FONTE – O MOSSOROENSE
Faleceu no 12
de dezembro de 2005 (sábado), depois de 12 anos convivendo com um
câncer na próstata, o empresário Enéas da Silva Negreiros, fundador da Fiação e
Tecelagem de Mossoró S/A (Fitema). Autor de dois livros - "Memórias de um
amazonense radicado em Mossoró (1997)" e "Cultura, Comercialização e
Industrialização do Algodão na Zona Oeste do Rio Grande do Norte (2002)",
ele deixou 10 filhos, 31 netos e nove bisnetos.
Nascido em 29
de abril de 1911, também participou da fundação da Fábrica de Redes Santo
Antônio, do Rotary Club de Mossoró, do Centro das Indústrias do Rio Grande do
Norte, da Rádio Difusora de Mossoró e do Clube Reviver, foi diretor-presidente
da Companhia de Melhoramentos de Mossoró S/A (Comemsa) e da Empresa de Serviços
Telefônicos (Sertel), além de ter participado de diversas outras entidades.
Em vida, Enéas
costumava contabilizar a idade considerando até os meses. "Ele morreu com
94 anos e oito meses. Sempre dizia assim: 'depois dos noventa a gente conta os
meses, é igual a criança'", contou a filha Regina Coeli Negreiros.
Segundo
relatado por ela e suas irmãs Emília Verônica, Odinéia, Sílvia e Eneide, seu
pai era um homem muito religioso, católico praticante, que declamava, a todo
momento, o salmo 90. "Ele sabia decorado. E também citava outras passagens
bíblicas, principalmente do São Mateus", disse Verônica. Ele acordava,
todos os dias, às 4h para ler a Bíblia Sagrada, fazer suas orações e aguar suas
plantas.
Completamente
lúcido, Enéas tinha o espírito muito "jovem", de acordo com a
avaliação das filhas. "Ele era um homem que acompanhava as gerações, não
se deixava levar por uma forma de vida imposta pelo tempo", disse Regina.
Uma qualidade
citada por todas as filhas entrevistadas foi a capacidade do empresário de
ouvir. "Ele não impunha nada, gostava muito de ouvir e dialogar. Sempre
tinha um posicionamento próprio sobre as coisas, mas gostava de ouvir a opinião
dos filhos", contou Odinéia.
No meio de
tantas histórias contadas pelas filhas, uma chama atenção. Segundo Verônica,
todos os dias, quando ela e Odinéia ainda eram crianças, Enéas as acordava às
5h, chamando-as de "meus passarinhos". Os três ficavam no jardim da
casa conversando e tomando banho de mangueira. "Quando a gente cresceu,
ele passou a nos chamar de antúrios (uma espécie de planta muito presente na
residência). Ele nos molhava com a mangueira e dizia que estava aguando seus
antúrios", relatou Verônica, emocionada.
O empresário
gostava muito de poesia e fazia pequenos poemas e canções todo o tempo, para
todas as ocasiões. Os filhos e a esposa, Maria Odinéia de Negreiros, de quem
esteve ao lado por 60 anos, são temas constantes em seus versos.
http://jotamaria-fitema.blogspot.com/2017/07/eneas-da-silva-negreiros-fundador-da.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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