
deitado e amassado e isso fazia que ficasse cada vez mais desconfiado que tinha
gente na frente deles "avisano os cangacero".
Desanimados e
com raiva, entraram no povoado e aborrecidos encontram um idoso de nome
Trancolino, e o espancaram sem motivo nenhum, depois obrigaram dois rapazes a
fazerem uma corrida e o perdedor levou uma forte sova, e não se dando por
satisfeitos colocaram dois irmãos para brigarem, obrigando-os a esmurrarem-se e
como recompensa cada um levou uma bofetada de cada soldado da Volante.
Os habitantes
do povoado sem compreenderem essas absurdas atitudes em que Zé Rufino nada
fazia para para-los. Era assim naqueles tempos de aflição; de um lado os
cangaceiros, do outro as volantes, e imprensado estavam os sertanejos.
Raul Meneleu,
pesquisador
Aracaju-SE
Fonte-http://meneleu.blogspot.com.br/2016/03/cangaceiros-e-volantes-violencia-latente.html
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