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domingo, 13 de agosto de 2017

CORONÉIS E CANGACEIROS

Por Geziel Moura

Para pensar o cangaceirismo é preciso olhar para o coronelismo do nordeste, pois ambos movimentos, são como o ouro e a prata, não no sentindo de valor econômico, mas em termos, de produção de joias, pois, na medida em que, sem a presença deles na mistura dos metais, que formam a liga Au - Ag, não seria possível a existência de qualquer peça dita de ouro, pois tais metais se completam numa estrutura físico - química favorável, tornando-o maleável e propicio para suas confecções.

Nesse sentido, pouquíssimos foram os coronéis, que não se associaram com cangaceiros, durante a República Velha ou República dos Coronéis. A relação entre coronéis e cangaceiros era de "Simbiose" em que os dois lados, locupletavam-se mutuamente.

Não há, na historiografia do cangaço lampiônico, qualquer indicação, a menor que fosse, apontando que Virgolino Ferreira da Silva intencionava, destruir o sistema do coronelismo, pois ele sabia que com isto, estaria desestruturando o sistema de partilha em que estava envolvido, afinal, quem daria o aparato estrutural (armas, munições, dinheiro, segurança e coito) para que ele continuasse seu modo de vida?

Por outro lado, a contrapartida dos cangaceiros, seria no sentido de que os coronéis, juntamente com suas propriedades, feudos eleitorais estariam em segurança, sem contar em serviços eventuais, feitos os jagunços. Lampião não queria romper com nada do sistema oligárquico nordestino, deseja fazer parte do clube, mesmo que fosse à base do fuzil e punhal.

Assim, é bem verdade que ao longo de sua trajetória, ele se inimizou com alguns coronéis, não pela posição políticas que estes ocupavam, mas pela quebra de contrato, de alguma das partes, um bom exemplo, temos no coronel Petronilo de Alcântara Reis, o Coronel "Petro", famoso coiteiro em Santo Antônio da Glória (BA), além, de José Pereira de Lima cuja família, acoitou Lampião em Patos de Irerê (PB), região de Princesa Isabel (PB), sendo perseguido por ele, por conta do assalto na cidade de Sousa (PB), comandada por Livino e Antônio Ferreira.

O certo é que o cangaceirismo se findou, oficialmente, naquele 26 de maio de 1940 com a morte de Cristino Gomes da Silva, o Corisco, e a República velha chegou ao fim da linha com a Revolução de 30, porém, o Coronelismo, ainda, se sustentou por um longo período, após tais acontecimentos, e quem sabe ainda hoje, suas idéias reverberam entre nós vivas e eficazes.

A seguir, diversos coronéis nordestinos do tempo do cangaço.










Fonte: facebook
Página: Geziel Moura
Grupo: Historiografia do Cangaço
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