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quarta-feira, 3 de maio de 2017

PARTE FINAL DO NOSSO A CHEGADA DE BELCHIOR NO CÉU.. .

Por Prof. Stélio Torquato Lima

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Do que aprendi em teus discos.
Agora quero falar:
Ensinaste que viver
É bem melhor que sonhar.
E que ensina a noite fria
A amar bem mais o dia
E com paixão se arriscar.

Outra coisa que ensinaste.
É que o novo sempre vem.
Teus sons, palavras-navalhas,
Sem querer ferir ninguém,
Foi faca que corta tudo.
Não foste feliz? Pois mudo
Tu nunca foste também.

Tu cantaste o preto, o pobre,
A estudante e bem mais.
Cantaste a mulher sozinha,
Pessoas cinzas normais
A padecer sem clemência.
Teu delírio?: Experiência
Com coisas muito reais.

Suportar o dia-a-dia
Foi tua alucinação.
Tiveste medo de abrir
A porta da solidão.
Na parede da memória,
Uma romântica história
Foi por medo de avião.

Defendeste o teu amor,
Cumprindo o duro dever.
Mostraste que a boa norma
É nenhuma regra ter
E também, meu bom amigo,
Que o nosso hoje é antigo,
Urge rejuvenescer.

Amar e mudar as coisas
Te interessava demais.
Mostraste: o passado é roupa
Que já não nos serve mais.
E, sem temer contratempo,
Tu falaste do bom tempo
De galos, noites, quintais.

Na saudade da camisa
Toda suja de batom,
Teus caminhos pra ser livre
Foram sim palavra e som.
Foste descendo do norte
Pra tentar a boa sorte,
Mostrando a todos teu dom.

Tu cantaste as coisas novas
Que também são muito boas:
O amor, humor das praças
Muito cheias de pessoas.
Por isso, amigo famoso,
Tenho o olhar lacrimoso,
Pois pro outro mundo voas.

Porque só não ensinaste
O fim do termo "saudade".
Assim, qual jovem do norte
Que desce à grande cidade,
Tenho pressa de viver
Com diploma de sofrer
De outra Universidade

Em cada luz de mercúrio
Vejo a luz do teu olhar.
Como mandar minhas mágoas
Pras águas fundas do mar?
Porque sei que desse jeito
Não vou ser feliz direito.
Vida, pisa devagar...

Eu tenho ouvido os teus discos,
Com pessoas conversado.
Porém, choro pra cachorro,
Pois demais tenho sangrado.
Ando mesmo desconte
E, desesperadamente,
Sou qual goleiro vazado.

Mas ficam tuas canções,
Teus discos sensacionais.
Dizem os novos: te amamos
Assim como nossos pais.
Sei que tua voz resiste
E que a tua fala insiste.
Ouvem-te cada vez mais.

FIM

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com 

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