Por Anildomá Willans
Próximo domingo, se vivo fosse, Virgolino Ferreira da Silva, estaria
completando 127 anos. Conforme sua certidão de nascimento, ele veio ao mundo no
dia 07 de julho de 1897, no Sítio Passagem das Pedras, em Vila Bela, atual
Serra Talhada.
Filho de José
Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação, tiveram os seguintes filhos:
Antônio
Ferreira
Livino
Ferreira
Virgolino
Ferreira
Virtuosa
Ferreira
João Ferreira
Angélica
Ferreira
Ezequiel
Ferreira
Maria Ferreira
Anália
Ferreira.
O primeiro da
Lista – Antônio – era meio irmão dos demais.
Dona Maria,
antes de contrair matrimônio com José, morava nas proximidades da vila São
Francisco e namorava um rapaz da família Nogueira, do qual engravidou. Mas o
mesmo, metido a valentão e filho de gente rica, não quis casar-se, deixando a
jovem em desolação.
Certo rapaz,
das bandas de Triunfo, Pernambuco, trabalhava como tropeiro e tinha a vila como
ponto de parada para descanso e recompor as forças da tropa de burros como seu
roteiro quando se dirigia em suas andanças para o Ceará, Alagoas e Bahia, e há
muito tempo flertava a mesma moça, mas nunca quis se chegar, pelo fato de vê-la
comprometida.
Porém, quando
soube do acontecido, procurou-a e propôs casamento, assumindo a paternidade da
gravidez.
Recebeu de
presente do sogro uma faixa de terra – o Sítio Passagem das Pedras – e tiveram
o restante dos filhos e filhas.
O terceiro
filho – Virgolino – de acordo com sua certidão de nascimento, que se encontra
no cartório de registro civil de Tauapiranga (São João do Barro Vermelho,
distrito rural de Serra Talhada), no livro nº 21, Folha 8, nasceu no dia 07 de
julho de 1897, uma terça-feira. E, segundo seu batistério, que se encontra na
Diocese de Floresta, no livro 13, página 145, nº 463, consta que ele nasceu em
04 de junho de 1898.
Mais duas
filhas tiveram o casal: Maria do Socorro e Maria da Glória. Ambas tiveram morte
prematura.
Era costume,
naquele tempo, quando as mulheres estavam nos dias de darem à luz, ficarem nas
casas dos pais.
Por isso,
todos os rebentos nasceram na casa da avó materna, Dona Jacosa, que morava a
umas trezentas braças de distância.
Somente com
alguns dias, após o resguardo, que durava em torno de trinta dias, era que
voltava para casa.
Virgolino, ao
nascer, a avó, que a estas alturas tornara-se viúva, agradou-se tanto do neto,
que ficou com ele para lhe fazer companhia. Portanto, nasceu e se criou na casa
da avó.
Segundo os
moradores mais antigos daquelas bandas, a parteira que segurou Virgolino ao
nascer e, ao que tudo indica, de todos os rebentos da casa, foi uma senhora
chamada Antônia Tonico, moradora da Fazenda Situação.
Como naquela
época não havia escolas na região e Virgolino era o mais interessado dos irmãos
para aprender a ler e escrever, estudou alguns meses com os professores
Domingos Soriano Lopes e Justino Neneu. O primeiro era parente da família pelo
lado materno.
A família
vivia da agricultura, do criatório de bode e da almocrevia.
Já com
dezesseis anos de idade, saía com a burrama do Sítio Passagem das Pedras para
Rio Branco, onde comprava, vindos do Recife ou do Sul do estado, caixas de gás,
caixas de bebidas Gato Preto, Old Tom, açúcar refinado, arroz branco, roupas e
tecido, bolachas marca “Sertaneja” de Pesqueira – PE. Outras novidades em
bugigangas.
Tinha as
pessoas certas para entregar esses produtos. No caso de Vila Bella, um deles
era Cornélio Soares quem recebia para comercializar. Entregava também para
outras cidades, como Belmonte, Ouricuri, Triunfo, Cabrobó, Petrolina e até
outros estados, como Alagoas, Paraíba e Ceará. Foi nestas viagens que começou a
conhecer palmo a palmo, ponto a ponto do Nordeste, que lhe viria ser útil na
futura vida do cangaço.
Ao mesmo
tempo, nos dias de feira das cidades, ele vendia produtos fabricados por ele
mesmo. Em Vila Bella era muito conhecido quando vinha com seus artefatos de
couros confeccionados por suas próprias mãos, com perfeito acabamento e
detalhes artísticos: alforge, chibata, colete, gibão, luvas, arreios,
cartucheiras, selas, etc. Instalava sua banca ou forrava o chão com esteira ao
lado da Igreja do Rosário, onde funcionava a feira livre nos tempos idos.
Virgolino
tocava sanfona nas festas da redondeza, escrevia poesias e no repente desafiava
os melhores repentistas da ribeira, confeccionava artefatos em couro e madeira,
corria vaquejada e pega de boi no mato.
Quando se
tratava de trabalhar, era um verdadeiro furacão em tudo que fazia: na roça, na
compra e venda de mercadorias que transportava em lombo de burro.
SEGUE ABAIXO
CRONOLOGIA DE LAMPIÃO
7 de julho de
1897 nasce Virgolino Ferreira da Silva, em Vila Bella, atual Serra Talhada -
PE. Filho de José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação, ou Maria Lopes.
Em 1905, faz a
primeira Comunhão, na vila São Francisco.
Em 1912, foi
crismado, também na vila São Francisco. Já trabalhava na agricultura, vindo a
ser almocreve, feirante, artesão e vaqueiro.
Em 1916,
começa a rixa com Zé Saturnino.
Primeiro
confronto armado entre os Ferreira e Zé Saturnino com sua gente.
1917 – Na
tentativa de evitar mais conflitos, Zé Ferreira, homem calmo e sensato, vende
suas terras e vai morar na fazenda Poço do Negro, próximo ao povoado de Nazaré
do Pico, em Floresta - PE.
10 de
fevereiro de 1918 – Zé Saturnino vai buscar um dinheiro em Nazaré do Pico,
quebrando um acordo de não ir à cidade onde a família Ferreira morava. Ele
então é emboscado por Virgolino e seu primo Domingos Paulo. No dia seguinte Zé
Saturnino, acompanhado por 15 homens, cerca a fazenda Poço do Negro, residência
dos Ferreira. No conflito, um dos homens de Saturnino é baleado, o cabra Zé
Guedes.
1919 – Nazaré
do Pico é invadida por Jacinto Alves de Carvalho. Virgolino defende o povoado.
José Alves
Nogueira, tio de Zé Saturnino, é emboscado por Virgolino Lampião. João Flor,
padrinho de Virgolino, vai até o local do embate, pensando que era Jacinto
novamente atacando o povoado. Contudo, ele descobre que o ato fora cometido por
seu próprio afilhado, iniciando um atrito entre ele e os Ferreira.
Maio de 1920 –
A família Ferreira resolve largar tudo em Nazaré e vão para terras distantes.
Mudam-se para o Estado de Alagoas. Mesmo estando em Alagoas, Saturnino continua
as provocações contra os Ferreiras, através de cartas enviadas ao delegado
Amarílio. Certo dia Zé Ferreira manda o filho João Ferreira comprar remédio
para um sobrinho doente. O delegado Amarílio prende João Ferreira, como
provocação. Maria Jacosa, mãe de Lampião, fica preocupada e resolve ir embora
da região. Ela adoece e morre na fazenda Engenho de Luiz Fragoso. Dezoito dias
após sua morte, Zé Ferreira, pai de Lampião, é morto pelo tenente José Lucena
de Albuquerque Maranhão e os irmãos Ferreira resolvem entrar de vez na vida do
cangaço.
Virgolino
assume a condição de cangaceiro para vingar seu pai. Entra no bando de Sinhô
Pereira e Luís Padre, onde se revela um líder nato.
1920 - Lampião
junta-se ao cangaceiro Antônio Matilde e ataca por diversas vezes a fazenda
Pedreira, pertencente a Zé Saturnino. Dos cabras que acompanhavam Lampião,
podemos destacar os cangaceiros Antônio Ferreira, Levino Ferreira (Vassoura),
Antônio Rosa, Baião, Manoel Tubiba, Cajazeira, Baliza, Zé Benedito, Olímpio
Benedito e Manoel Benedito.
Ze Saturnino
vendo prejuízos a seu gado e à sua fazenda, procurou seu tio, o famoso
cangaceiro Cassimiro Honório, que trouxe vários cabras para defesa da fazenda
do sobrinho. Lá, alguns combates com o bando de Lampião foram travados. Entres
os cabras de Ze Saturnino podemos citar Nego Tibúrcio, Zé Guedes, Zé Caboclo,
Vicente Moreira, Batoque e o famoso Marcula.
Em 1921,
Lampião e o bando cerca a casa de Zé Saturnino - seu primeiro inimigo - na
fazenda Pedreira, quando a mãe do mesmo intercede em favor do filho, pedindo
que o cangaceiro poupe sua vida.
8 de agosto de
1921 – Combate na centenária fazenda Carnaúba, em Serra Talhada (PE), entre
Sinhô Pereira e capitão Zé Caetano sendo morto o cangaceiro Luiz Macário, e
vitória da força volante.
Setembro de
1921 – Combate na fazenda Feijão entre Sinhô Pereira e tenente João Marques de
Sá. Vitória dos cangaceiros sem morte nenhuma.
Outubro de
1921 – O bando de Sinhô Pereira e Lampião vai para o Ceará, onde travam combate
na fazenda Mandaçaia, não sofrendo nenhuma baixa em ambas as partes. Quatro
dias depois travam combate na vila de Coité morrendo um soldado e saindo dois
bandidos feridos. Depois houve outro combate onde foi morto o cangaceiro
Pitombeira e saíram feridos o cangaceiro Lavandeira e dois soldados.
18 de julho de
1922 – Combate em Poço da Areia (AL) contra a força de 120 soldados do tenente
Medeiros, além de parte da família Quirino. Baixas após assalto: O sargento
Agapito e dois soldados, contra 20 cangaceiros de Lampião. Neste combate saiu
gravemente ferido o cangaceiro Fiapo I, sendo morto por Lampião depois.
Agosto de 1922
– Devido aos pedidos da família, o cangaceiro Sinhô Pereira vai embora da
fazenda Preá, no Ceará, com destino a Goiás, para juntar-se ao primo e
ex-cangaceiro Luiz Padre.
Em1922 Lampião
recebe de Sinhô Pereira a chefia do grupo.
20 de outubro
de 1922 – Invasão de São José do Belmonte (PE) onde é morto o rico comerciante
e chefe político, coronel Luiz Gonzaga Lopes Ferraz. Lampião não tinha nenhuma
inimizade com o coronel mas atacou a cidade e matou o comerciante a pedido de Yoyô
Maroto, parente de Sinhô Pereira e inimigo político de Gonzaga. Depois disso a
viúva vai embora do estado.
Lampião
assalta a residência da Baronesa de Água Branca, na cidade de Água Branca (AL),
roubando aí grande quantia em dinheiro, sendo pela primeira vez comandante de
um grupo próprio.
31 de julho de
1923 – De surpresa, Lampião entra em Nazaré do Pico e vai ao casamento de sua
prima e ex-amor de infância Maria Licor Ferreira com Enoque Menezes com o
intuito de acabar o casamento sendo repelido pelo padre Kerlhe que pede para ir
embora e deixar o casamento acontecer. Ele decide ir embora, mas deixa a ordem
para ninguém no povoado dançar.
1 de agosto de
1923 – Combate na praça de Nazaré entre Lampião e a força do sargento
Sinhorzinho Alencar com a ajuda dos civis nazarenos João Flor, Euclides Flor,
Manoel Flor, Davi Gomes Jurubeba, Pedro Gomes de Lira e Zé Saturnino e mais
seis homens. Lampião vai embora. Depois desse ocorrido João Flor consegue
alistar sua família na Força Volante de Combate ao Banditismo de Pernambuco por
influência dos irmãos Pessoa de Queiroz. Tem início a Força de Nazaré, a mais
ferrenha perseguidora de Lampião.
12 de agosto
de 1923– Combate na fazenda Enforcado, na Serra do Pico, em Floresta (PE) entre
o grupo de Lampião e os nazarenos. Saíram feridos o bandido Miguel Piloto e os
nazarenos Pedro Gomes de Lira, Olímpio Jurubeba e Adão Thomaz Nogueira.
5 de janeiro
de 1924 - Lampião invade a cidade de Santa Cruz da Baixa Verde - PE em busca de
matar o seu ex-amigo Clementino Quelé. Nesse combate Lampião incendiou 3 casas
e foi repelido pela força policial comandada pelo tenente Pedro Malta. Nesse
combate morreram Pedro Quelé e Alexandre Cruz, ficando ferido Deposiano Alves
Feitosa.
11 de janeiro
de 1924 - Lampião ataca novamente Santa Cruz da Baixa Verde - PE. Foi repelido
por Clementino Quelé, que depois entrou na polícia.
Janeiro de
1924 - Lampião ataca o povoado de Tupanaci (Santa Maria), em Mirandiba - PE
onde na ocasião encontrava-se um pequeno grupo de cangaceiros comandados por
Tibúrcio Severino dos Santos, vulgo Nego Tibúrcio, ex-cabra de Zé Saturnino e
odiado por Lampião. Lampião então entra em combate e mata Tibúrcio e seus
cabras.
Março de 1924
- Combate de Lampião na Serra do Catolé, em São José do Belmonte - PE. Lampião
é gravemente ferido no pé, sendo cuidado pelo Dr. José Cordeiro e pelo Dr.
Severino Diniz, da cidade de Triunfo - PE. A pedido do padre Kerlhe, pensou em
se entregar para a polícia, mas depois voltou atrás e continuou no cangaço.
27 de julho de
1924 - Lampião manda um subgrupo com 84 cangaceiros, tendo o comando dos
cangaceiros Antônio Ferreira, Levino Ferreira, Sabino Gomes, Paizinho,
Meia-Noite e o fazendeiro Chico Pereira atacar e saquear a cidade de Sousa -
PB. Tudo na cidade virou alvo de saque, os cangaceiros roubaram o comércio,
residências, tendo a cidade um prejuízo incalculável. O principal alvo era o
coronel Otávio Mariz, desafeto de Chico Pereira, que fugiu. O juiz Dr.
Archimedes Soutto Mayor foi humilhado em praça pública pelo bando. O
destacamento local era comandado pelo tenente Salgado, que nada pôde fazer.
Depois desse ataque, o coronel Zé Pereira, de Princesa Isabel - PB, nunca mais
deu proteção ao cangaceiro.
14 de novembro
de 1924 – Lampião ateia fogo na casa da fazenda Lagoa do Mato, de Pedro Thomaz
Nogueira, sendo perseguido pelos nazarenos Manoel Jurubeba, Manoel Flor,
Inocêncio Nogueira e Levino Caboclo até chegar na fazenda Baixas de Antônio
Feitosa, em Floresta - PE. Lá houve novo combate entre Lampião, com quinze a
vinte homens, contra os nazarenos Euclides Flor, Olímpio Jurubeba, Elói
Jurubeba, Pedro Lira, Abel Thomaz, Manoel Thomaz e Davi Jurubeba, que saiu
ferido no tornozelo. Foram mortos o Manoel de Margarida e os nazarenos Olímpio
Jurubeba e Inocêncio Nogueira.
11 de
fevereiro de 1925 - Lampião entra pacificamente na cidade de Custódia - PE.
20 de
fevereiro de 1925 - Lampião tenta entrar pacificamente na vila de Espírito
Santo, município de Tabira - PE nos dias de hoje, para visitar seu primo
Herculano Ferreira, porém é surpreendido por um ataque da Família Gomes dos
Santos, importante família do Pajeú daquela época com vários fazendeiros em
Serra Talhada, Floresta e na Vila de Espírito Santo, Tabira. O ataque foi
comandado pelo Tenente Anselmo Saraiva de Moura, vindo de Serra Talhada, que
havia comprado uma grande fazenda no Sitio Cajá, tendo trazido a sua família
para morar e defender aquela vila.
4 de julho de
1925 - Lampião ataca a fazenda Melancia, em Flores - PE. O proprietário Zé Calu
é violentado pelo grupo. Em seu socorro vieram os sargentos Imbrain e Zé
Guedes, que com trinta soldados vão atrás do grupo, que se aloja na fazenda
Barra do Juá, onde são mortos dois cangaceiros. Dali, os cangaceiros vão para o
sitio Tenório, em Flores - PE, onde o soldado Berlamino Morais em pleno combate
viu um vulto de cangaceiro em cima de uma pedra gritando e atirando. Belarmino
então atira e mata. Era o cangaceiro Levino Ferreira da Silva, irmão de
Lampião. No outro dia, ao saber disso, o capitão Zé Caetano e o cabo Pedro
Monteiro vão até a fazenda Tenório e encontram os três corpos sem as cabeças,
prática esta utilizada pelos cangaceiros para dificultar o reconhecimento pela
polícia.
14 de novembro
de 1925 – Combate na fazenda Xique-Xique, em Serra Talhada - PE entre Lampião e
a força volante composta de Euclides Flor, Manoel Flor, João Jurubeba, Aurelino
Francisco, Hercílio Nogueira, Ildefonso Flor e o rastejador Batoque. Neste
combate é morto o soldado Ildefonso Flor. Dois cangaceiros são capturados, Mão
Foveira e Cancão.
4 de fevereiro
de 1926 – Combate na fazenda Caraíbas, em Floresta - PE entre Lampião com
sessenta cangaceiros e a força volante do tenente Optato Gueiros com trinta e
cinco soldados. O tenente Higino Belarmino, o cabo Manoel de Souza Neto e o
rastejador Batoque saíram feridos. Foi morto os soldados Aristides Panta,
Benedito Bezerra de Vasconcelos e Antônio Benedito Mendes e também seis cangaceiros
de Lampião.
18 de
fevereiro de 1926 – Ataque de Lampião a Nazaré do Pico com cinquenta
cangaceiros. No povoado estavam apenas Lúcio Nogueira, Abel Thomaz, Aureliano
Nogueira, Manoel Jurubeba, Gomes Jurubeba e João Jurubeba. Depois chegou Odilon
Flor com Euclides Flor, Vicente Grande, Manoel Lira, Antônio Capistrano e
Quinca Chico. Lampião recuou que com raiva tocou fogo nas fazendas de Euclides,
João Flor, Afonso Nogueira e Praxedes Capistrano.
20 de
fevereiro de 1926 – A Coluna Prestes passa próximo ao povoado de Nazaré com
seiscentos homens sendo perseguida pela força legalista comandada pelo major
Otacílio Fernandes, que ao entrar no povoado trocou tiros por engano com os
habitantes.
23 de
fevereiro de 1926 - Lampião ataca a fazenda Serra Vermelha, em Serra Talhada -
PE e Antônio Ferreira mata Zé Alves Nogueira, tio de seu inimigo Zé Saturnino.
Zé Nogueira havia sido sequestrado pela Coluna Prestes na passagem da mesma
pela região e tinha acabado de chegar em casa cansado da violência sofrida
pelos revoltosos. Sua morte gerou grande ódio na família Nogueira.
12 de março de
1926 – Lampião recebe a patente de capitão do Exército Patriótico de Padre
Cícero em Juazeiro do Norte - CE. Lampião tinha bastante respeito e devoção ao
padre e sua chegada na cidade foi com festa, sendo até entrevistado. Foi a
última vez em que reuniu toda a família para tirar uma foto. Recebeu muita
munição e ordens para combater a Coluna Prestes.
20 de abril de
1926 - Lampião ataca o povoado de Algodões, que se encontrava com os soldados
doentes de malária.
3 de julho de
1926 – Lampião ataca as cidades de Cabrobó - PE, Ouricuri - PE e Parnamirim -
PE.
7 de julho de
1926 - Lampião manda o cangaceiro Sabino Gomes atacar a cidade de Triunfo - PE,
saqueando o comércio local. Houve troca de tiros com a polícia, saindo mortos
dois soldados e o comandante da polícia local.
1 de agosto de
1926 – Lampião, com oitenta cangaceiros, ataca a fazenda Serra Vermelha, em
Serra Talhada - PE. A família Nogueira, composta do major João Alves Nogueira, do
seu filho Neneco e dos seus netos Luiz, Dãozinho, Raimundo e Gentil Nogueira,
combate, saindo mortos os cabras Zé Paixão e Antônio, ambos moradores de João
Nogueira, este tio-sogro de Zé Saturnino.
26 de agosto
de 1926 – O cangaceiro Horácio Novaes pede a Lampião para atacar a família
Gilo, na fazenda Tapera, em Floresta - PE, por conta de uma mentira que Horácio
contou a Lampião sobre o patriarca da família. Lampião então mata doze pessoas
da família e na hora de mostrar uma carta ao patriarca o mesmo responde que não
sabe ler e escrever, sendo morto na mesma hora por Horácio Novaes. Lampião
percebe a mentira de Horácio e ele sai do grupo indo embora para o sul do país.
2 de setembro
de 1926 - Lampião ataca novamente a cidade de Cabrobó - PE.
16 de setembro
de 1926 – Combate na fazenda Tigre, em Itacuruba - PE entre Lampião e o cabo
Francisco Liberato. Lampião foi ferido na omoplata e o cangaceiro Moreno no pé.
Lampião foi para a Serra da Cunha, em Tacaratu - PE tratar do ferimento. Lá
ficou escondido sobre a proteção do rico fazendeiro Ângelo Gomes de Lima, o
Anjo da Gia.
11 de novembro
de 1926 – Combate na fazenda Favela, em Floresta - PE entre Lampião e a força
volante comandada pelo cabo Manoel de Souza Neto e o sargento Zé Saturnino. A
força recuou, morrendo cinco soldados, sendo um deles João Gregório Ferraz
Neto, da família nazarena. Do lado dos cangaceiros morreram cinco homens. Após
o combate o capitão Muniz de Farias chegou à fazenda e mandou tocar fogo em
tudo por ter raiva do dono da fazenda.
25 de novembro
de 1926 – Lampião sequestra o viajante Mineiro Dias e vai até a Serra Grande,
em Serra Talhada - PE. Nessa serra acontece o maior combate entre cangaceiros e
a polícia. Participam do combate o major Theófanes Ferraz Torres, tenente
Higino Belarmino, tenente Sólon Jardim, sargento Arlindo Rocha, cabo Manoel
Neto, despedaçam Euclides Flor e mais quatrocentos homens. Lampião, do alto da
serra, comandava toda operação. Nenhum cangaceiro ferido. Dezenas de soldados
foram mortos.
25 de dezembro
de 1926 - Por conta da falta de munição, gasta no combate da Serra Grande, os
cangaceiros Antônio Ferreira, Luiz Pedro, Jurema e Biu vão até a fazenda Poço
do Ferro, em Tacaratu - PE, pertencente ao coiteiro Ângelo Gomes de Lima. O
cangaceiro Luiz Pedro estava limpando uma arma e acabou dormindo. Antônio
Ferreira, em ato de brincadeira, balança a rede para acordá-lo e a arma dispara
acidentalmente, atingindo Antônio Ferreira. Lampião é chamado até a fazenda.
Chegando lá encontra Antônio ainda vivo e isenta Luiz Pedro de culpa. Logo
depois, morre o cangaceiro Antônio Ferreira, seu irmão.
Em 1927, o
cangaceiro Jararaca à frente de um grupo, invade Carnaíba, em Pernambuco.
Zabelê é preso em Vila Bella. Com vários outros grupos de cangaceiros, Lampião
ataca a cidade potiguar Mossoró, no Rio Grande do Norte. O cangaceiro Colchete
foi morto em plena avenida, e Jararaca foi baleado e capturado. Dias depois foi
executado.
Em 1928, Morre
Sabino das Abóboras. Devido a violenta perseguição, Lampião atravessa o Rio São
Francisco e o cangaço lampiônico é introduzido na Bahia e Sergipe.
01 de março de
1929, Lampião entra pela primeira vez em Carira.
25 de novembro
de 1929, visita Capela.
No dia 22 de
dezembro de 1929, Lampião e seu bando promovem uma chacina em Queimadas (Bahia)
e fazem presepadas em outras cidades e fazendas arredores.
Em 1930, ano
da Revolução. Tem-se uma certa trégua entre cangaceiros e volantes. Entra a
primeira mulher no cangaço, Maria Bonita.
Em 1932, morre
Ezequiel Ferreira, irmão do rei do cangaço, Virgolino Ferreira da Silva, o
Lampião.
Em 28 de julho
de 1938, Lampião, Maria Bonita e mais nove companheiros foram massacrados na
fazenda Angico, no sertão do Estado de Sergipe.
28 de julho de
1994 Serra Talhada realiza a primeira edição do TRIBUTO A VIRGOLINO – A
CELEBRAÇÃO DO CANGAÇO, com vários grupos da cultura popular, cangaceiros e
volantes, historiadores e a família de Lampião.
Julho de 2012
a cidade de Serra Talhada estreia o maior espetáculo ao ar livre dos sertões –
O MASSACRE DE ANGICO – A MORTE DE LAMPIÃO, com 120 atores e figurantes.
Julho de 2019,
a cidade de Serra Talhada finalmente recebe as estátuas de Lampião, Maria
Bonita e Zabelê, colocada na frente do Museu do Cangaço, pela Fundação Cultural
Cabras de Lampião.
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