Por: João de Sousa Lima
Uma visita a
um dos últimos guerreiros de Lampião
José Alves de
Matos, o ex-cangaceiro Vinte e Cinco é um dos três últimos cangaceiros vivos.
Ainda lúcido tem uma memória privilegiada e apesar dos seus 95 anos de idade,
sempre recebe visitas em sua residência na capital alagoana para falar do seu
tempo de cangaceiro. Ele lembrou de nosso último encontro há exatos seis anos.
José Alves de
Matos nasceu em Paripiranga, Bahia, na fazenda Alagoinha. Teve vários
primos e sobrinhos com ele no cangaço, tais como: Santa Cruz, Pavão,
Chumbinho, Ventania e Azulão. No dia que entrou para o bando de Corisco o seu
sobrinho Santa Cruz entrou no grupo de Mariano.
Corisco
e Vinte e Cinco em plena atividade, posaram para
Benjamim Abrahão em 1936/37.
Vinte e Cinco
discutiu com Dadá e saiu do grupo de Corisco para o grupo de Lampião. Podemos
vê-lo em foto ao lado de Corisco e em outro momento ao lado de Lampião. Quando
da morte de Lampião Vinte e cinco havia ido com os dois irmãos Atividade e
Velocidade buscar uns mosquetões e umas munições.
Vinte e Cinco
vem de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs e depois seu pai
casou novamente e nasceram mais cinco homens e três mulheres. Quando acabou o
cangaço e se entregou com alguns companheiros em Poço Redondo, Sergipe, acabou
ficando preso por quatro anos em Maceió e dentro da cadeia começou a estudar,
quando recebeu o alvará de soltura conseguiu entrar no estado como Guarda
Civil, conseguindo a vaga através de um amigo.
Período
das entregas: "25", sentado ao centro de óculos escuros.
Quando o
governador Ismar de Góis Monteiro descobriu que ele havia sido
cangaceiro, convocou o secretário de Justiça do Estado, o senhor Ari Pitombo e
disse que não podia ficar com ele na guarda, pois ele havia sido cangaceiro, o
secretário procurou o chefe da guarda, o major Caboclinho e o major disse que
ele era entre os 38 guardas o melhor profissional que ele tinha.
O Secretário
resolveu fazer um concurso entre eles e José Alves contratou duas professoras,
esqueceu as festas e curtições e foi estudar bastante, o que lhe rendeu o
primeiro lugar na primeira fase. Na segunda fase se classificou entre os
melhores, e quase foi reprovado na parte de tiro, pois era acostumado com o
Parabéllum, e teve que atirar com um "38", só passando depois que
atirou com o parabélum e acertou o alvo, depois de duas sequências de erros com
a outra arma.
Hoje José
Alves de Matos é aposentado como funcionário público estadual.
João
de Sousa Lima, José Alves de Matos e Josué Santana.
José
Alves com sua família, a esposa Mariza, as filhas Dilma e Dalma, o
Genro Givanildo, a Neta Juliana, o neto João Pedro e a bisneta Maria
Eduarda.
José
Alves e a esposa Mariza
Adendo Lampião
Aceso
Via comentário o confrade Fábio Menezes nos chamou a atenção para um
possivel lapso de memória do "Vinte e Cinco": Quando ele se refere
que no dia 28 de julho estava numa missão acompanhado dos irmãos "Atividade" e "Velocidade...
Quanto ao cabra "Velocidade" é bem provável, mas e o companheiro Atividade?
morto desde o 5 de junho de 1938? Como apresentado na pesquisa de Ivanildo
Silveira Leia aqui comungando
com outros trés autores, entre estes: Bismarck Martins, Elise Jasmin na página
146 do seu livro "Cangaceiros" com foto e legenda cedida por
Frederico Pernambucano de Mello.
Fontes:
http://www.joaodesousalima.com/
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br
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