FOGO NO PARANÁ
João
do Vale
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é, toda hora vem gente dizeno fulano viajou
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foi pro sul
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é isso aí
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mais cedo ou mais tarde, todo mundo vai
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mas num é pra "enricar" não
-
é só pra viver
Seu
Zé Paraíba, Seu "Zé das Criança"
foi
pro Paraná, cheio de esperança
levou
a "muié", e seis "barriguidin"
Pedro,
Joca e Mané
Ceverina,
Zefa e Toin
No
Norte do Paraná
todo
serviço enfrentou
batendo
enchada no chão
mostrou
que tinha valor
dois
anos de bom trabalho
até
cavalo comprou
a
meninada crescia
robusta
e muito animada
a
"muié" sempre dizia
ninguém
tá com pança inchada
tudo
igualzim a sulista
de
buchechinha rosada
se
nordestino é pesado
é
do outro vicio o cavaco
é
como diz o ditado
porta
só quebra no fraco
deus
quando dá a farinha
o
diabo vem e rouba o saco
aquele
fogo maldito
que
o Paraná quase engole
José
lutava com ele
acompanhado
da prole
vós
misse fiquem sabendo
que
José nunca foi mole
depois
de tudo perdido
José
voltou pro ranchinho
foi
conferir os meninos
tava
faltando Toinho
voltou
em cima do rastro
gritando
pelo caminho
cadê
Toinho, cadê Toinho
responde
Toinho
cadê
Toinho
vem
cá Toinho
escute
Toinho
cadê
Toinho
cadê
Toinho
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