Material do acervo do pesquisador do cangaço Voltaseca Volta
Dr. Floro
Bartolomeu, braço armado e político do Padre Cícero em seu esquife no Rio de
Janeiro, em 08 de março de 1926. Fonte: "A Noite Ilustrada".
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Floro
Bartolomeu da Costa (Salvador, 17 de
agosto de 1876 — Rio de Janeiro, 8 de
março de 1926)
foi um médico e político brasileiro, filho
de Virgílio Bartolomeu da Costa e Carolina Costa.
Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1904, chegou ao Ceará em 1908, atraído pela
mina de cobre de
Coaxá, no município de Aurora,
mas acabou fixando moradia em Juazeiro
do Norte onde adquiriu uma farmácia e
passou a atender a população, como médico e também como rábula.
Tornando-se
amigo do padre Cícero Romão Batista, convenceu-o a ingressar
na política, visto que o Vaticano suspendera suas ordens religiosas.
Em 1912, Marcos Franco Rabelo foi nomeado
interventor do Ceará pelo presidente Hermes
da Fonseca. Logo que assumiu o governo estadual, Rabelo tratou de minar o
poder de Padre Cícero, destituindo-o da prefeitura de Juazeiro
do Norte e ordenando sua prisão. Floro Bartolomeu, então, convocou os romeiros
a se juntar a seus jagunços com o intuito de defender Padre Cícero. Enquanto
isso, Floro foi para o Rio de Janeiro onde conseguiu o apoio
do senador Pinheiro Machado.
A tropa
juazeirense evitou a entrada das forças policiais de Franco Rabelo em Juazeiro
e, em seguida, partiram para Fortaleza,
para derrubar o governador. Com o apoio de Pinheiro Machado, Franco Rabelo foi
deposto e Floro eleito deputado
estadual, ocasião em que exerceu a presidência da Assembleia Legislativa. A revolta ficou
conhecida como sedição de Juazeiro.
Em 1921, surgiu um boato
de que os habitantes do Sítio Baixa Dantas estavam
venerando um boi de
Padre Cícero como a um deus. Para contornar a situação, Floro Bartolomeu ordenou que o
boi fosse morto e o beato José Lourenço, líder do sítio, fosse
preso.
Em 1925, o presidente da
República Arthur Bernardes encarregou Floro Bartolomeu,
na época deputado federal, de defender o Ceará dos ataques
da coluna Prestes. Então, Floro montou o Batalhão
Patriótico. Algum tempo depois da formação do batalhão, se espalhou a notícia
de que a coluna Prestes tinha entrado em confronto com Lampião, em Pernambuco.
Ao tomar conhecimento disso, Floro, usando o nome de Padre Cícero, sem que o
sacerdote soubesse, convidou o cangaceiro a
se incorporar ao Batalhão Patriótico para combater Prestes.
Lampião, que
era devoto de Padre Cícero, aceitou o convite e partiu para Juazeiro, mas não
encontrou Floro, que havia viajado para o Rio de Janeiro por motivos de saúde.
Padre Cícero ficou perplexo quando soube que Lampião estava em Juazeiro para
servi-lo. Ao encontrar Lampião e seu bando, Padre Cícero os aconselhou a
abandonar o cangaço e lhes deu rosários de
presente, com a condição de que só usassem depois de abandonar o cangaço.
Os cangaceiros
deixaram Juazeiro, mas antes Lampião recebeu a patente de capitão do Batalhão
Patriótico das mãos de Pedro de Albuquerque
Uchoa, funcionário público e integrante do batalhão. Os bandos de Lampião e
o de Prestes nunca se encontraram.
Em 1926, Floro Bartolomeu
faleceu, solteiro e pobre, na capital federal, vítima de angina. Era, na
ocasião, general honorário do Exército e deputado
federal. Foi enterrado com as honras de seu posto militar.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
SOUZA, Anildomá Willans. Lampião:
Nem herói nem bandido... A história. Serra
Talhada: GDM Gráfica, 2006.
TAVARES NEVES, Napoleão. Cariri:
ninho da história regional, berço de heróis, de mártires e de santos. Crato: Edições
IPESC-URCA, 1997
PINHEIRO, Raimundo Teles. O
caudilho-deputado Floro Bartolomeu da Costa, in Rev. Inst. do Ceará, Fortaleza,
99: 53-60, jan/dez. 1979.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Floro_Bartolomeu
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