Por Antônio Corrêa Sobrinho
De uns anos
pra cá tenho resgatado, de jornais e revistas antigos, textos referentes a
acontecimentos passados em Sergipe e no Nordeste, os quais, uma vez
selecionados, reunidos e digitalizados, resultaram em livros (e-books), a
exemplo de “LAMPIÃO, MARIA BONITA E O CANGAÇO SOB O OLHAR DOS LITERATOS NOS
JORNAIS E REVISTAS” e “ANTÔNIO CONSELHEIRO E A GUERRA DE CANUDOS”.
Chegou a vez
das publicações da imprensa nacional de época sobre PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA,
livro que agora apresento.
Os
interessados adquirirão esta fonte documental das primeiras versões sobre o
inesquecível pároco do Juazeiro, acessando o site
www.antoniocorreasobrinho.com. O e-book custa 10,00 reais, a ser depositado na
conta PIX do meu filho Thiago Corrêa, chave nº 05215336512, este que pode ser
contatado também pelo WhatsApp (79) 99645-0898.
Sobre o livro,
leia a sua APRESENTAÇÃO, o qual ofereci ao heroico e glorioso CEARÁ, através
dos meus amigos, conterrâneos do Padre Cícero, a saber, RAIMUNDO GOMES, JULIANA
PEREIRA, MANOEL SEVERO, ADERBAL NOGUEIRA e ÂNGELO OSMIRO -
cultores e
promotores das coisas cearenses e nordestinas.
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APRESENTAÇÃO
Em qualquer
lista que se faça dos brasileiros mais notáveis da história, há de constar o
nome de CÍCERO ROMÃO BATISTA, o padre e político cearense, que no próximo dia
20 de julho completa 90 anos de falecido, justamente a idade que tinha quando
do seu passamento, em 1934. Estamos, portanto, a 180 anos do seu nascimento,
ocorrido em 24 de março de 1844.
No nordeste
brasileiro, região da sua exclusiva atuação, sua fama ultrapassa à alcançada
pelo rei do cangaço, Virgulino Lampião, pelo líder de Canudos, Antônio
Conselheiro e pelo rei do baião, Luiz Gonzaga.
Podemos
afirmar que Padre Cícero reside no panteão dos mais influentes religiosos
católicos, do passado e do presente, ao lado de José de Anchieta, Manuel da
Nóbrega, Antônio Vieira, Diogo Antônio Feijó e outros.
Sua fenomenal
existência ainda é objeto de análises, avaliações, teses, estudos acadêmicos,
traduções, interpretações. Da sua vida ainda cuidam biógrafos, sociólogos,
filósofos, psicólogos, teólogos, literatos, teatrólogos, cineastas.
Entretanto,
muitos ainda perguntam quem foi (realmente) Cícero Romão Batista, o filho do
Crato e fundador do Juazeiro, a atual Juazeiro do Norte, no Cariri cearense.
Fui parte
integrante dos que não conseguem enxergar com acurácia e precisão, o Padre
Cícero em toda a sua dimensão. Só consegui chegar ao ponto que me permitiu
absorver satisfatoriamente o singular sacerdote e homem público, quer dizer,
num modo mais resolutivo, claro, substancioso, através da leitura de impressos
a seu respeito trazidos pela imprensa de seu tempo.
Publicações
(notas, notícias, telegramas, comentários, análises, opiniões, reportagens,
poesias, entrevistas, editoriais) dos jornais e revistas: A Época (RJ), A
Federação (RS), A Fita (Santos, SP), A Gazeta (SP), A Lanterna (SP), A Lanterna
(RJ), A Manhã (RJ), A Mão Negra (Sobral, CE), A Noite (PB), A Noite (RJ), A
Noite (Suplemento) (RJ), Constituição (CE), A Ordem (Sobral, CE), A Província (PE),
A República (CE), A República (PR), A Tribuna (Santos, SP), ABC (RJ), Correio
da Manhã (RJ),Correio de Aracaju (SE), Correio de Petrópolis (RJ), Crítica
(RJ), D. Pedro II (CE), Diário da Manhã (CE), Diário da Manhã (ES), Diário da
Manhã (PE), Diário de Pernambuco (PE), Fon Fon (RJ), Gazeta de Notícias (RJ),
Gazeta do Povo (Santos, SP), Gazeta Popular (SP), Gutenberg (AL), Jornal de
Notícias (BA), Jornal do Brasil (RJ), A Fé Cristã (AL), Correio do Sul (Laguna,
SC), Jornal do Ceará (CE), Jornal do Commercio (RJ), Jornal do Penedo (AL),
Jornal do Recife (PE), Jornal Pequeno (PE), O Tacape (PE), Lavoura e Commercio
(Uberaba, MG), Correio do Juazeiro (CE), A União (RJ), Eu Sei Tudo (RJ),
Libertador (CE), Minas Novas (Minas Novas, MG), Nação Brasileira (RJ), Nortista
(Sobral, CE), O Apóstolo (RJ), A Gazeta (SC), O Cachoeirano (Cachoeiro do
Itapemirim, ES), O Cearense (CE), Cidade do Rio (RJ), O Combate (MA), O
Economista (Lisboa, Portugal), O Estado da Paraíba (PB), Folha do Norte (PA), O
Estado de Sergipe (SE), O Estado do Ceará (CE), O Estado do Paraná (PR), O
Imparcial (BA), O Jornal (RJ), O Lidador (Vitória de Santo Antão, PE), O Malho
(RJ), O Mez (PE), O Norte (PB), O Orbe (AL),O Paiz (RJ), O Progresso (Brusque,
SC), O Radical (RJ), O Rebate (CE), O Sitiá (Quixadá, CE), O Tempo (RJ), O
Trabalho (AL), Pátria (CE), Pedro II (CE), Praça de Santos (SP), Revista da
Semana (RJ), Vanguarda (Crato, CE), Vida Capixaba (ES), Vida Doméstica (RJ).
Mergulhei nos
escritos, muitos deles substanciosos, esclarecedores, eloquentes, retóricos, de
José Joaquim Teles Marrocos, Padre Luiz Inácio de Moura, Júlio César da Fonseca
Filho, José de Arimateia, Manoel Ferreira de Figueiredo, Antônio Sant’Anna
Junior, Guilherme M. Ramos de Maria, Flavio Gouveia, Ulysses de Albuquerque, Celso
Mariz, Artur Gomes de Matos, Felisberto Pereira, José Geraldo Bezerra de
Menezes, Padre Manoel Otaviano, Esmaragdo de Freitas, Meneses Barbosa, Gorgonio
Brígido dos Santos, Jarbas Peixoto, Jairo Martins, Rocha Pombo, José Carvalho,
Escragnolle Dória, Leonardo Mota, Abelardo de Lemos Lobo, Fran. Martins, Nini
Miranda, Galvão Raposo, Antônio Peregrino, Amora Maciel, Lourenço Filho, Mons.
Cunha Pedrosa, Américo Palha, Simão de Laboreiro, M. Paulo Filho, Costa Rêgo,
Jayme d’Altavilla, Elias Mallmann, Quixadá Felício, Benjamim Abraão, Pedro
Anísio, Noéli Corrêa, Teófilo de Barros Filho, Austregésilo de Athayde, Raquel
de Queiroz, Irineu Pinheiro.
E, também, nos
vários outros artigos, atribuídos a pseudônimos, como os de João de Casa e João
do Norte, e noutros sem autoria, além dos emanados dos próprios veículos de
comunicação, a exemplo do interessante embate, no final de 1911 e início de 12,
na série de artigos denominados “O Rei do Sertão” e o “O Padre Cícero Romão
Batista”, publicada pelo Jornal do Commercio e O Paiz, respectivamente, ambos
do Rio de Janeiro.
Convencido de
que este material, diverso e contrastante, uma vez reunido, para acareação,
comparação, confrontação, apreciação, num único campo de leitura, constitui uma
rica fonte documental sobre os primeiros apontamentos e pareceres relacionados
ao Padre Cícero; e, igualmente, convencido tratar-se dum luminar para quem
desejar extrair o essencial do padre do Juazeiro, digitalizei-o e transformei-o
em livro, exatamente este que agora apresento – CÍCERO ROMÃO BATISTA NA
IMPRENSA DO SEU TEMPO.
Dizer que,
nestes impressos históricos e literários vi Padre Cícero: nas sinuosidades, nos
tons e nas entrelinhas das exposições e argumentos apresentados; nos
posicionamentos pró e contra o seu nome; nos pontos de convergência, nas
unanimidades, nas generalizações, nas relativizações; nos interesses e
intenções dos seus avaliadores. Vi Padre Cícero, sim, nas suas falas,
pregações, discursos, na sua relação com a Igreja, nos seus gestos, nos seus
gostos, nas suas excentricidades, nos seus demonstrados sentimentos, nos seus
posicionamentos, nas suas contradições, nos seus milagres, na sua fé, nos seus
sertanejos, no seu meio ambiente, no seu tempo, na sua religiosidade, na sua
política, no seu humanismo, na sua ecologia, no seu ruralismo, na sua
psicologia, no seu espírito público, no seu patriotismo, no seu cristianismo.
Sim, ele se apresenta, neste conjunto de textos, para quem verdadeiramente
busca enxergá-lo.
Em quatro
momentos da vida pública do Padre Cícero seu nome foi destaque na imprensa
brasileira. Primeiro, nos anos derradeiros do século XIX e iniciais do XX,
quando da anunciação do suposto milagre da hóstia ensanguentada, atribuído à
beata Maria de Araújo. Segundo, quando da chamada Sedição do Juazeiro, que culminou
com a deposição do governador do Ceará, o coronel Franco Rabelo, no final de
1913 e início de 1914. Terceiro, na ocasião do seu encontro, em Juazeiro, em
1926, com o já mencionado cangaceiro Lampião. E, quarto, quando do seu
aniversário natalício de 90 anos, seguido da cirurgia que fez de catarata, e o
seu falecimento.
Faço a
observação supra para salientar que, salvo exceções, as manifestações
publicadas referentes ao padre Cícero Romão Batista, de ataque e de defesa do
seu nome, de apoio e elogio, de crítica e repúdio, de divinização e demonização
da sua pessoa, resultaram, menos de análises criteriosas, apartidárias,
imparciais, e mais da afetação sobre os seus julgadores, inclusive e
principalmente sobre os donos e chefes de jornais e revistas, das sobreditas
circunstancialidades, ou seja, dos contextos sociais em que Padre Cícero se
inseriu, como protagonista, ao longo de suas décadas de vida sacerdotal e
política. Campos férteis, estes cruciais momentos, de emanação de crenças,
ideologias, paixões, sentimentos, discriminações, preconceitos. Daí o sem
número de análises eivadas de subjetividades e tendenciosidades a respeito
deste indelével personagem da nossa história.
A íntegra do
Testamento do Padre Cícero; a série de textos de João do Norte (“Padre Cícero e
o Folclore”), criptônimo do advogado, jornalista e folclorista cearense Gustavo
Barroso; o manifesto em defesa da autenticidade do milagre da hóstia, escrito
pelo humanista e professor José Joaquim Teles Marrocos; a posição da Igreja em
relação ao suposto milagre – são leituras mais do que recomendadas.
Documento
inédito, esta coleção, considerando que são artigos, alguns, que vieram a lume
há mais de um século, esquecidos que estavam nas velhas gazetas e revistas,
muitas delas já extintas; textos lidos apenas por alguns, quando das
circulações dos destes diários e periódicos, desde então, vistos tão somente
por um ou outro frequentador de acervo. Até afirmo que estes escritos, reunidos
como aqui estão, foram lidos única e exclusivamente por mim. Você, leitor, será
o próximo a fazê-lo.
CÍCERO ROMÃO
BATISTA NA IMPRENSA DO SEU TEMPO é livro virtual (e-book, formato PDF), de
quase 500 páginas de textos, todos por mim selecionados, digitalizados e
atualizados ortograficamente, organizados respeitando a cronologia das datas
das suas edições (de 1871 a 1950). Providenciei ÍNDICE, no início do trabalho,
e juntei IMAGENS, no final.
Espero que
esta consolidação de textos antigos sobre o brasileiro Cícero Romão Batista,
este que, tal qual o longo e volumoso rio, que, malgrado os muitos obstáculos
que encontra no caminho, não o impede de desaguar no mar, encerrou sua carreira
como um vitorioso, íntegro, festejado, e por muitos santificado; este homem
que, de um singular ponto de vista, terminou se constituindo ele próprio o
incontestável milagre ocorrido no sertão nordestino, seja para os milhares e
milhares de sertanejos sofridos, sedentos principalmente de líder e pai, e para
a sua Juazeiro querida; como eu disse, espero que esta compilação satisfaça o
meu intento de proporcionar ao leitor um acesso fácil e rápido às primeiras
manifestações referentes ao padre Cícero Romão Batista.
Concluo
agradecendo à Biblioteca Nacional (BN) e à Universidade Federal de Sergipe
(UFS), pela disponibilização de seus acervos digitais; ao meu filho Thiago
Corrêa pela diagramação e capa do livro; e ao meu amigo, pesquisador,
professor, escritor, ator, youtuber, Robério dos Santos, da Itabaiana Grande,
pela ajuda e incentivo que a mim sempre dispensou.
Aracaju, julho
de 2024.
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