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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

MENTIRA CABELUDA...

 Por José Mendes Pereira

Suposto Ezequiel Ferreira da Silva

Amigo leitor, as minhas inquietações não se referem a nenhum dos que organiza a literatura lampiônica, e sim, aos depoentes que mentiram mais do que deviam. 

O suposto Ezequiel Ferreira da Silva que se dizia ser filho de José Ferreira com dona Maria Lopes, disse que saiu do cangaço em 1931, porque o seu irmão capitão Lampião teria forjado a sua morte, só para que ele saísse do cangaço sem ser perseguido por nenhum grupo policial, possivelmente.  

Mas, veja que, 7 anos depois, ele reaparece, lá na Grota do Angico, em Porto da Folha, hoje Poço Redondo, nas terras sergipanas, e possivelmente, foi antes da chacina, e nesse dia, teria fugido do bando em companhia de Luiz Pedro, Lampião e Félix da Mata. Isso está na literatura lampiônica.

Veja o que disse o pesquisador Ângelo Osmiro:

O escritor e pesquisador do cangaço Ângelo Osmiro residente na capital  de Fortaleza, no Estado do Ceará, em um dos seus trabalhos com o título “A morte de Ezequiel Ferreira (Ponto Fino) irmão de Lampião”, nos diz que segundo o Ezequiel, teria ficado na “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia” até  julho de 1938, quando o irmão fez uma reunião para comunicar aos companheiros que abandonaria o cangaço.  Aqui está o link para você conferir: http://blogdomendesemendes.blogspot.com/2015/07/a-morte-de-ezequiel-ferreira-ponto-fino.html

Mas é improvável que o Ezequiel Ferreira da Silva estava na Grota do Angico naquele dia, pois nenhum dos remanescentes de Lampião falaram sobre a presença de um irmão de Lampião lá, a não ser somente o José Ferreira que era seu sobrinho, e conseguiu fugir no momento do ataque aos cangaceiros. 

Em 1938 o capitão Lampião não tinha mais nenhum irmão no cangaço. De Ferreira, naquela maldita vida, só ele e mais ninguém. Então, mais uma mentira do suposto Ezequiel Ferreira da Silva.

As histórias do Ezequiel não têm limites, e são facilmente entendidas como invenções, isso, na intenção de conquistar os pesquisadores, escritores e cineastas. Mas se enganara.

O que eu escrevi, de forma alguma, prejudicará os trabalhos dos estudiosos do cangaço. São apenas as minhas inquietações. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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