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quinta-feira, 28 de junho de 2018

O DESAFIO DE VERA



Ela tinha apenas 13 anos quando começou a se interessar por Cangaço. Precisamente por Lampião. Queria saber tudo dele, afinal, era seu avô. O assunto passou a ser prioridade nessa adolescente, mas que pensava como gente grande. Lia, perguntava e viajava tendo Lampião e Maria Bonita na cabeça. O seu DNA é forte e explica a coragem, curiosidade e valentia.

Vera Ferreira, filha de Expedita, única filha do casal Maria Bonita\Lampião, nasceu em Aracaju, Sergipe e tem três irmãos, mas é a única “cangaceira”. Há anos ela garimpa objetos dos avós: armas, roupas, fotos e, sobretudo história ouvindo ex-cangaceiros, ex-volantes, ex-coiteiros, familiares etc visando conhecer a verdade. Viajou, pesquisou, lia tudo (ainda lê) sobre o assunto. Conheceu amigos e inimigos. Lampião foi bandido ou herói? Eis a questão. E Maria Bonita? Onde eles estão na história do Cagaço?

Passou a fazer palestras quando se sentiu segura. Escreveu três livros. Dois em parceria com Amaury Correa e um com Germana Araújo: Espinho de Quipá, De Virgolino a Lampião e Bonita Maria do Capitão. Este, por ocasião do centenário de sua avó em 2011. Inquieta por temperamento e herança, Vera não se acomoda. Detalhe: a neta de Lampião é a  primeira cinegrafista do Brasil, trabalhou nas mais importantes emissoras de TV. Atualmente, organiza o Museu do Cangaço na Bahia, terra de Maria Bonita. Vera faz jus ao nome, que significa verdade.

Neste mês, esteve no Recife para proferir a palestra – O desafio de ser neta de Maria Bonita, no dia 8 de março, data de aniversário da avó que nasceu no Dia Internacional da Mulher.


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