Por Sálvio Siqueira
Na época dos
‘Revoltosos’, ação da coluna Prestes em campanha pelo Brasil afora, foi criado
em diversos lugares os Batalhões Patrióticos para enfrentarem a coluna.
Apesar do nome histórico, essa coluna era comandada por Luís Carlos Prestes, Isidoro dias Lopes e Siqueira Campos, ficando conhecidos na história, conhecidos na época, como "Os Revoltosos". Que queriam fazer com que a população rural os apoiasse para irem de encontro ao governo federal. O Presidente da República, na época, era Arthur Bernardes.
“(...)No ano
de 1925, o então presidente da República Arthur Bernardes idealizou um plano
para derrotar os componentes de uma coluna de oficiais rebelados do Exército
Brasileiro, que percorriam os sertões na esperança de insuflar a massa com o
seu exemplo de luta, derrubar o presidente e alterar a ordem vigente na nação.
Comandados por Luís Carlos Prestes, Isidoro dias Lopes, Siqueira Campos, eram
conhecidos na época como Revoltosos(...).” (Tokdehistória.com)
Quando, no ano
seguinte, 1926, a coluna, vindo pelo Piauí, entra no Estado do Ceará, são
tomadas providências para contê-la. Havia um médico baiano, Floro Bartolomeu,
que na sedição do Juazeiro do Norte, fez parelha com ‘meu Padim”, e conseguiram
derrubar o então governador, presidente, do Ceará, Franco Rabelo. Isso com a
ajuda do governo federal, que ficando neutro, ajudou aos jagunços liderados por
Floro a mando do Padre Cícero. Na época dos ‘Revoltosos’ na região Nordeste,
Floro era deputado federal pelo Ceará, e Artur Bernardes, o Presidente da
República, envia certa quantia para que fosse formada uma ‘proteção’ contra a
coluna. São criados então, os Batalhões Patrióticos do Exército brasileiro. No
Juazeiro do Norte, Floro funda o BP e começa a buscar pessoas para que se
forma-se o contigente necessário.
“(...)Floro
procura o Padre Cícero, carismático prefeito e religioso de Juazeiro, e, com
uma dinheirama vinda do Rio de janeiro, organizam os chamados Batalhões
Patrióticos. Eram mais de mil homens com uniformes de brim azul-celeste e
munidos de modernos fuzis privativos das forças armadas. Foram passados em
revista pelo Padre Cícero em 9 de janeiro de 1926 e saíram ao encalço dos
revoltosos(...).”(B.C.)
Sem instruções
necessárias, sem costumes com o terreno onde se deu os confrontos, se se deram,
os Revoltosos, mais aptos a guerra de guerrilha, saem fácil dos cercos
colocados pelos homens do BT. Além disso, tinha a Caatinga, grande inimiga
daquele que a penetra sem a respeitá-la.
Floro pede ao
governo federal para que envie o restante do dinheiro para que se contrate mais
gente. Como sempre, o prometido pelo governo federal não fora cumprido. Floro
está quase sem saída quando chega junto ao Padre Cícero e conversando lhe conta
a ideia de contratarem cangaceiros para que combatessem Prestes. Aceito a
ideia, Padim Ciço, que já havia colocado suas mãos protegendo a família
Ferreira naquela cidade, escreve uma carta, assina e envia para que Lampião
comparecesse ao Juazeiro do Norte afim de fazer parte do BT.
(...)
Desesperado, o Floro pede mais dinheiro ao governo e amplia a já amalucada
ideia de Arthur Bernardes. Ele envia um portador com uma carta do padre
destinada a ninguém menos que Virgulino Ferreira da Silva, o famigerado
Lampião. Ele estava sendo convocado para uma “Guerra Santa”.
No início desconfiado, Lampião acabou aceitando o convite do seu “Padim Ciço”, o homem a quem ele devotava confiança cega e que aparentemente, protegia os seus familiares há algum tempo de vinganças.
Virgulino partiu para o Juazeiro(...).” (B.C.)
No dia 4 de
março de 1926, encontra-se em Juazeiro do Norte, Lampião e Padre Cícero. Floro,
nesse meio termo, adquirira uma doença e fora para a Capital do País, Rio de
Janeiro, afim de tratar-se. Não tendo como, foi a óbito naquela cidade. O ‘meu
Padim’ se aperta quando ver diante da população Lampião com sua cabroeira. Não
tendo como ele inscrever, ou inscrever Virgolino Ferreira no BT, dando-lhe a
devida patente acordada, chama um funcionário Público Federal, do Ministério da
Agricultura, Pedro de Albuquerque Uchôa.
O Funcionário
é trazido por jagunços à presença das duas lideranças, e o Sacerdote lhe diz o
que tem que fazer:
(...)“- Aqui
está o capitão Virgulino Ferreira. Ele não é mais bandido. Veio com cinquenta e
dois homens para combater os revoltosos e vai ser promovido a capitão. Olhe, o
senhor vai fazer a patente de capitão do Sr. Virgulino Ferreira e a de tenente
do seu irmão”(...).” (B.C.)
A partir daí,
se a patente fora válida ou não, sabemos é que o bando de cangaceiros recebe
fardamento, armas e munição exclusiva do Exército Brasileiro.
Pois bem, anos
mais tarde, após a morte do famigerado bandoleiro em 28 de julho de 1938, é
mostrado pelo jornal “A Noite”, em sua edição do dia 6 de agosto de 1938, a
Platina de Lampeão. Uma espécie de distintivo, dragona ou como queiram chamar,
da patente de “Capitão do Batalhão Patriótico do Exército Brasileiro”, que fora
encontrada em seus despojos, na grota do riacho Angico onde fora abatido.
Foto A Noite
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