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quinta-feira, 13 de maio de 2021

AIVECA

 Clerisvaldo B. Chagas, 13 de maio de 2021 - Escritor Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica: 2.532

O amanhecer em Santana do Ipanema e em todo Sertão alagoano, ultimamente tem mostrado umidade de inverno. Dias quentes, nublados, madrugadas frias, quase sempre com amostras de chuvas de pouca monta. A Natureza anima-se bastante. Entre quatro horas da madrugada até o amanhecer espanta-boiadas fazem alaridos sobrevoando rio, riachos e açudes. Formigas de asas chegam à noite pela cidade anunciando a mudança. Ou pela Covid ou pelo tempo, ruas de bairros ficam completamente desertas e não se vê nem gatos circulando para suas caçadas costumeiras.

Várias prefeituras sertanejas vão ajudando o homem do campo com tratores para aração de terras. Agricultor pobre não pode comprar máquina possante e decisiva. Ara sua terra à base de arado puxado por junta de bois, de cavalos, jumentos, numa dificuldade grande abrindo mão da velocidade que o tempo exige.

O primeiro arado do sertão alagoano, foi o arado de aiveca, introduzido na lavoura pelo, então Dr. Otávio Cabral, agrônomo do governo estadual na década de 20 que ainda trouxe várias outras novidades para o campo, inclusive a cerca de arame farpado e a criação da sementeira, estação experimental no sítio Curral do Meio II, em Santana do Ipanema. Mais de cem cavaleiros de Pernambuco vieram observar de perto as novidades rurais trazidas pelo homem que modernizou a agricultura regional. No caso, o arado de aiveca, foi a grande surpresa daquele momento. Quanto a denominação, vejamos o “Pai Véi”: Cada uma das duas peças do arado que alargam o sulco, afastando e acamando a terra dos lados.

Não vemos em nossa região aquelas grandes máquinas agrícolas mais modernas do mundo, mas para a agricultura de roça, o trator básico é sempre bem-vindo e, ofertado gratuitamente pelas prefeituras, melhor ainda. Dizia Padre Cícero ao sertanejo que perguntava quando deveria plantar: “Choveu, plantou”. É assim que estão fazendo os sertanejos alagoanos. O tempo estar parecendo inverno e a nossa mesa precisa de feijão-de corda e de arranca, milho, macaxeira, abóbora, melancia, fava e muitas outras culturas cujos produtos vão ser encontrados na feira camponesa, ao contrário da Agricultura de Plantation que exporta seus produtos. Com fé em Deus vamos aguardar para breve a fartura no campo.

E que o arado de aiveca seja um grande inspirador na produção dos campos nordestinos.

ARADO NO MUSEU DARRAS NOYA,   (FOTO: B. CHAGAS).

http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2021/05/aiveca-clerisvaldob.html

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