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sábado, 28 de setembro de 2013

Jornal "A Tarde" 13 de abril de 1928 - O “TRUC” DE UM GOVERNADOR

Por: Rubens Antonio

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Como o sr. Costa Rego desarmou o sertão de Alagoas  

RIO, 12 (A TARDE) – Numa roda de amigos em que se achava conhecida figura, provinda de Maceió, ouvi a seguinte interessante narrativa: 

Empenhado em acabar com o banditismo no Estado de Alagoas, o governador Costa Rego architetou e poz em pratica uma medida original.

Allegando receios de reacção contra o seu governo, o sr. Costa Rego teria dirigido aos chefes politicos do interior, dos quaes alguns eram protectores conhecidos de cangaceiros, uma circular alludindo a essas suspeitas e pedindo o apoio a cada um delles, apoio que consistiria em reunir o maior numero possivel de homens destemidos, embarcando–os para a capital, para onde deveriam vir logo armados e municiados, trazendo a maior quantidade de armas e munições que fosse possivel arrecadar.

Á vista dessa circular, e querendo dar arrhas de maior dedicalão ao governo, cada um desses chefes entrou a empregar os maiores esforços, na demonstração da sua força.

Dahi resultou que legiões e legiões de cangaceiros vieram para a capital, promptos para combate. A cidade, pode dizer–se, ficou invadida por esses maus elementos.

Á proporção que iam chegando, o sr. Costa Rego ia arranchando esses cangaceiros nos quarteis e em casas que para esse fim destinou. E lá um bello dia, depois de pagar pelo governo as despezas da sua estada, deu passagens de volta a todos elles, fazendo–os portadores de cartas para os alludidos chefes politicos, nas quaes lhes agradecia o concurso prestado, que já não era, porém, preciso por haver passado a temerosa crise.

Quando, porém, esses chefes reclamaram as armas que tinham vindo, o sr. Costa Rego, então, lhes declarou, em nome do governo, que não havia necessidade de gente armada no interior do Estado. 

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