Por Geraldo Maia do Nascimento
Em 13 de maio de 1926 entrou em circulação o “Correio do Povo”, semanário dirigido pelo jornalista José Octávio, tendo como redatores Jeremias Limeira e Manuel Rodrigues, além de vários colaboradores. O jornal tinha feição moderna, fazendo época nos anais da imprensa mossoroense pelo desassombro de seus artigos em tremenda oposição ao Governo Juvenal Lamartine. Circulou até dias do ano de 1930. Mas esse foi apenas mais um dos jornais que circulou em Mossoró. O primeiro jornal a circular na cidade foi “O Mossoroense”, um semanário político, comercial, noticioso e literário, que teve o seu primeiro número circulando em 17 de outubro de 1872, apresentando-se com os seguintes versos de T. Ribeiro: “Dissera Deus ao Sol: Surge, alumia! E iluminou-se o val, o monte, o albergue, o fruto, a flor, as palmas. Mas do espírito à luz chegara o dia, o seu fiat, enfim, diz Gutemberg, e fez-se o sol das almas”.
“O
Mossoroense” surgiu como um jornal político, de propriedade e redação de
Jeremias da Rocha Nogueira, declarando-se depois como órgão do Partido Liberal
de Mossoró e era dedicado aos interesses do Município, da Província e da
humanidade em geral. Passou por várias fases, com intervalos entre elas, e hoje
circula apenas de forma digital. E o terceiro jornal mais antigo do país ainda
em circulação. Em 1876 surgiu o “Recreio Familiar”, um jornal de pequeno
formato, dedicado à literatura, recreio e instrução do povo. Em 1901 apareceu o
ECO, periódico humorístico e ilustrado. Em 18 de julho de 1902 surgiu “A
Ideia”, órgão do Instituto Literário Dois de Julho, sob a direção de Olímpio
Melo, R. Rubira, Soares Júnior e Alves Tavares. Era impresso na Tipografia
Aurora Escocesa e saía uma vez por mês. Em 1903 foi lançada a “Trinta de
Setembro”, revista manuscrita, órgão do Grêmio Literário Augusto Severo e o
jornalzinho “Passatempo”, também manuscrito, do qual eram redatores Tércio
Rosado, Elesbão Filgueira e Roboão Filgueira. Em 17 de janeiro de 1904 surgiu
“O Comércio de Mossoró”, órgão do comércio, da indústria e da lavoura, que se
autodenominava como “folha hebdomadária e matutina”. Em princípio tinha a
redação única de Bento Praxedes, tendo depois alguns auxiliares, chegando a
contar com a colaboração do Dr. Filipe Guerra, Reverendo Padre Pedro Paulino,
Martins de Vasconcelos e dos acadêmicos José de Calazans, Bruno Pereira e
Orlando Correia. O jornal era de propriedade do capitão João Carlos Wanderley,
comerciante, residente em Macau, tendo como redator principal e diretor Bento
Praxedes, redator secretário Irineu d’Albuquerque e gerente das oficinas
Teófilo dos Anjos. O jornal, que era bem escrito, media 50 cm de comprimento
por 35 de largura. Ainda em 1904 surgiu “O Mensageiro”, periódico literário,
órgão da Mocidade Católica São Luís de Gonzaga e a “Revista União”, órgão
mensal das sociedades literárias Dois de Julho e Mocidade Católica. Publicado
seu primeiro número em 30 de julho, declarava no artigo de apresentação não ser
nada mais, nada menos que a fusão dos dois periódicos A Ideia e O Mensageiro.
Não havia redatores ostensivos, mas era bem escrito e dizia-se impressa na
Tipografia Potiguar. Em 1905 surgiu “O Santelmo”, que era um jornalzinho
literário, independente, crítico e noticioso, redigido por Francisco Bruno
Pereira. “A Alvorada”, que surgiu no dia 13 de dezembro de 1907, sob a direção
de A. Quintino. “A Atheneida”. O jornal A República, de 12 de abril de 1909
registrou o aparecimento do primeiro número desta revista, sob a direção do
acadêmico Sousa Nogueira. Boletim da “ABC” – Órgão da Associação de Normalistas
de Mossoró, cujo primeiro número desde boletim circulou no dia 12 de outubro de
1935, sob a direção do professor Alfredo Simonetti. Prometia circular nos dias
de comemoração cívica. Era impresso no Atelier Escóssia. Boletim do Congresso
Eucarístico Diocesano de Mossoró, que era exclusivamente destinado ao
noticiário e propaganda do Congresso Eucarístico Diocesano de Mossoró. Este
boletim circulava invariavelmente com quatro páginas, impressas em papel
jornal, inserindo artigos, notícias, recomendações para o bom êxito da grande
cruzada eucarística de 1946. “14 de Setembro” – Órgão anual dedicado aos
interesses da Sociedade União dos Aristas. O primeiro número deste jornal
circulou no dia 14 de setembro de 1928 em comemoração à data da fundação da
Sociedade União de Artistas, fundada em 14 de setembro de 1919. Era composto e
impresso nas oficinas gráficas do Atelier Octávio. “A Colmeia” – Órgão do
Grêmio Lítero-Dramático Sagrado Coração de Maria, que reapareceu em 1940. “O
Comerciário” – Jornal literário e noticioso bimestral. Órgão da Escola de
Comércio União Caixeiral, tinha como diretor o acadêmico Thiers Rocha, redator
Lahyre Rosado, secretário Gentil Fernandes e gerente Epifânio Costa. Temos
conhecimento apenas do número 10, que circulou em 11 de abril de 1937.
“Consagrando uma data” – Poliantéia dividida em duas partes: A primeira (ontem)
dedicada ao movimento abolicionista de 30 de setembro de 1883, baseada em
documentos históricos, e a segunda (hoje), em depoimento assinado pelos mais
altos expoentes da vida intelectual, social e política do município. Impressa
em papel nacional, nas oficinas do Atelier Escóssia, sob a responsabilidade da
Prefeitura de Mossoró, foi editada em 21 de setembro de 1941. “Desfile” – Órgão
da Associação de Normalistas do Ginásio Normal de Mossoró. O primeiro número
circulou no dia 11 de agosto de 1946 e tinha como diretora Teresinha Leite e
gerente Enoila Chaves. “A Escola” – Teve duas versões: uma de um grupo de
anônimos, que se dizia órgão lítero-humorístico, que tinha como redator Raul
Caldas. Temos notícia apenas do número 7, que circulou em 30 de maio de 1915.
Era impresso na Tipografia Martins. O segundo jornal com o mesmo nome era
publicado pelo Grêmio Literário Santa Luzia, tendo o seu primeiro número
circulado em 31 de maio de 1933, tendo como redator José Augusto, secretário
Laerte Fernandes e gerente Raimundo Soares. “O Espião” – Era um jornal
humorístico que saia durante a festa de Santa Luzia. O primeiro número circulou
em 3 de dezembro de 1954. Circulou diariamente nesse ano, dos dias 3 a 11 de
dezembro, e não tinha redatores ostensivos. “Expressão” – Revista da Fundação
Universidade Regional do Rio Grande do Norte. O primeiro número dessa revista
circulou no dia 30 de janeiro de 1969, tendo como diretor João Batista Cascudo
Rodrigues, diretor assistente, Raimundo Gurgel do Amaral, secretário Ramiro
Augusto Nunes, secretário assistente, José Gomes Neto. Desde número constam
relatórios sobre a Faculdade de Ciências Econômicas de Mossoró, Faculdade de
Serviço Social, Faculdade de Educação, Instituto de Ciências Humanas e
Instituto de Letras e Artes. “Jornal do Oeste” – Quinzenário político e
noticioso. Circulou o seu número 3 – ano I – em 4 de julho de 1948 e tinha como
diretor e gerente o deputado Walter Wanderley, pertencente a bancada do Partido
Social Democrático, na Assembleia Legislativa do Estado. “Meeting” – Mensário
independente em prol da cultura de Mossoró. Tinha como diretores responsáveis
Dorian Jorge Freire, Jaime Hipólito Dantas e José de Aragão Mendes. O número 2
circulou em setembro de 1953. “O Movimento” – Órgão do Centro Estudantil
Mossoroense. Temos conhecimento de uma edição que circulou em 6 de abril de
1949, que tem como diretores Apolônio C. Figueira e Lauro da Escóssia Filho,
redatores Jaime Hipólito Dantas, Dorian Jorge Freire e Wilson Lemos. “A
Palavra” – Jornal literário e noticioso que tinha como diretor Abílio Xavier de
Almeida. O seu número 7 circulou em 15 de agosto de 1926. “Poliantéia” –
Revista comemorativa do primeiro aniversário de falecimento do jornalista
Martins de Vasconcelos, composta e impressa nas oficinas de O Nordeste,
pertencente a firma F. Vasconcelos & Irmãos, que circulou no dia 22 de
dezembro de 1948, data do falecimento do jornalista José Martins de
Vasconcelos. “Presença de Dix-sept Rosado” – Revista em homenagem ao
ex-governador Dix-sept Rosado Maia, tragicamente desaparecido do desastre do
Rio do Sal, na manhã de 12 de julho de 1951, próximo a Aracaju/SE. Foi editada
em 30 de setembro de 1953. “Revista do 1º Congresso Eucarístico de Mossoró” –
Revista que circulou em 1946, com 174 páginas, confeccionada pela Indústria
Gráfica Brasileira S.A., de Recife/PE. “O Sempre Alerta” – Impresso em 6
páginas, tinha como diretor Bosco Afonso, redator-chefe Hermógenes Nogueira e
secretário Francisco Delgado. O número 22 circulou em 5/6 de dezembro de 1965.
“O Trabalho” – Órgão dedicado aos interesses da Liga Operária, que tinha como
diretor-responsável Raimundo Reginaldo da Rocha e redatores Manoel Assis, Mário
Cavalcanti e Lauro da Escóssia. Circulou em 1926. “A Voz do Estudante” – Órgão
do Centro Estudantil Mossoroense, que tinha como diretor José Augusto Rodrigues
e gerente-secretário Renato Costa. O primeiro número circulou no dia 10 de
outubro de 1935 e era impresso no Atelier de Mossoró. “Gazeta do Oeste” –
Fundada em 30 de abril de 1977 por Canindé Queiroz. “Jornal De Fato” – Fundado
em 28 de agosto de 2000, sob a direção do jornalista César Santos. É o único
jornal de Mossoró que continua sendo impresso. Em 2008 surgiu a “Folha Potiguar”,
fundada pelo sindicalista Judas Tadeu, mas teve curta duração. “O Gazeta
Potiguar” – Circulou pela primeira vez no dia 05 de junho de 2021, encabeçado
por Gilberto de Souza, com a colaboração de Neto Queiroz, Regy Carte e Willian
Robson. Esses fragmentos compõem parte da história da imprensa mossoroense, uma
história que precisa ser contada com toda a atenção que merece, antes que a
poeira do tempo a apague.
https://www.blogdogemaia.com/detalhes.php?not=1238
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