Por Analucia
O movimento chamado cangaço nos mostrou várias vertentes passíveis de análise,
mas neste pequeno espaço vamos a um foco de abordagem um tanto subjetiva.
Pode-se imaginar a questão da própria autoestima de Lampião, pelo modo de
vestir, segundo relatos com adereços brilhantes nas roupagens gerando uma “marca”
especial: a do cangaço. É equivalente ao marketing de nosso comércio hoje, ao
estabelecer um símbolo ou figura para fixar a imagem da loja ou fábrica.
Lampião não somente usou de tal recurso, como encantava seus adeptos a ponto de
encarnarem tal imagem, vestindo-se no mesmo padrão do líder cangaceiro, até
hoje. Fica assim como que justificado vermos pessoas que condenam Lampião e, no
entanto se caracterizam como o Rei do Cangaço.
Outro aspecto interessante é a
vinculação ou dedicação expressa de Virgulino à sua crença religiosa e de forma
pública e notória o respeito à Padre Cícero como líder religioso do nordeste.
Apesar de práticas abusivas e condenáveis ao invadir uma cidade ou sitio, o
líder do cangaço prestava clara crença na fé católica, submetendo-se á figura
do Padim com naturalidade e respeito. Ambivalência também de muitos nos nossos
dias... Adaptado de Tito: Psicólogo, professor e consultor. Formado na UMC. São
Paulo, pós-graduação PUC-SP e UNICAMP.
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