Material do acervo do pesquisador José João Souza
Como chefe do
bando, Lampião não se preocupava apenas em traçar as estratégias de guerra ou
em levantar recursos para manter a tropa. O rei do cangaço cuidava
pessoalmente da saúde de seus “cabras”, assumindo o papel de médico clínico,
cirurgião, ginecologista, parteiro, dentista e farmacêutico. E como tal, ele
tratou de difundir “formulas” que aprendeu no contato com índios e a população
mais carente do sertão nordestino. Lampião tinha dicas para todo tipo de
problema. Do piolho à erisipela.
Veja algumas dessas dicas:
Para tratar
espinhas o rei do cangaço tinha uma receita que era tiro e queda: aplicar no
rosto esterco de galinha choca. A calvície era tratada com uma pasta de mosca.
Já o remédio para amigdalite era um estranho chá de formiga servido com
cozimento de angico com sal. O indicado para as cólicas era água serenada.
Quem
sofria de erisipela era aconselhado a amarrar a perna com fita vermelha. O
tratamento de piolho era mais complicado. Nesse caso, a sugestão era formar uma
pasta com sementes de pinhas torradas e óleo de piqui. O preparado deveria ser
untado à cabeça.
Mas para alcançar resultado, o piolhento deveria ficar algumas
horas embaixo do sol. Segundo Lampião, era o bastante para que os parasitas
caíssem todos. O infeliz que viesse a sofrer de lesões pulmonares, por mais
complicado que fosse o problema, não iria encontrar dificuldade para debelar a
doença. Nesse caso, a dica era extremamente simples. Bastava esticar-se no chão
duro. O drama maior, no entanto, era tratar da indigestão. O remédio indicado:
azeite de carrapato.
Publicado no
DIARIO DE PERNAMBUCO
Data: 7 de julho de 1997.
Data: 7 de julho de 1997.
Fonte: facebook
Página: José João Souza
Grupo: Lampião,
Cangaço e Nordeste
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