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Imagens
ilustrativas da postagem retratam uma visão parcial dos lados leste e sul desta
praça, em 1937, que somente a partir de 1953 ela foi rebatizada de Praça
Vigário Antonio Joaquim. As imagens ressaltam a Rua do Triunfo. Grande
parte do seu casario e palacetes ainda se fazia presente naquela data,
edificações estas, em sua maioria, pertencentes à elite comerciante e
empresarial da cidade. Na imagem , ao centro da praça, vê-se o jardim
público construído na administração do Prefeito Constitucional Padre Luiz da
Mota, (1897-1966), cujo período administrativo foi de 1936-1945. De acordo com
a historiografia local, este prefeito foi o JK – Juscelino Kubistchek de
Mossoró: pavimentou e arborizou ruas, construiu jardins, praças, escolas,
hospitais, ou seja, colocou ordem na caótica cidade, dando-lhe aspectos
civilizatórios.
Nos primórdios
da fundação da Vila de Mossoró, 1772, a rua em maior destaque na figura 01,
denominava-se, por Rua do Cotovelo, posteriormente, a partir de 1869, fala-se
em Rua do Triunfo. O jornalista Lauro da Escóssia informa: "A rua do lado
direito da Catedral de Santa Luzia, desde seu princípio na Vicente Sabóia até o
segundo quarteirão, finalizando no Edifício Rocha – o velho sobrado de Delmiro
Rocha, tem o nome de Rua do Triunfo". Atualmente, conforme informações
obtidas, os nomes destas ruas desapareceram, existindo apenas a atual
denominação da Praça Vigário Antonio Joaquim. O que é realmente muito estranho,
pois toda praça é constituída por ruas que a ladeiam, inclusive, as ruas são
importantes em função da identificação numérica das edificações.
Figura 01 - Praça da Matriz de Santa Luzia, em 1945 - com as Ruas 30 de Setembro e do Triunfo
A figura 01
mostra, da esquerda para direita, o trecho final da Rua 30 de Setembro,
constando apenas duas casas, a Travessa da Imprensa e o início da Rua Cel.
Vicente Sabóia, e, em perpendicular em frente a esta, a Rua do Triunfo.
Na tentativa do resgate da identificação dos proprietários destes antigos
sobrados e casarões da Rua do Triunfo, no sentido leste-oeste, a primeira
edificação, na esquina e à esquerda da figura 06, correspondia ao Bar Elite, de
propriedade de Eduardo dos Santos que instalou-se nos antigos quartos
reformados de Chico Chagas, onde este tinha a sua padaria. Em seguida, à
direita, vem o velho casarão que pertenceu ao Padre Mota, vizinho a este,
estava a casa onde residiu Mário Bigode antigo mestre de uma banda de música
local, vizinha a esta casa, estava um imóvel de Manoel Benício de Melo que
serviu de presídio político, em 1935. A casa, ao lado, com dois pavimentos, foi
residência de Aristóteles Wanderlei, e também, por um certo período, serviu de
estação do telégrafo. Posteriormente, Antonio Teodoro, gerente da M.F do
Monte, passou a ser o seu novo residente. Este sobrado, segundo Raimundo Nonato
da Silva, em 1963, passou a ser a sede da Rádio Rural, fundada pelo Monsenhor
Américo Vespúcio Simonetti, (1929-2009). Como a Rádio Rural pertence à Fundação
Santa Luzia, atualmente este imóvel continua a existir, cujo proprietário é a
Diocese de Mossoró. Este imóvel foi doado à Diocese por Miguel Faustino
do Monte, (1858-1952), que foi um dos homens mais ricos do oeste potiguar. Observa-se
que a História do Oeste Potiguar é contada pelo método foitinha, isto é, pelos
tempos verbais foi e tinha.
O autor das
imagens procurou dar vida à captura, adicionando o elemento humano à paisagem,
como se vê a senhora com o vestuário característico dos anos trinta do Século
XX; na ponta final da praça, na parte esquerda e inferior da foto, vê-se uma
criança.
Figura
02 - Praça da Matriz de Santa Luzia, com a Rua do triunfo, ao fundo. 1937.
Na figura 02,
a Rua do Triunfo continua nesta imagem, em sequência, o conjunto das três casas
geminadas e no mesmo estilo arquitetônico, formava o chalé, em estilo francês,
construído por Delfino Freire, (1861-1926), que foi um rico comerciante da
praça mossoroense, do final do Século XIX ao início do XX. Delfino Freire é
patrono de uma rua situada no distrito 605. O chalé não mais existe, em seu
lugar, na década de 1960, foi construído um moderno hotel, o Esperança Palace
Hotel, e, atualmente, funciona a Câmara Municipal da Cidade.
Na figura 03,
as casas seguintes á direita do chalé, na esquina confluente com a Rua Idalino
de Oliveira, a primeira foi a Recebedoria de Rendas Estadual, construída no
governo de Juvenal Lamartine, (1874-1956). Antes da reforma, era uma
grande casa pertencente a Chico Oliveira, antigo comerciante pertencente à
firma Oliveira & Irmãos. Esta edificação, também, não mais existe. Mossoró
é como Saturno, destrói o seu próprio patrimônio histórico.
Figura 03 - Praça da Matriz de Santa Luzia, com a Rua do triunfo, ao fundo. 1937.
A casa
seguinte à Recebedoria era o sobrado de Manuel Benício de Melo. No térreo, era
o seu escritório comercial e no pavimento superior, a sua residência. Segundo
Raimundo Soares de Brito, neste velho sobrado de número 99, por muitos
anos, também, funcionou a estação do telégrafo de Mossoró, inclusive quando do
ataque de Lampião à cidade, em 13 de junho de 1927, foi transformado em
trincheira de defesa. E, o casarão seguinte, vizinho a este sobrado, foi a
residência da família da Viúva Reis.
Esta reconstituição,
tem as suas falhas, mas somente foi possível fazê-la, por meio de obras
garimpadas em sebos literários, fora do RN, pois, em Mossoró, não se obtem
nada, nem resposta às correspondências enviadas a órgão competentes,
solicitando informações. Portanto, jamais destrua um livro, caso ele não mais
caiba em sua casa, repasse-o a algum sebo.
Recentemente, empreendeu-se
contato com a Fundação José Augusto, em Natal, RN, em busca de uma obra,
publicada pela mesma, em 10/10/2007, intitulada Padre Mota, de autoria de
Tomislav R. Femenick (o autor é familiar do biografado), mas, para surpresa,
conforme o retorno da consulta, nenhum funcionário daquela Fundação sequer
ouviu falar da obra ou do autor. Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém ouviu.
Extremamente lastimável a situação cultural deste país!
Citarmos as
fontes é respeitar quem pesquisou e dar credibilidade ao que escrevemos.
Fontes
consultadas: Brito, Raimundo Soares de Brito, edições 2003 e 1985; Cascudo,
Luís da Câmara, edição 2001; Escóssia, Lauro da., edição 2010; Rosado, Jerônimo
Vingt-un, edição 2006; Silva, Raimundo Nonato da, edições 1973 e 1974. Origem
das imagens: Azougue.org.
Arquivo anteriormente publicado em 13/12/2099, no site Blog Telescope Uol
Postado há 6th
February por Télescope
Fonte:
http://blogdetelescope.blogspot.com.br/2013/02/praca-da-matriz-de-santa-luzia-1937-i.html
Enviado pelo pesquisador José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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