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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A boemia mossoroense, em 1947,

Segundo Seu Raibrito

O acesso a determinadas fotografias de época, as quais rapidamente as associei a um texto constante da obra Páginas Arrancadas (memórias), cujos dados acham-se descritos nas referências bibliográficas abaixo, motivaram-me a escrever esta postagem. Esta obra foi elaborada em 1976, e publicada em 2010. Gostaria de sugerir, sem compromissos, a todo mossoroense a leitura deste livro. O autor, Raimundo Soares de Brito, Raibrito, (91), natural de Caraúbas-RN, mas cidadão mossoroense. Nas diversas obras de sua autoria, priorizou a pesquisa e o resgate das memórias desta cidade, e o fêz de uma forma belíssima, com uma linguagem simples, até lúdica, sem rebusques e frescuras: escreveu com a alma. Transcrevo o texto constante da obra em referência, em sua página 51, como parte do conteúdo textual desta postagem.
"Naquele tempo a diversão principal aqui (Mossoró) era se fazer uma perninha pelos bares da cidade, tomar umas e outras e depois subir.
Imagem 01 - R. Nilo Peçanha, 1982. Mossoró-RN

Vamos subir? Todo mundo já sabia que o convite estava feito para se à zona - o ambiente noturno, alegre e único da cidade. Ali no Art Nouveau que a gente popularmente falando dizia Alto do Louvour, se encontrava de tudo para saciar os desejos da carne: música, jogo de baralho, roletas, bebidas e mulheres. Sobretudo mulheres ... 
Imagem 02 - Luzia Queiroz, 1959. Mossoró-RN

Afora o Bar Brahma, quase todas as outras pensões era conhecidas pelos nomes das suas proprietárias: Maria Florentina, Luizinha, Maria Cordeiro, Zeca de Manduca, além de outras casas alegres pelas imediações sem falar no Rasga ou Cai Pedaço onde funcionava o baixo meretrício. Ali pelas imediações uma série de carrocinhas e pequenos comerciantes fazia um comércio ambulante onde se encontravam o cigarro, confeitos, chicletes, pipocas e uma série de outras guloseimas. Cristino sobressaia-se com galhardia vendendo suas afamadas avoêtes e outros salgadinhos que iludiam os estômagos, quase sempre encharcados de bebidas, de todos nós.
Depois, vieram as pensões com nomes pomposos, algumas até hoje existentes: Las Vegas, de Núbia; Coimbra de Luzia Queiroz; Estrela de D. Laura; Casablanca e outras, dizem que agora sem a movimentação, a alegria e o encanto daqueles tempos. A concorrência dos Motéis e de casas clandestinas e a licenciosidade mataram aquele comércio pecaminoso, mas alegre de carne humana, dos nossos dias de juventude e mocidade .. "
 A imagem 01 mostra um dos trecho da Rua Nilo Peçanha, no antigo Alto do Louvor e a imagem 02, retrata aquela que foi a proprietária da boite Coimbra, Luzia Queiroz, in memorian, com seus filhos. Manuelito Pereira, (1910-1980), deva ser o provável autor das imagens.
Citarmos as fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos. Télescope.
Fontes: Origem do arquivo fotográfico - site Azougue.com, acessado em 29/12/2010.

Extraído do Blog Memória Fotográfica

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