Por: Geraldo Maia do Nascimento
Em
21 de abril de 1934 dava-se o Juramento à Bandeira e entrega de certificados de
reservistas de 2ª categoria do Exército Nacional à primeira turma de atiradores
do Tiro de Guerra 42. O solene acontecimento foi realizado no Cine-teatro
Almeida Castro sob a presidência do Dr. Antônio Soares Júnior, Prefeito de
Mossoró.
Em
7 de novembro de 1909, num belo dia de domingo, era criado o Tiro de Guerra de
Mossoró, como forma de prover a cidade de um grupo de atiradores treinados para
defender a cidade quando necessário. Os Tiros de Guerra são uma experiência
brasileira vigente desde o século XIX, quando Antônio Carlos Lopes (1870 -
1931), fundou na cidade de Rio Grande - RS, uma sociedade de tiro ao alvo com
finalidades militares.
Antônio
Carlos, com cerca de 20 anos, foi testemunha dos sangrentos episódios em Rio
Grande-RS, decorrentes da Guerra Civil de 1893-95, combinados com a Revolta da Armada
(1893-94).Possuidor do curso de Farmacêutico Químico, realizado em Ouro
Preto-MG, foi até a Suíça a fim de estagiar em seus famosos laboratórios. Lá
teve a sua atenção despertada pelo sistema de defesa daquele país, onde cada
cidadão recebia instrução de tiro e uma arma, que guardava em casa, ficando em
condições de atender à convocação militar quando fosse necessário. De volta à
terra natal, onde se estabeleceu como comerciante, foi que concebeu sua ideia
de defesa do Brasil com poucos recursos e com potencial de mobilizar em
emergências grande número de reservistas atiradores, habilitados no uso das
armas de fogo.
Em
Mossoró, tudo começou quando às 16h00min daquele domingo, no salão nobre do
antigo Colégio Diocesano Santa Luzia, se reunia uma boa parcela da sociedade
mossoroense, com o objetivo de organizar um clube com fins militares, que se
denominaria \"Sociedade Brasileira do Tiro Mossoroense\". Essa
reunião era dirigida por uma alta patente da Guarda Nacional, que convidou tão
logo se concretizou o ato, a comparecer todos os cidadãos que dela desejassem
fazer parte. Estava criado assim o Tiro de Guerra de Mossoró, tendo a data de 7
de novembro de 1909 como marco na história de sua criação.
A ideia da criação do Tiro de Guerra de Mossoró foi bem aceita pela sociedade, tanto assim que os jornais da época se ocuparam de ressaltar a sua importância. \"Na sua edição de 14 de novembro de 1909 o jornal \"Comércio de Mossoró\" trazia um artigo onde dizia: \"Sob os melhores auspícios e com numerosa assistência foi fundada a Sociedade Brasileira do Tiro Mossoroense, que será instalada no dia 15 do corrente, sendo eleita e empossada a diretoria que tem de geri-la no primeiro ano social.\"
A
\"Sociedade Brasileira do Tiro Mossoroense\" começou com 81 sócios,
sendo a sua primeira diretoria constituída, de acordo com a matéria publicada
no jornal \"Comércio de Mossoró\" - edição de 21/11/1909, da seguinte
forma: Presidente - Bento Praxedes; Vice-Presidente - Ten. Cel. Antônio
Filgueira Filho; Tesoureira - Alfredo Fernandes; Secretário - Antônio Quintino;
Diretor de Tiro - Major Romão Filgueira; Membros - João Capistrano, Major
Vicente Couto (da Guarda Nacional), José Pedro do Monte, Tenente Vicente
Ferreira Cunha da Mota e Genuíno Alves de Souza. Comissão de Contas: Francisco
Borges de Andrade, João Nogueira da Costa e Raymundo Jovino de Oliveira.
No
dia 23 de novembro de 1910 houve a incorporação da Sociedade Brasileira do Tiro
Mossoroense à Confederação do Tiro Brasileiro, sob o número 42, na terceira
categoria, passando a ser conhecido como \"Tiro de Guerra 42\". Com a
promulgação da nova Lei do Serviço Militar em 1946 (Dec. Lei nº 9500, de 23 de
julho de 1946), que implantou o recrutamento na forma de convocação geral por
classe, os Tiros de Guerra passaram a ter uma posição de destaque na formação
da reserva do Exército Brasileiro, pois se situavam em cidades que possuíam um
número de jovens aptos para o Serviço Militar. Houve renumeração nos TGs,
passando o antigo TG 42 a ter o nº 188 (TG-188), passando depois para
TG-07-010, o que significa dizer que é o Tiro de Guerra 010 da 7ª Região
Militar.
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
Fontes:
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