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sexta-feira, 27 de abril de 2018

LAMPIÃO E O SAMBA DO CRIOULO DOIDO


Por Raul Meneleu
Francisca e Raul Meneleu Mascarenhas em dia de Cariri Cangaço

Lendo agora essa notícia, "Perfis Acadêmicos de José Anderson Nascimento" que é a nova publicação do escritor, onde reúne 40 capítulos, com verbetes bibliográficos dos patronos das cadeiras acadêmicas, dos seus fundadores, dos sócios e dos atuais acadêmicos - vejam nesse link AQUI lembrei de uma gafe que cometi em uma de minhas visitas à Biblioteca da UNIT para pesquisar uma história contada em um dos livros do acadêmico José Anderson sobre as peripécias do cangaceiro Lampião.

Confesso que me trouxe um constrangimento muito grande, pois envolveu a digníssima esposa do patrono do anexo acervo/biblioteca Tobias Barreto, jornalista Luis Antônio Barreto, a professora Raylane Andreza Dias Navarro Barreto, que é a supervisora desse acervo.


Pois bem... ao pesquisar o livro  que relata a epopéia do ciclo do cangaceirismo no Nordeste até o seu dramático desfecho, com as mortes de Virgulino Ferreira da Silva, o legendário Lampião, e do seu vingador, Cristino Gomes, o temido Corisco, me dirigi à Biblioteca da UNIT pois o amigo Archimedes Marques, que estava escrevendo seu livro 'Lampião e o Cangaço na Historiografia de Sergipe' primeiro de uma trilogia, pediu-me para que eu averiguasse determinado documento, que era um relatório da visita ao Angico, local da morte de Lampião, feito pelo Delegado Especial Joel Macieira Aguiar endereçado ao Interventor Federal Dr. Eronildes Ferreira de Carvalho, em 1938, após a morte de Lampião, cujos corpos degolados ainda jaziam no local combate.


Mas primeiro, percorri os diversos caminhos para tentar encontrar tal documento. Fui às Bibliotecas Públicas, Arquivos da SSP, Jornais, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e por ultimo ao Arquivo Público, pois encontrei uma dica no livro CANGACEIROS, COITEIROS E VOLANTES do Escritor José Anderson Nascimento editado pela Editora Ícone em 1998 pg 283 e repassei para o amigo Escritor Archimedes Marques, que imediatamente se comunicou com o autor aqui em Aracaju, recebendo informações que este documento estaria no Arquivo Publico do Estado de Sergipe. 

Vasculhamos tudo e não encontramos esse documento. Foi lembrado não sei se foi pelo José Anderson ao Archimedes Marques que o Jornalista Luíz Antônio Barreto (1944-2012) que foi diretor do Instituto Tobias Barreto e membro da Academia Sergipana de Letras, provavelmente tinha cópia desse documento. Archimedes entrou em contato com o filho do jornalista e esse lhe informou que o acervo do pai tinha sido doado à Biblioteca da UNIT. Partimos pra lá!


Fui muito bem recebido pela Supervisora, Professora Rosângela, que após ouvir o meu interesse, o assunto que me tinha levado à biblioteca, gentilmente me levou ao local onde poderia obter os dados procurados. Subimos pela rampa, embora tenha elevadores, para que eu pudesse conhecer melhor o prédio da Biblioteca e seus diversos setores, fomos ao Instituto Tobias Barreto, fundado por esse outro grande Sergipano, Luiz Antonio Barreto.

Quem nos recebeu foi a Bibliotecária do Instituto, Senhora Alda Teresa Nunes, que após as apresentações de praxe, nos despedimos da Professora Rosângela e passamos a conversar sobre os assuntos que me tinha levado ao encontro do acervo de Luiz Antonio Barreto.

Foi uma manhã maravilhosa, onde o conhecimento da Professora Alda Nunes aflorou de maneira poderosa. Marcamos outra visita, onde Ela iria conversar com a Curadora do Instituto Tobias Barreto e obras de Luiz Antonio Barreto, sua digníssima esposa, a Senhora Railane Barreto, para que pudéssemos verificar determinados assuntos que não ficaram claros na pesquisa.

Levei depois o livro do José Anderson, e lá foi encontrado outro da mesma edição e mostrei a nota em que dizia sobre o Relatório do Delegado Joel Macieira. Dona Alda prestimosamente já tinha falado com a Curadora do Instituto e resolveu ligar pra ela e não conseguindo, pediu-me para eu explicar melhor o fundamento de minha pesquisa. Foi aí que se deu o vexame!

Não sei se ainda estava sobre o efeito do Jet Lag pois tinha acabado de chegar da cidade de Liubliana,capital da Eslovenia que fica por trás do Mar Adriático, tratando de outra pesquisa que estou ainda fazendo, e talvez ainda sonolento cometi a gafe de misturar tudo, por achar que o José Anderson Nascimento tinha morrido (felizmente, não disse, para a esposa do Jornalista Luiz Antonio Barreto que ele estava vivo). Samba do Crioulo Doido!

A resposta veio com pontos de exclamação, da digníssima Curadora do Instituto Tobias Barreto:

- Anderson ainda está vivo! Ele é o Presidente da Academia Sergipana de Letras! Vivíssimo! Quanto ao documento pesquisado, não o temos. Bom dia Sr. Raul!

Passei alguns dias chateado, me desculpei pela "barriga".

Infelizmente até agora, não encontramos tal documento histórico, que deve estar perdido entre um monte de documentação, aguardando catalogação, no ARQUIVO PÚBLICO DE SERGIPE. Soube há poucos dias, por leitura de jornais, que o Governador irá juntamente com a Centrais Elétricas de Sergipe, reformar o prédio. Espero que a documentação tenha um cuidado especial, pois sem história do passado, não podemos planejar o futuro.


Há... outra notícia! Na Tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na quarta-feira, 14 de março de 2018, o vereador Professor Bittencourt (PCdoB) destacou a importância da construção do Largo da Gente Sergipana para o fortalecimento da identidade cultural do povo de Sergipe. Na ocasião, o parlamentar sugeriu que o Governo do Estado e o Instituto Banese nominassem o espaço como Largo da Gente Sergipana Luiz Antônio Barreto.

Disse: “Aquela obra é uma homenagem ao povo do nosso estado, às nossas tradições e à nossa história. Luiz Antônio Barreto foi um grande estudioso da cultura popular de Sergipe, sendo o herdeiro intelectual de Sílvio Romero, quando fez o resgate do universo da cultural popular no Brasil. Ele seria uma grande referência para dar nome àquele Largo que já nasce grandioso e, sem dúvida, será um dos mais disputados cartões postais do nosso estado”.

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