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terça-feira, 16 de julho de 2024

"PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA NA IMPRENSA DO SEU TEMPO"

 Por Antônio Corrêa Sobrinho

De uns anos pra cá tenho resgatado, de jornais e revistas antigos, textos referentes a acontecimentos passados em Sergipe e no Nordeste, os quais, uma vez selecionados, reunidos e digitalizados, resultaram em livros (e-books), a exemplo de “LAMPIÃO, MARIA BONITA E O CANGAÇO SOB O OLHAR DOS LITERATOS NOS JORNAIS E REVISTAS” e “ANTÔNIO CONSELHEIRO E A GUERRA DE CANUDOS”.

Chegou a vez das publicações da imprensa nacional de época sobre PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA, livro que agora apresento.

Os interessados adquirirão esta fonte documental das primeiras versões sobre o inesquecível pároco do Juazeiro, acessando o site www.antoniocorreasobrinho.com. O e-book custa 10,00 reais, a ser depositado na conta PIX do meu filho Thiago Corrêa, chave nº 05215336512, este que pode ser contatado também pelo WhatsApp (79) 99645-0898.

Sobre o livro, leia a sua APRESENTAÇÃO, o qual ofereci ao heroico e glorioso CEARÁ, através dos meus amigos, conterrâneos do Padre Cícero, a saber, RAIMUNDO GOMES, JULIANA PEREIRA, MANOEL SEVERO, ADERBAL NOGUEIRA e ÂNGELO OSMIRO -

cultores e promotores das coisas cearenses e nordestinas.

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APRESENTAÇÃO

Em qualquer lista que se faça dos brasileiros mais notáveis da história, há de constar o nome de CÍCERO ROMÃO BATISTA, o padre e político cearense, que no próximo dia 20 de julho completa 90 anos de falecido, justamente a idade que tinha quando do seu passamento, em 1934. Estamos, portanto, a 180 anos do seu nascimento, ocorrido em 24 de março de 1844.

No nordeste brasileiro, região da sua exclusiva atuação, sua fama ultrapassa à alcançada pelo rei do cangaço, Virgulino Lampião, pelo líder de Canudos, Antônio Conselheiro e pelo rei do baião, Luiz Gonzaga.

Podemos afirmar que Padre Cícero reside no panteão dos mais influentes religiosos católicos, do passado e do presente, ao lado de José de Anchieta, Manuel da Nóbrega, Antônio Vieira, Diogo Antônio Feijó e outros.

Sua fenomenal existência ainda é objeto de análises, avaliações, teses, estudos acadêmicos, traduções, interpretações. Da sua vida ainda cuidam biógrafos, sociólogos, filósofos, psicólogos, teólogos, literatos, teatrólogos, cineastas.

Entretanto, muitos ainda perguntam quem foi (realmente) Cícero Romão Batista, o filho do Crato e fundador do Juazeiro, a atual Juazeiro do Norte, no Cariri cearense.

Fui parte integrante dos que não conseguem enxergar com acurácia e precisão, o Padre Cícero em toda a sua dimensão. Só consegui chegar ao ponto que me permitiu absorver satisfatoriamente o singular sacerdote e homem público, quer dizer, num modo mais resolutivo, claro, substancioso, através da leitura de impressos a seu respeito trazidos pela imprensa de seu tempo.

Publicações (notas, notícias, telegramas, comentários, análises, opiniões, reportagens, poesias, entrevistas, editoriais) dos jornais e revistas: A Época (RJ), A Federação (RS), A Fita (Santos, SP), A Gazeta (SP), A Lanterna (SP), A Lanterna (RJ), A Manhã (RJ), A Mão Negra (Sobral, CE), A Noite (PB), A Noite (RJ), A Noite (Suplemento) (RJ), Constituição (CE), A Ordem (Sobral, CE), A Província (PE), A República (CE), A República (PR), A Tribuna (Santos, SP), ABC (RJ), Correio da Manhã (RJ),Correio de Aracaju (SE), Correio de Petrópolis (RJ), Crítica (RJ), D. Pedro II (CE), Diário da Manhã (CE), Diário da Manhã (ES), Diário da Manhã (PE), Diário de Pernambuco (PE), Fon Fon (RJ), Gazeta de Notícias (RJ), Gazeta do Povo (Santos, SP), Gazeta Popular (SP), Gutenberg (AL), Jornal de Notícias (BA), Jornal do Brasil (RJ), A Fé Cristã (AL), Correio do Sul (Laguna, SC), Jornal do Ceará (CE), Jornal do Commercio (RJ), Jornal do Penedo (AL), Jornal do Recife (PE), Jornal Pequeno (PE), O Tacape (PE), Lavoura e Commercio (Uberaba, MG), Correio do Juazeiro (CE), A União (RJ), Eu Sei Tudo (RJ), Libertador (CE), Minas Novas (Minas Novas, MG), Nação Brasileira (RJ), Nortista (Sobral, CE), O Apóstolo (RJ), A Gazeta (SC), O Cachoeirano (Cachoeiro do Itapemirim, ES), O Cearense (CE), Cidade do Rio (RJ), O Combate (MA), O Economista (Lisboa, Portugal), O Estado da Paraíba (PB), Folha do Norte (PA), O Estado de Sergipe (SE), O Estado do Ceará (CE), O Estado do Paraná (PR), O Imparcial (BA), O Jornal (RJ), O Lidador (Vitória de Santo Antão, PE), O Malho (RJ), O Mez (PE), O Norte (PB), O Orbe (AL),O Paiz (RJ), O Progresso (Brusque, SC), O Radical (RJ), O Rebate (CE), O Sitiá (Quixadá, CE), O Tempo (RJ), O Trabalho (AL), Pátria (CE), Pedro II (CE), Praça de Santos (SP), Revista da Semana (RJ), Vanguarda (Crato, CE), Vida Capixaba (ES), Vida Doméstica (RJ).

Mergulhei nos escritos, muitos deles substanciosos, esclarecedores, eloquentes, retóricos, de José Joaquim Teles Marrocos, Padre Luiz Inácio de Moura, Júlio César da Fonseca Filho, José de Arimateia, Manoel Ferreira de Figueiredo, Antônio Sant’Anna Junior, Guilherme M. Ramos de Maria, Flavio Gouveia, Ulysses de Albuquerque, Celso Mariz, Artur Gomes de Matos, Felisberto Pereira, José Geraldo Bezerra de Menezes, Padre Manoel Otaviano, Esmaragdo de Freitas, Meneses Barbosa, Gorgonio Brígido dos Santos, Jarbas Peixoto, Jairo Martins, Rocha Pombo, José Carvalho, Escragnolle Dória, Leonardo Mota, Abelardo de Lemos Lobo, Fran. Martins, Nini Miranda, Galvão Raposo, Antônio Peregrino, Amora Maciel, Lourenço Filho, Mons. Cunha Pedrosa, Américo Palha, Simão de Laboreiro, M. Paulo Filho, Costa Rêgo, Jayme d’Altavilla, Elias Mallmann, Quixadá Felício, Benjamim Abraão, Pedro Anísio, Noéli Corrêa, Teófilo de Barros Filho, Austregésilo de Athayde, Raquel de Queiroz, Irineu Pinheiro.

E, também, nos vários outros artigos, atribuídos a pseudônimos, como os de João de Casa e João do Norte, e noutros sem autoria, além dos emanados dos próprios veículos de comunicação, a exemplo do interessante embate, no final de 1911 e início de 12, na série de artigos denominados “O Rei do Sertão” e o “O Padre Cícero Romão Batista”, publicada pelo Jornal do Commercio e O Paiz, respectivamente, ambos do Rio de Janeiro.

Convencido de que este material, diverso e contrastante, uma vez reunido, para acareação, comparação, confrontação, apreciação, num único campo de leitura, constitui uma rica fonte documental sobre os primeiros apontamentos e pareceres relacionados ao Padre Cícero; e, igualmente, convencido tratar-se dum luminar para quem desejar extrair o essencial do padre do Juazeiro, digitalizei-o e transformei-o em livro, exatamente este que agora apresento – CÍCERO ROMÃO BATISTA NA IMPRENSA DO SEU TEMPO.

Dizer que, nestes impressos históricos e literários vi Padre Cícero: nas sinuosidades, nos tons e nas entrelinhas das exposições e argumentos apresentados; nos posicionamentos pró e contra o seu nome; nos pontos de convergência, nas unanimidades, nas generalizações, nas relativizações; nos interesses e intenções dos seus avaliadores. Vi Padre Cícero, sim, nas suas falas, pregações, discursos, na sua relação com a Igreja, nos seus gestos, nos seus gostos, nas suas excentricidades, nos seus demonstrados sentimentos, nos seus posicionamentos, nas suas contradições, nos seus milagres, na sua fé, nos seus sertanejos, no seu meio ambiente, no seu tempo, na sua religiosidade, na sua política, no seu humanismo, na sua ecologia, no seu ruralismo, na sua psicologia, no seu espírito público, no seu patriotismo, no seu cristianismo. Sim, ele se apresenta, neste conjunto de textos, para quem verdadeiramente busca enxergá-lo.

Em quatro momentos da vida pública do Padre Cícero seu nome foi destaque na imprensa brasileira. Primeiro, nos anos derradeiros do século XIX e iniciais do XX, quando da anunciação do suposto milagre da hóstia ensanguentada, atribuído à beata Maria de Araújo. Segundo, quando da chamada Sedição do Juazeiro, que culminou com a deposição do governador do Ceará, o coronel Franco Rabelo, no final de 1913 e início de 1914. Terceiro, na ocasião do seu encontro, em Juazeiro, em 1926, com o já mencionado cangaceiro Lampião. E, quarto, quando do seu aniversário natalício de 90 anos, seguido da cirurgia que fez de catarata, e o seu falecimento.

Faço a observação supra para salientar que, salvo exceções, as manifestações publicadas referentes ao padre Cícero Romão Batista, de ataque e de defesa do seu nome, de apoio e elogio, de crítica e repúdio, de divinização e demonização da sua pessoa, resultaram, menos de análises criteriosas, apartidárias, imparciais, e mais da afetação sobre os seus julgadores, inclusive e principalmente sobre os donos e chefes de jornais e revistas, das sobreditas circunstancialidades, ou seja, dos contextos sociais em que Padre Cícero se inseriu, como protagonista, ao longo de suas décadas de vida sacerdotal e política. Campos férteis, estes cruciais momentos, de emanação de crenças, ideologias, paixões, sentimentos, discriminações, preconceitos. Daí o sem número de análises eivadas de subjetividades e tendenciosidades a respeito deste indelével personagem da nossa história.

A íntegra do Testamento do Padre Cícero; a série de textos de João do Norte (“Padre Cícero e o Folclore”), criptônimo do advogado, jornalista e folclorista cearense Gustavo Barroso; o manifesto em defesa da autenticidade do milagre da hóstia, escrito pelo humanista e professor José Joaquim Teles Marrocos; a posição da Igreja em relação ao suposto milagre – são leituras mais do que recomendadas.

Documento inédito, esta coleção, considerando que são artigos, alguns, que vieram a lume há mais de um século, esquecidos que estavam nas velhas gazetas e revistas, muitas delas já extintas; textos lidos apenas por alguns, quando das circulações dos destes diários e periódicos, desde então, vistos tão somente por um ou outro frequentador de acervo. Até afirmo que estes escritos, reunidos como aqui estão, foram lidos única e exclusivamente por mim. Você, leitor, será o próximo a fazê-lo.

CÍCERO ROMÃO BATISTA NA IMPRENSA DO SEU TEMPO é livro virtual (e-book, formato PDF), de quase 500 páginas de textos, todos por mim selecionados, digitalizados e atualizados ortograficamente, organizados respeitando a cronologia das datas das suas edições (de 1871 a 1950). Providenciei ÍNDICE, no início do trabalho, e juntei IMAGENS, no final.

Espero que esta consolidação de textos antigos sobre o brasileiro Cícero Romão Batista, este que, tal qual o longo e volumoso rio, que, malgrado os muitos obstáculos que encontra no caminho, não o impede de desaguar no mar, encerrou sua carreira como um vitorioso, íntegro, festejado, e por muitos santificado; este homem que, de um singular ponto de vista, terminou se constituindo ele próprio o incontestável milagre ocorrido no sertão nordestino, seja para os milhares e milhares de sertanejos sofridos, sedentos principalmente de líder e pai, e para a sua Juazeiro querida; como eu disse, espero que esta compilação satisfaça o meu intento de proporcionar ao leitor um acesso fácil e rápido às primeiras manifestações referentes ao padre Cícero Romão Batista.

Concluo agradecendo à Biblioteca Nacional (BN) e à Universidade Federal de Sergipe (UFS), pela disponibilização de seus acervos digitais; ao meu filho Thiago Corrêa pela diagramação e capa do livro; e ao meu amigo, pesquisador, professor, escritor, ator, youtuber, Robério dos Santos, da Itabaiana Grande, pela ajuda e incentivo que a mim sempre dispensou.

Aracaju, julho de 2024.

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