Por:
Geraldo Maia do Nascimento
Em
1918, a Sociedade \"União Caixeiral\" resolveu fundar uma entidade
que apoiasse uma nova Banda de Música, totalmente independente das que já
haviam existido em Mossoró. Assim nasceu a \"União Musical\", que
pleiteou junto à Intendência (Prefeitura), uma subvenção para ajudar na
manutenção da Banda, o que foi concedido pelo então Presidente da Intendência
(Prefeito) Jerônimo Rosado, cujo montante era de 75$000. Essa banda estreou a
13 de dezembro do mesmo ano, em plena festa da Padroeira, dirigida pelo
Professor Irineu Wanderley dos Santos. Dois dias depois, a 15 de dezembro, dava
a tradicional e clássica retreta no pátio do Democrata Club, para a qual afluiu
grande número de ouvintes. Essa Banda, porém, teve curta duração: problemas
políticos fizeram com que o Professor Irineu desistisse da Banda eem 7 de
setembro de 1919 era anunciado o fim da agremiação. Depois disso houve mais um
período de silêncio musical na cidade.
Camilo
Porto da Silva Figueiredo assumiu a Presidência da Intendência de Mossoró em
1920. Interessado pelos problemas da terra, comprou em Aracati/CE, o
instrumental da antiga \"Filantrópica Figueiredo\", recebendo-o
festivamente no bairro Paredões, onde fez reunir os elementos que compunham as
antigas corporações musicais do lugar. Foi o próprio Camilo que fez a
distribuição dos instrumentos entre os músicos presentes, vindo os mesmos para
a cidade, tocando, no meio da mais completa alegria, seguido pelo povo, que,
mais uma vez, aplaudia a iniciativa. Entretanto a Banda não durou muito tempo.
Mais uma vez as dissidências entre artistas fizeram com que o sonho não fosse
avante.
Em
1921 organizou-se o Grêmio Musical, ficando a diretoria do mesmo entregue a
Vicente Gomes Bezerra (Vicente Canuto), os quatro irmãos Paraguai, Manuel
Chaves, mais conhecido por Sêo Né de Zuza, Estevam Cruz, Maciel Pereira e os
cearenses Napoleão e José Afonso Coelho.
Por
volta de 1922 surge o Capitão Trigueiro, influente e entendido no assunto.
Encabeçando um movimento pró-arte, sai em comissão pelo comércio, em companhia
do Monsenhor Manuel de Almeida Barreto, dos senhores José Alves Tavares, Cunha
da Mota e Dr. Eliseu Viana. Arrecadaram a quantia de 5.000$000, que foi
destinado a uma orquestra, que foi assim constituída:
.Violinos:
Dona Alcinda Carvalho, Dona Apolonia Bezerra de Albuquerque e seu irmão,
Vicente Gomes Bezerra;
.Violoncelos: Pedro Ciarlini e Artur Paraguai;
.Basso de Cordas: Pedro Paraguai;
.Flautas: Dr. Eliseu Viana e Silvério Gilgueira (Filgueirinha);
.Oboe: Cícero Adeoliveira (Cícero Padeiro);
.Clarinetes: Geraldo Paraguai e Cícero Fernandes;
.Piano: Mimosa Almeida;
.Bandolino: Albaniza Montes.
Era
o próprio Capitão Trigueiro que ensaiava e regia essa orquestra, cujo
repertório continha belas músicas. Mas as atividades dessa agremiação não foram
constantes, fazendo apenas algumas raras apresentações.
Em
9 de abril de 1927 Joaquim Ribeiro chega a Mossoró, acompanhado do seu filho
menor, José Nogueira Freire, vindos da cidade Jaguaribana de União, hoje
Jaguaruana. Atendendo ao convite do Coronel Rodolfo Fernandes, Presidente da
Intendência, comparece a uma reunião juntamente com outros membros da Intendência,
os músicos da terra, jornalistas José Martins de Vasconcelos e Joaquim Carvalho
e outros. O motivo da reunião era exatamente o de reativar o \"Grêmio
Musical\". A direção da agremiação ficou a cargo de Joaquim Ribeiro. Esse,
depois de vários ajustes, mudou o nome da banda para\"Grêmio Musical Santa
Luzia\". Essa Banda sobreviveu até 1942. Com o fim da Banda, os seus
instrumentos foram doados a Diocese de Mossoró.
De
posse desses instrumentos o Bispo passou os mesmos ao Colégio Diocesano Santa
Luzia, na época dirigido pelo Cônego JorgeO\'Grady, que organizaou uma
agremiação musical no Colégio, tendo a frente o Professor Pedro de Castro.
Continua...
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Fonte:
http://www.blogdogemaia.com/index.php?arq=09/2011
Autor:
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
Jornalista Geraldo Maia do Nascimento
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