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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"João no coito de Vinte e Cinco"

Por: João de Sousa Lima

Uma visita a um dos últimos guerreiros de  Lampião

José Alves de Matos, o ex-cangaceiro Vinte e Cinco é um dos três últimos cangaceiros vivos. Ainda lúcido tem uma memória privilegiada e apesar dos seus 95 anos de idade, sempre recebe visitas em sua residência na capital alagoana para falar do seu tempo de cangaceiro. Ele lembrou de nosso último encontro há exatos seis anos.

José Alves de Matos nasceu em Paripiranga, Bahia, na fazenda Alagoinha. Teve vários primos  e sobrinhos com ele no cangaço, tais como: Santa Cruz, Pavão, Chumbinho, Ventania e Azulão. No dia que entrou para o bando de Corisco o seu sobrinho Santa Cruz entrou no grupo de Mariano.

 Corisco e Vinte e Cinco em plena atividade, posaram para Benjamim Abrahão em 1936/37.

Vinte e Cinco discutiu com Dadá e saiu do grupo de Corisco para o grupo de Lampião. Podemos vê-lo em foto ao lado de Corisco e em outro momento ao lado de Lampião. Quando da morte de Lampião Vinte e cinco havia ido com os dois irmãos Atividade e Velocidade buscar uns mosquetões e umas munições.

Vinte e Cinco vem de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs e depois seu pai casou novamente e nasceram mais cinco homens e três mulheres. Quando acabou o cangaço e se entregou com alguns companheiros em Poço Redondo, Sergipe, acabou ficando preso por quatro anos em Maceió e dentro da cadeia começou a estudar, quando recebeu o alvará de soltura conseguiu entrar no estado como Guarda Civil, conseguindo a vaga através de um amigo.

 Período das entregas: "25", sentado ao centro de óculos escuros.

Quando o governador Ismar de Góis  Monteiro descobriu que ele havia sido cangaceiro, convocou o secretário de Justiça do Estado, o senhor Ari Pitombo e disse que não podia ficar com ele na guarda, pois ele havia sido cangaceiro, o secretário procurou o chefe da guarda, o major Caboclinho e o major disse que ele era entre os 38 guardas o melhor profissional que ele tinha.

O Secretário resolveu fazer um concurso entre eles e José Alves contratou duas professoras, esqueceu as festas e curtições e foi estudar bastante, o que lhe rendeu o primeiro lugar na primeira fase. Na segunda fase se classificou entre os melhores, e quase foi reprovado na parte de tiro, pois era acostumado com o Parabéllum, e teve que atirar com um "38", só passando depois que atirou com o parabélum e acertou o alvo, depois de duas sequências de erros com a outra arma. 

Hoje José Alves de Matos é aposentado como funcionário público estadual.

João de Sousa Lima, José Alves de Matos e Josué Santana.

José Alves com sua família, a esposa  Mariza, as filhas Dilma e Dalma, o Genro Givanildo, a Neta Juliana, o neto João Pedro e a bisneta Maria Eduarda.

José Alves e a esposa Mariza

Adendo Lampião Aceso

Via comentário o confrade Fábio Menezes nos chamou a atenção para um possivel lapso de memória do "Vinte e Cinco": Quando ele se refere que no dia 28 de julho estava numa missão acompanhado dos irmãos "Atividade" e "Velocidade... Quanto ao cabra "Velocidade" é bem provável, mas e o companheiro Atividade? morto desde o 5 de junho de 1938? Como apresentado na pesquisa de Ivanildo Silveira Leia aqui comungando com outros trés autores, entre estes: Bismarck Martins, Elise Jasmin na página 146 do seu livro "Cangaceiros" com foto e legenda cedida por Frederico Pernambucano de Mello.

Fontes:
http://www.joaodesousalima.com/
http://lampiaoaceso.blogspot.com.br

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