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domingo, 3 de julho de 2016

LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO "O REI DO BAIÃO".


Foi numa Sexta-feira, 13 de dezembro de 1912, lá para as bandas do Exu, a 700 km de Recife, numa casa de barro batido, no Sítio Caiçara, nascia Luiz Gonzaga, o segundo filho de Ana Batista de Jesus (Dona Santana) e Januário José dos Santos.


A escolha do nome de Gonzaga, foi diferente dos oito irmãos, denominados: João, Joca, José, Severino,  Aluízio, Socorro, Geni e Chiquinha. Ele deveria se chamar Januário, sobrenome do pai, mas um fato impediu que isto acontecesse. Naquela madrugada de calor, Januário foi para o terreiro da casa, onde soprava o cantarino que vinha do sovaco da serra. Correu uma "zelação" pelo céu, estrela de luz cadente, o velho toma um susto. Santana dá a luz a e o marido desentaboca um tiro de garruncha para anunciar o nascimento do filho, é dia de Santa Luzia e mês que se comemora o nascimento de Cristo. Por nascer no dia 13 o pai dá o nome Luiz em homenagem ao santo do dia e durante o batizado por sugestão do vigário acrescenta-se ao nome Luiz o sobrenome Gonzaga para completar o nome do santo e, ainda, o sobrenome Nascimento por ser o mês do nascimento de Cristo. Aos sete anos de idade já pegava na enxada, nas horas de folga, ouvia com atenção os sons tirados da sanfona pelo pai, e com dez anos já animava sambas ao lado de Januário, em vários terreiros do Sertão do Araripe. 


Como todo adolescente, em suas diversões havia também os banhos de rio, as caçadas, os animados dias de feira e o sonho de um dia entrar para o bando de cangaceiros do capitão Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Assim cresceu o filho de Januário, agora sobre a proteção do fazendeiro Manoel Aires de Alencar. As filhas do patrão lhe ensinaram as primeiras letras, a falar corretamente e a comer com talheres.


Mais tarde com a ajuda do Senhor Aires, Luiz consegue comprar sua primeira sanfona da marca Veado em Ouricuri-PE. Dia 06 de junho de 1989 às 22:00 horas, pálido numa cadeira de rodas, ao lado da mulher Edelzuita e do médico particular Paulo Almeida, Gonzaga vestido a caráter, de chapéu de couro e gibão, chega ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, para o último show da sua carreira, cansado e com progressiva perda de memória, já não lembrava se quer de "Asa Branca" um dos primeiros sucessos. Mas era visível naquele momento, a preocupação dele em falar, expressar sua gratidão aos amigos e ao povo que tanto admira - "meus amigos, terminou mais eu quero dizer algumas palavras. 

Agradeço ao meu querido amigo e professor Aldemar Paiva. Tem outro nome que eu não vou esquecer nunca: Dominguinhos, Waldonys, sanfoneiro da nova geração, Pinto do Acordeon e toda essa turma boa do Nordeste. Ninguém vai acabar com o forró. Não vai, porque essa é a música do povo. "Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão,que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor." Quando falou de Exu sua terra natal caiu no pranto. Exu berço do Gonzagão e do forró de pé de serra.

http://amadoegonzagao.blogspot.com.br/2012/09/luiz-gonzaga-do-nascimento-o-rei-do.html

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