Por: Antonio Vicelmo - Repórter
Moreno e
Durvina foram localizados pelo cineasta cearense Wolney Oliveira, que estava
produzindo o documentário "Lampião, o Governador do Sertão". Uma das
filhas do casal, Neli, ajudou o cineasta - a chave foi um filho que
Os cangaceiros Durvalina e Moreno
Durvina e
Moreno deixaram com um padre, em Tacaratu, no sertão pernambucano, enquanto
fugiam. A primeira providência de Wolney foi trazer o casal de volta às suas
origens: Paulo Afonso, na Bahia, onde nasceu Durvina, e Brejo Santo, no Ceará,
onde estão os parentes de Moreno.
A volta ao passado foi acompanhada pelo Diário do Nordeste. Ele foi recebido como herói, em Brejo Santo, de onde saiu em 1930, com vários crimes nas costas. Moreno foi recepcionado com festa. Concedeu entrevistas às emissoras de rádio e abraçou sobrinhos e amigos de infância. A mesma recepção festiva aconteceu com Durvina, em Paulo Afonso, sua terra natal, também acompanhada pelo Diário do Nordeste.
Segundo Nely Maria da Conceição, 60 anos, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de Durvina, em 2008, ele entrou em depressão e sempre falava assim ´Mãezinha vem me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvina´. Ele estava sofrendo muito", disse.
Recentemente, ele se submeteu a uma cirurgia de câncer de próstata. Urinava com o auxilio de uma sonda. Não tinha condições de viajar. Por isso, não participou do "Cariri Cangaço", realizado no mês passado, em Crato, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha e Aurora.
Em Brejo Santo, na conversa com os parentes, entre risos, lágrimas e versos improvisados, reviveu a sua adolescência sofrida marcada por um ardente desejo de ser soldado de Polícia. O destino, entretanto, lhe foi cruel. Terminou levando uma surra da Polícia de Brejo Santo, sob a acusação injusta de ter roubado um carneiro. Quando saiu da cadeia, matou o homem que o denunciou e que era o verdadeiro ladrão do carneiro.
A partir daí virou uma fera. Matou e castrou alguns dos seus perseguidores. Ele nega estes crimes, dizendo que não assassinou ninguém em Brejo Santo. Mas, a própria família confirma as atrocidades praticadas por Moreno que, com 19 anos, fugiu para a Paraíba. Em Cajazeiras, matou mais um. Fugiu para Alagoas, onde já chegou com a fama de valente.
Cangaceiro
Tentou a profissão de barbeiro. Foi contratado por um proprietário rural para defender uma fazenda do ataque dos cangaceiros. Terminou se integrando ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem se tornou amigo. Dirigiu o seu próprio grupo. Participou de todos os tiroteios entre cangaceiros e policiais na década de 30.
Nas suas contas, matou cerca de 21 homens. Os historiadores dizem que este número é muito maior. "Ele dirigiu o seu próprio grupo e foi um dos cangaceiros mais cruéis", garante o escritor Magérbio Lucena. Moreno justificava: "Estava ali para matar e morrer, não tinha alternativa". E complementava: "Só atirava, quando o inimigo estava na mira do meu mosquetão".
Antônio Vicelmo
A volta ao passado foi acompanhada pelo Diário do Nordeste. Ele foi recebido como herói, em Brejo Santo, de onde saiu em 1930, com vários crimes nas costas. Moreno foi recepcionado com festa. Concedeu entrevistas às emissoras de rádio e abraçou sobrinhos e amigos de infância. A mesma recepção festiva aconteceu com Durvina, em Paulo Afonso, sua terra natal, também acompanhada pelo Diário do Nordeste.
Segundo Nely Maria da Conceição, 60 anos, filha do casal, o pai já pedia para morrer há mais de dois anos, sempre chamando pela mãe. "Depois da morte de Durvina, em 2008, ele entrou em depressão e sempre falava assim ´Mãezinha vem me buscar. Já vi tudo que tinha pra ver. Quero encontrar Durvina´. Ele estava sofrendo muito", disse.
Recentemente, ele se submeteu a uma cirurgia de câncer de próstata. Urinava com o auxilio de uma sonda. Não tinha condições de viajar. Por isso, não participou do "Cariri Cangaço", realizado no mês passado, em Crato, Juazeiro, Barbalha, Missão Velha e Aurora.
Em Brejo Santo, na conversa com os parentes, entre risos, lágrimas e versos improvisados, reviveu a sua adolescência sofrida marcada por um ardente desejo de ser soldado de Polícia. O destino, entretanto, lhe foi cruel. Terminou levando uma surra da Polícia de Brejo Santo, sob a acusação injusta de ter roubado um carneiro. Quando saiu da cadeia, matou o homem que o denunciou e que era o verdadeiro ladrão do carneiro.
A partir daí virou uma fera. Matou e castrou alguns dos seus perseguidores. Ele nega estes crimes, dizendo que não assassinou ninguém em Brejo Santo. Mas, a própria família confirma as atrocidades praticadas por Moreno que, com 19 anos, fugiu para a Paraíba. Em Cajazeiras, matou mais um. Fugiu para Alagoas, onde já chegou com a fama de valente.
Cangaceiro
Tentou a profissão de barbeiro. Foi contratado por um proprietário rural para defender uma fazenda do ataque dos cangaceiros. Terminou se integrando ao grupo de Virgínio, cunhado de Lampião, de quem se tornou amigo. Dirigiu o seu próprio grupo. Participou de todos os tiroteios entre cangaceiros e policiais na década de 30.
Nas suas contas, matou cerca de 21 homens. Os historiadores dizem que este número é muito maior. "Ele dirigiu o seu próprio grupo e foi um dos cangaceiros mais cruéis", garante o escritor Magérbio Lucena. Moreno justificava: "Estava ali para matar e morrer, não tinha alternativa". E complementava: "Só atirava, quando o inimigo estava na mira do meu mosquetão".
Antônio Vicelmo
Repórter
Se você quiser ler o artigo completo clique no link abaixo:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=847193
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