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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Bandoleiros Vermelhos - 20 de Agosto de 2009

Por: Geraldo Maia do Nascimento

Esse foi o nome dado a uma célula comunista organizada em Mossoró por Manuel Torquato, em maio de 1935. 
Lauro, atrás, Duarte Filho, Padre Américo e Aluízio Alves
Segundo Lauro da Escóssia, essa célula comunista agregava elementos influentes junto à classe operária das salinas, que em sua maior parte vivia oprimida, lutando pela sobrevivência. Seu chefe principal foi Manuel Torquato, embora se atribuísse a tutela intelectual do movimento a Miguel Moreira, seu companheiro de luta, dada a sua condição de rábula (advogado sem diploma), egresso do foro de Lages/RN, onde forjou suas idéias comunistas. Na célula, Manuel Torquato era conhecido como o “general” da revolução, enquanto Miguel Moreira era conhecido como o intelectual, e a ele cabia a elaboração das cartas que eram enviadas aos chefes nacionais da rebeldia e dos diversos manifestos. 
Sobre esse movimento, diz o Des. João Maria Furtado em seu livro “Vertentes”:
 “- Muitos meses após a derrocada da revolução extremista, surge nos municípios de Macau e Mossoró a primeira guerrilha vermelha da América, a antecessora de Che Guevara. Elementos operários das salinas, entre eles Manuel Torquato nem gesto evidentemente suicida sob o comando do advogado provisionado Miguel Moreira, penetraram na caatinga desses dois municípios e chegaram a assaltar propriedades e até ônibus das carreiras regulares para Mossoró, travando diversos choques com a Polícia. Morto Manuel Torquato, traiçoeiramente por um dos componentes da guerrilha, os demais foram presos, sendo que Miguel Moreira perdeu um olho na permanência de alguns meses em contínua movimentação nessa louca aventura”. 
Falando desse episódio das lutas mossoroenses, diz Brasília Carlos Ferreira em seu livro “O Sindicado do Garrancho”: 
“- Desde o início, a guerrilha teve um caráter puramente defensivo. Não foi elaborado qualquer plano de ataque. O objetivo era manter o grupo, que estava na clandestinidade, coeso preparando-se para intervir na “revolução” que estava prestes a eclodir. Enquanto esse momento não chegasse, caberia a eles alargar a base de sustentação do movimento, trabalhando a adesão dos camponeses.” 
O primeiro confronto que os “bandoleiros vermelhos” tiveram com a polícia, aconteceu numa localidade chamada três Vinténs, na saída de Mossoró, próximo ao Hotel Thermas, como nos informa Brasília Carlos Ferreira na obra já citada. “Era uma região de vegetação rala, sem árvores grandes e muito plana, com uma lagoa chamada Três Vinténs. Naqueles arredores, moravam dois integrantes do grupo que eram Feliciano e Marcelino. Era um lugar seguro, sendo as únicas casas existentes no local habitadas por familiares deles, que apoiavam o movimento. Feliciano, que até então não era visado, indo até a cidade em busca de mantimentos, envolveu-se num conflito com um soldado de polícia. A polícia, que desconhecia suas ligações com o grupo, ficou sabendo durante a perseguição que os homens estariam naquelas imediações e cercou o grupo. Eles conseguiram furar o cerco depois de intenso tiroteio que durou mais de uma hora.”
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Autor:
Geraldo Maia do Nascimento


Postado por: "Blog do Mendes e Mendes"

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