Seguidores

domingo, 1 de abril de 2018

A CRENÇA DE UM CANGACEIRO



Desde que o “mundo é mundo”, com a existência humana, que o mesmo criou para si um “Ser Supremo” para honrar, dedicar-se e justificar suas ações perante seus semelhantes. Nos primórdios das aldeias, clãs e tribos criou-se um ser superior para cada uma das ações da vida, politeísmo, cotidiana como, por exemplo, o deus do amor, da fertilidade, da guerra e assim por diante. Até o surgimento de uma tribo em território, hoje, iraquiano onde surgiu o judaísmo, monoteísmo, e dai consequentemente o cristianismo. Porém, cinco deuses anteriores a Jesus Cristo têm histórias bem parecidas com a dele: “Hórus (3.100 a.C.); Buda (563 a.C.); Mithra (2.000 a.C.); Krishna (3.000 a.C.); Osíris (3.100 a.C.)”.

“Registros históricos de quase 5 mil anos nos relatam que a cidade de Jerusalém tornou-se símbolo dos povos reunidos ao redor da religião judaica. De acordo com os livros sagrados do Torá (textos pilares da tradição judaica) e do Antigo Testamento da Bíblia (que também compartilha escrituras presentes na Torá), Davi fez da cidade a capital do Reino de Israel e Judá após uma conquista militar e reinou até 970 a.C... Um novo período de relativa paz seria encerrado no século 4 a.C com as conquistas militares de Alexandre, o Grande, que tomaram Jerusalém como parte do Império Macedônico. Revoltas populares buscavam maior autonomia da região, que jamais reconquistaria sua completa autonomia: no século I a.C, os romanos passaram a administrar a região, colocando no poder um monarca alinhado com os interesses dos dominadores. É nessa época que dá-se início à narrativa do Novo Testamento: na região da Judeia controlada pelos romanos, nasce um judeu chamado Jesus que reúne seguidores e torna-se um mestre que inspiraria uma nova religião.” (revistagalileu.globo.com)

Após um período de estabilidade, com a construção de um Templo Sagrado pelo rei Salomão, filho do Rei Davi, Jerusalém foi invadida pelo Império Assírio em 722 a.C e parte do povo judeu foi tomado como escravo nas cidades da região da Mesopotâmia. Com as derrotas militares assírias e o fortalecimento do Império Persa, os judeus voltaram a terra e reconstruíram o Templo de Salomão, que havia sido destruído durante o ataque das tropas do Império Assírio.

Os gregos em sua sublime sabedoria criaram cerca de 44 deuses mitológicos: Eros – O amor incondicional; Antero – O amor não correspondido (o oposto de Eros); Himeros – O amor sexual; Pothos – A paixão; Tália – A que faz as flores brotarem; Eufrosina – A alegria; Aglaia – O esplendor; Boreas – O vento norte; Noto – O vento sul; Euro – O vento leste; Zéfiro – O vento oeste; Asclépio, ou Esculápio – O deus da saúde e medicina; Hebe – A deusa da juventude, servente do néctar aos deuses; Ilítia – A deusa do parto e do nascimento; Hécate – A deusa da bruxaria, da magia negra; Hipnos – O deus do sono profundo e eterno; Morfeu – O deus dos sonhos; Pã – O deus da natureza, dos animais domésticos e dos pastores; Nice – A deusa da conquista e da vitória; Éris – A deusa do conflito e da discórdia; Nemesis – A deusa da vingança; Íris – A deusa do arco-íris; Cratos – O deus do poder; Perséfone – A deusa da primavera, mulher de Hades e rainha do submundo; Tânato – O deus da morte;Bia – A deusa da violência; Eos – O deus do nascer do sol, do amanhecer; Dione – A deusa das ninfas do mar; Alfeu – O deus dos rios e Zelo – O deus da rivalidade”.

Já os romanos, em sua grande extensão territorial, também tinham seus deuses. O interessante é que vários deuses gregos foram ‘adotados’ pelos romanos, porém, com nomes e divindades mudadas: “Cao; Urano; Gaia; Eros; Nix; Érebo; Ponto; Óreas; Hemera; Éter; Tártaro; Hipnos; Tânatos; Oniro; Afrodite; Titãs; Oceano; Céos; Crio; Hiperião; Jápeto; Cronos;Teia; Reia; Têmis; Mnemósine; Febe; Tétis; Hecatônquiros; Briareu; Coto; GiasCiclopes; Arges; Brontes;Estéropes; Polifemo; Zeus; Hera; Hades; Héstia; Deméter; Poseidon; Apolo; Ares; Ártemis; Atena; Hermes; Hefesto; Éris; Dioníso; Héracles; Hebe; Têmis; Perséfone; Crono; Hélio; Selene; Eos; Eros; Zéfiro; Eurus; Nereu; Ninfas; Perséfone; Anfitrite; Íris; Morfeu; Quíron. 

Deuses romanos e seus correspondentes deuses gregos:

Saturno (Cronos); Júpiter (Zeus); Juno (Hera); Plutão (Hades); Netuno (Poseidon); Vesta (Héstia); Ceres (Deméter); Febo (Apolo); Marte (Ares); Diana (Ártemis); Mercúrio (Hermes); Vulcano (Hefesto); Minerva (Atena); Baco (Dionísio); Vênus (Afrodite); Cupido (Eros); Hércules (Héracles); Latona (Leto); Somno (Hipnos); Mors (Tânatos); Áquilo (Bóreas); Juventa (Hebe); Invidia (Nêmesis) e Terra (Gaia).

O feudalismo foi o sistema econômico, político e social da Idade Média, que tratava da propriedade e da terra. A terra era pertencente ao senhor feudal, que consistia na área de direito sobre as pessoas, coisas e terras. O senhor feudal cede parte da terra ao vassalo, em troca de serviços, através de uma hierarquia, criando-se uma dependência. A principal forma de obter o poder era através da guerra, os senhores feudais envolviam-se em guerras com a intenção de adquirir mais terras e poder. Na época do feudalismo, durante a Idade Média, a Igreja Católica era o centro do poder religioso, influenciava na cultura e no modo de pensar, possuindo grande poder econômico. Seus monges viviam em mosteiros e passavam a maior parte do tempo rezando e copiando a Bíblia.

Um dos períodos mais obscuros da História da humanidade foi o período em que a Inquisição atingiu o seu auge. A Igreja Católica estava muito preocupada com o sincretismo religioso, e para não perder força e apelo entre os seus fiéis, criou um tribunal para julgar os que transgredissem um código de conduta considerado cristão. O Santo Ofício (como também era conhecida a Inquisição) atuava perseguindo, julgando e punindo todos que fossem considerados praticantes de heresia. Ela surgiu na Idade Média, na região do Languedoc, no sul da atual França, e foi criada para combater exclusivamente a heresia de duas etnias, os cátaros e os albigenses. É dela que todas as outras versões da Inquisição se originaram.

As “Inquisições” mais famosas e terríveis concentravam-se em dois países altamente católicos e religiosos: Portugal e Espanha. A mais temida de todas é a espanhola, que existiu de 1478 a 1834, e que em seu auge de atuação, se estendeu até as colônias espanholas nas Américas. Seu tribunal condenou mais de 45 mil pessoas entre 1540 a 1700. No Brasil, os tribunais chegaram a ser instalados no período colonial, porém não apresentaram muita força como na Europa. Foram julgados, principalmente no Nordeste, alguns casos de heresias relacionadas ao comportamento dos brasileiros, além de perseguir alguns judeus que aqui moravam.

Os homens sempre usaram desse artificio: usar o nome de uma divindade para encobrir os seus atos sangrentos e desumanos, sendo esses religiosos ou não. Com a expansão territorial brasileira, formaram-se as entradas e bandeiras para a colonização das capitanias. Tendo a frente espadas, machados, facões e bacamartes, os exploradores levavam símbolos religiosos para praticarem a doutrina nos povos hereges, na ocasião, os indígenas que viviam no território a ser explorado. Várias vidas foram ceifadas nessa ‘colonização’ europeia em terras brasilis.

A mistura das raças não deixou de lado o misticismo implantado na mente dos colonos pelo europeu explorador. Com ele o Estado determinava através da Igreja o que seria ‘pecado’. Tanto um, quanto outro, Estado e Igreja, após vermos as pesquisas de grandes exploradores da História, tinham uma só meta: deixar o homem submisso as suas explorações, principalmente mental, e retirar dele tudo quanto fosse possível em termos de trabalho e/ou impostos. Quando o ser humano passa a ser explorado mentalmente, passa a agir tão somente sobre as determinações determinadas pelos ‘educadores’.

O homem, em si, é um desbravador contínuo. Sua herança de sempre buscar novas maneiras de sobrevivência, ainda que não seja visível em si, parte para o desconhecido muitas vezes sem deixar algo que aprendeu em sua tenra existência. O sertanejo, homem forjado pelas intempéries da região semiárida, pelo bioma rústico e único da Mata Branca, além da dureza dos administradores públicos, que não visavam o bem estar de seu povo, mas, tão somente o conteúdo de seus armazéns, a extensão de suas terras e volume monetário, não fora diferente de outra população regional mundial. Possuíam suas crenças, implantadas naturalmente, no entanto, jamais deixaram de serem guerreiros e lutarem pelos seus ideais. Logicamente as metas de alguns diferenciavam das de outros.

Pois bem, os pesquisadores/historiadores citam ser um dos principais motivos do surgimento do banditismo rural na Região Nordeste as longas e terríveis secas. Juntando-se a esse terrível flagelo natural, ainda citam que o descaso e falta de ações sociais dos governantes para com a população, fora o rastilho para o surgimento do Fenômeno Social. Citamos que a chama acendedora desce rastilho foi à coragem do nordestino. No sertão, ou sertões nordestino, havia a ‘matéria prima’ de um cangaceiro: o vaqueiro. Homem disposto, corajoso que não temia a morte, pois, sua labuta diária sempre o leva ao encontro dela diariamente. Ciente de todos os riscos, não deixa de exercer sua função perigosa. Quem não teme a morte, para matar não falta nada devido a vida, em princípios a dele, não valer muito.

No entanto, todo sertanejo, foi, é e será devoto de algum santo, crença e ou religião. Sua religiosidade, às vezes, nos parece inacreditável, porém, esse fator social não se restringe ao sertanejo, mostra-se com maiores rigores e alastramento em outras terras e continentes.

O ser humano nos causa assombros quando estudamos sua maneira atrevida, mesquinha e violenta de agir. O homem sem cultura educacional, porém, tendo tido um pouco de educação religiosa em sua infância, por incrível que pareça, esse fator primário o segue pela vida toda. Vemos, também, esse fato, ou fenômeno, social de mãos dada com as figuras destacadas nas hastes do cangaceirismo. Não é raro vermos através de estudos que determinado cangaceiro escolheu para si um codinome em homenagem a um santo católico. O chefe cangaceiro Manoel Batista de Morais, citando como exemplo, mais conhecido pela alcunha de “Antônio Silvino”, o “Rifle de Ouro”, nasceu numa fazenda chamada Colônia, arredores do distrito de Ibitiranga, município de Carnaíba, PE, onde, ainda hoje, tem uma Capela em homenagem a Santo Antônio. Pois bem, ao resolver entrar para o cangaço por seu pai ter sido assassinado em Afogados da Ingazeira, PE, Manoel Batista toma como ‘nome de guerra’, primeiro “Antônio”, logicamente em homenagem ao nome do santo da capela na fazenda Colônia, e Silvino, em homenagem a um parente cangaceiro que havia sido preso próximo às terras de Lagoa de Baixa, hoje Sertânia, PE.

Mesmo sem terem seus apelidos referidos a alguma personagem religiosa, os cangaceiros tinham, a sua maneira, sua fé em algo intocável, desconhecido e que lhes causava assombro, terror e/ou mesmo medo. O chefe cangaceiro Sabino Gomes de Góis, “Sabino das Aboboras”, ou simplesmente “Sabino”, foi uma das figuras mais cruéis e corajosas que surgiram na primeira fase da historiografia cangaceirra. Bem próximo do término dessa primeira fase, já depois da malfadada tentativa de saquear a cidade de Mossoró, RN, em meados de 1927, no caminho do retorno as terras pernambucanas, bem próximo ao limite territorial com o Estado do Ceará, Sabino estava de chicote na mão espancando um senhor, proprietário de uma fazenda, trocando o chicote pelo punhal e perfurando a pele do mesmo. Sua esposa, a esposa do dono da fazenda, vendo que se seu marido continuasse a sofrer aquela tortura acabaria morrendo. Corajosamente corre no Oratório e pega a imagem de um santo. Chegando próximo a Sabino lhe mostra a imagem e pergunta se ele não teria medo dos ‘castigos’ daquele santo. Coincidentemente a imagem era de um santo que o terrível cangaceiro, em algum momento da sua vida em criança ou mesmo adolescente, alguém o tinha mostrado, o feito rezar e respeitar. Então, um dos homens mais brutos do cangaço lampiônico teme aquela imagem e larga imediatamente o pobre homem não mais o maltratando.

O cangaceiro Guilherme Alves dos Santos, que possuía a alcunha de “Balão”, dando uma entrevista a uma reconhecida revista de circulação nacional, relata que sua fé não permitia que se convivesse com mulheres. Em outras palavras, Balão acreditava que a morte de Lampião, e os outros dez cangaceiros deram-se devido à entrada das mulheres nos grupos. Segundo Guilherme Alves, as orações e alguns patuás de nada mais valiam com a presença delas. Não mais deixavam seus ‘corpos fechados’ contra bala. Há relatos de que ele havia cortado um pouco sua pele e colocara dentro do corte uma hóstia e que só morrera muito tempo mais tarde, depois da mesma ser retirada. Interessante, e contradizendo o que dissera sobre a mulher cangaceira, é que Balão relata que ‘ficou’ várias vezes, em um só dia, com a companheira de um de seus companheiros.

Virgolino Ferreira, o “Lampião”, é um dos personagens mais estudados e bibliografados da historiografia do Fenômeno Social Cangaço, na América Latina. Tendo engajando-se nas esferas cangaceiras próximo de completar os vinte anos de idade, também em sua fase de criança e adolescência, como toda criança sertaneja da época, com certeza teve sua educação religiosa. Os pais faziam questão, obrigavam mesmo, que seus filhos fizessem o catecismo e frequentassem a Igreja. Hoje já não são impostas essas determinações, porém, quem tem a minha faixa etária e é do sertão do Pajeú das Flores, micro região do interior pernambucano, como eu, ainda teve que fazer aulas de Catecismo, frequentar a Igreja, pedir a benção do padre, beijando-lhe a mão direita, obrigatoriamente.

Sabermos, hoje, as intenções de alguém que foi morto há 80 anos, é um tanto difícil. No entanto, sabedores de como sempre agira Lampião, usando de estratégias militares fora do comum e sendo um comandante nato, poderíamos dizer que, também, usou da religiosidade como um fator a mais a fazer-se obedecer. Foram vários os sobreviventes que conviveram com Virgolino, sob seu comando, que relataram sua ‘religiosidade’, até mesmo obrigatória, em determinados momentos. Falavam sempre da “Hora do Ofício”, inclusive o mesmo é citado tendo sido ocorrido pouco tempo antes de sua morte, na manhã do dia 28 de julho de 1938. Lampião escolheu dois horários estratégicos para ler ou falar sobre religião para seus homens, pela manhã e/ou à tarde, quando tinham oportunidade, logicamente, já que suas vidas eram um corre- corre danado, fugindo da polícia.

Tendo aprendido a ler quando criança, outra coisa que usou muito bem no decorrer de seu sangrento reinado, pois já dizia um velho ditado “em terras de cego, quem tem um olho é rei”, literalmente esse ditado lhe cai completamente, pois tinha o olho direito cego, não vazado, acometido por um Leucoma, protuberância carnosa de um tom esbranquiçado que encobre o globo ocular, essa, dele, tendo sua expansão maior por espinhos, ou pelos, de quipá durante uma das inúmeras batalhas travadas contra a Força Pública, e o mesmo é resultante de um trauma, usa da leitura de várias e várias orações ‘fortes’, orações que ‘fechavam’ seus corpos contra balas inimigas para induzir e deixar mais confiantes seus ‘cabras’.

“-Meu Deus! Quando terminará a missão que me destes na terra? Já é tempo de ter concluído o meu trabalho!” – Seria essa frase dita por Lampião: “Elise Grunspan-Jasmin em um dos "O Poder e Seus Símbolos" , em sua visão particular sobre o cangaceiro mor, refere que ‘ao soarem as doze badaladas do meio dia, Lampião apeava do seu cavalo, ajoelhava-se, transfigurava-se, e erguia o único olho bom que possuía, olhava bem para o céu e exclamava suplicante’, a frase citada.

O ilustre pesquisador Raul Meneleu, citando sobre misticismo e a autora francesa, diz: “Os bandidos criam naquela força e um terror místico se apoderava deles, tornando maior o respeito que nutriam por ele. Afirma Elise Grunspan que nenhum deles desconfiava que aquilo "tudo não passava de uma artimanha usada para fazê-los acompanhar sempre o chefe e respeita-lo cada vez mais".”

O ser humano é um aprendiz constante. Quando um dos vários sertanejos, roceiros, vaqueiros, em fim, trabalhadores rurais largaram do cabo da foice, da enxada e do machado colocando em seu lugar a coronha de uma arma de fogo, muitas vezes por obrigação, em busca de salvar sua vida, não tinham requintes de torturadores, porém, com a continuidade das mortes, perde-se o respeito pela vida, pelo corpo inerte de seu semelhante, e as atrocidades viraram coisas rotineiras. Isso não só com aqueles que entraram para o lado dos cangaceiros, mas também para os que escolheram o lado das Volantes, pois, podia-se de tudo fazer acobertado pelo símbolo maior da segurança do Estado, a indumentária militar, a farda da polícia.

O pesquisador/escritor Ranulfo Prata, em seu “Lampião”, refere: “(...) Sua religiosidade é feita de um fetichismo bárbaro e abusões católicas, que se condensam em um misticismo extravagante e selvagem. Traz pendentes do pescoço, saquinhos encardidos contendo rezas salvadoras, bentinhos milagrosos, medalhas protetoras... Não esquece a oração do meio dia, hora má, como a da meia noite, em que o diabo se solta para perder as criaturas".

Na cabeça deles, dos cangaceiros, tendo tido orado pela manhã, podiam matar gente até à tardinha, quando rezavam novamente e iam dormir como se seus atos já estivessem sido perdoados. "Quando o sol se empina e lhe cai em raios verticais sobre a cabeça, a sombra minguada aos pés, nos pousos, nas estradas, nos combates, ele verga os joelhos, genuflexo, no chão duro, pende a cabeça humilhada, e, contrito, com a grande mão ossuda e escura a bater no peito, reza com fervor. Os companheiros, em torno, fitam-no cheios de estranho respeito. Faz encenações que o revelam homem de mandigas. No povoado Novo Amparo almoçou em uma casa pobre com quatro velas acesas nos cantos da sala, fazendo a sua hospedeira acreditar que era senhor de rezas fortes que o protegiam. Jamais desrespeitou um padre. Trata-os como pessoas sagradas. intocáveis, merecedoras de respeito e garantias. Quando os topa pelos caminhos apeia-se, pressuroso, e humildemente lhes beija as mãos" (PRATA, sem data de edição)

Essa maneira de agir e pensar do homem são milenares, não é coisa exclusiva de sertanejo cangaceiro ou volante. As grandes batalhas em nome de seus deuses levavam guerreiros de ambos os lados a matarem, sangrarem e cortarem ao meio seus inimigos sem um pingo de remorso, pois estavam acobertados por sua fé, seus profetas e seus deuses. Mesmo quando já existia o monoteísmo, uma Nação, nômade ainda, acabava totalmente com outra, inclusive com velhos, mulheres e criança em nome de um Deus, deixando as terras inférteis do Oriente Médio regadas com sangue humano.

PS// ABAIXO PUBLICO VÁRIAS ORAÇÕES ENCONTRADAS JUNTO OS DESTROÇOS DO “REI DO CANGAÇO”, VIRGOLINO FERREIRA, O CANGACEIRO LAMPIÃO ‘PESCADAS’ NO LIVRO DE “GUERREIROS DO SOL” – MELLO, 2011 - BLOG CAIÇARA DOS RIOS DOS VENTOS.COM









https://www.facebook.com/groups/545584095605711/permalink/988902857940497/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário