Por Clodoaldo
Melo
Primeira visita em 1912
Pedra Lavrada
pode não ter tido o delegado mais valente do mundo, mas já teve o mais
“hospitaleiro”, João Jerônimo da Costa. Tratava o cangaceiro Antônio
Silvino com a maior deferência do mundo. Era o cicerone de “Fuzil de Ouro” nas
duas vezes que ele visitou a cidade, levando-o de casa em casa e apresentando-o
às pessoas mais importantes e prestando continência ao bandoleiro. Aí é o que
se pode chamar de desvio de função! Aquela autoridade local era para proteger a
cidade dos cangaceiros, mas convivia pacificamente com os facínoras.
Em 1912, o
casal D. Ernestina Carrilho de Oliveira, D. Doninha, e Manoel Júlio Rodrigues
de Lima, ambos de Catolé do Rocha, moravam em Pedra Lavrada. Eles tinham um
pequeno hotelzinho na cidade. D. Doninha era, e ainda hoje é lembrada pelos
netos, como a pessoa mais ignorante, estúpida e inconsequente deste mundo de
meu Deus. Nunca levou desaforo para casa. Fazer pergunta descabida ou dar
palpites fora de tom ou da hora, era pedir para ouvir o diabo de D. Doninha.
Era valente mesmo e não abria para um trem não. Manoel Júlio, um neto, diz
sobre ela:
- Minha vó, Mãe Doninha, era danada. Não se sabe como se vem ao mundo daquele jeito não – e rindo termina – ou velha ruim danada! Agora que era direita e honesta, era. Essas duas virtudes chegaram nela e pararam.
- Minha vó, Mãe Doninha, era danada. Não se sabe como se vem ao mundo daquele jeito não – e rindo termina – ou velha ruim danada! Agora que era direita e honesta, era. Essas duas virtudes chegaram nela e pararam.
Nessa primeira
visita de Antônio Silvino à cidade, D. Doninha enviuvara e tocava o hotelzinho,
sozinha. Antônio Silvino chegou acompanhado do delegado João Jerônimo no
estabelecimento de D. Doninha por volta das nove horas da manhã. O delegado fez
a apresentação:
- D. Doninha
este é o capitão Antônio Silvino. Capitão, esta é D. Doninha, a mulher que faz
o melhor arroz doce do mundo que lhe falei.
Silvino olhou
o arroz doce e disse:
- Vou comer do seu arroz, coloque dois pratos. D. Doninha colocou dois pratos cheios de arroz na mesa.
- Vou comer do seu arroz, coloque dois pratos. D. Doninha colocou dois pratos cheios de arroz na mesa.
O Cangaceiro
olhou-a e ordenou:
- D. Doninha, pode começar comer o seu!
- D. Doninha, pode começar comer o seu!
D. Doninha
perguntou:
- O que? Comer o quê, homem?
Respondeu o
bandoleiro:
- Não ouviu bem, D. Doninha? Mandei comer do arroz. Eu só como
quando quem prepara minha comida come primeiro.
D. Doninha lhe
respondeu alto e bom som:
- Pois não vai
comer não ou coma se quiser. Eu já comi hoje de manhã e só como na hora
certa e quando quero. A essa hora não como nada e não tem quem me faça
comer à força!
O impasse
estava criado.
Foi quando o
delegado engolindo em seco balbuciou pisando macio que só cabra procurando
penico cheio com o pé em noite escura:
- Caaapiitão, o seeenhor esesestá diante de uma das mulheres mais direeeita da reeegião. Se ela diz que não vai comer,
não comerá mesmo. - Eu confiiiiiio nessssta mulheeeeer. Diga qual é o meu
prato dos dois, Capitão, que comerei por ela. Esssta coomiidaa não tem veneno
não!
O Capitão
Silvino trocou os pratos, deu um ao delegado e os dois homens começaram a
comer.
Comeu, gostou
e elogiou o arroz doce depois disse:
- D. Doninha, a senhora tem muito
dinheiro!
D. Doninha
responde-lhe:
- Tenho. Posso não ter o valor que lhe disseram, mas tenho
dinheiro.
Silvino
continuou:
- D. Doninha, a senhora tem 200 mil réis para me dar?
E a senhora
disse:
- Tenho sim. Enfiou a mão num bolso de um avental e puxou uma nota
esverdeada e grande, uma nota de 200 mil réis.
- Tome! estendeu-lhe
a mão com o dinheiro D. Doninha.
Foi quando o
cangaceiro, disse balançando a cabeça:
- Não, não Dona eu não recebo
dinheiro de criança, nem de mulher e muito menos de viúva...
Aí foi quando
D. Doninha rodou a baiana, e disse:
- Capitão Antônio Silvino, se
experimenta fumo, mulher de verdade, não!
O Capitão
Antônio Silvino saiu rindo e dizendo ao delegado:
- Tudo como você me
falou. O arroz doce é o melhor do mundo e D. Doninha é a mulher mais malcriada
ou valente que já conheci.
A SEGUNDA
VISITA EM 1913
Na segunda
visita do bandoleiro a Pedra Lavrada ele foi recebido pelo delegado João
Jerônimo. O coronel Eugênio Vasconcelos, irmão de Chico Ferreira, tinha uma
loja e vendia chapéus. Antônio Silvino parou na loja viu um chapéu marca
Ramezzoni 3X (o melhor que existia, hoje, seu preço varia entre R$ 174,00 a R$
240,00), e perguntou o preço.
- Dez mil réis – respondeu o coronel Eugênio.
O cangaceiro não regateou e deu uma nota de vinte mil réis para o Coronel. Este conheceu a nota falsa e disse acompanhado de gestos de toda gentileza:
- Ora, Capitão Antônio Silvino, o senhor acha que eu vou cobrar um chapéu a você. Ora, ora...
O bandoleiro agradeceu o presente (era educado) e, além de levar o chapéu passando a nota falsa, ainda queria mais dez mil réis de quebra. Mas, com o Coronel Eugênio não conseguiu tal proeza.
- Dez mil réis – respondeu o coronel Eugênio.
O cangaceiro não regateou e deu uma nota de vinte mil réis para o Coronel. Este conheceu a nota falsa e disse acompanhado de gestos de toda gentileza:
- Ora, Capitão Antônio Silvino, o senhor acha que eu vou cobrar um chapéu a você. Ora, ora...
O bandoleiro agradeceu o presente (era educado) e, além de levar o chapéu passando a nota falsa, ainda queria mais dez mil réis de quebra. Mas, com o Coronel Eugênio não conseguiu tal proeza.
À noite o
delegado João Jerônimo fez um baile para os facínoras dançarem. A cidade
transformou-se numa festa. A sanfona roncava, o xaxado comia no centro e os
bandidos bebiam e dançavam. Às quatro horas da manhã Antônio Silvino chamou o
delegado e disse:
- João, eu vou indo e estou sentindo cheiro de macacos (soldados) por perto, mas me dê um recado a eles. Diga ao Comandante da Volante que não vão atrás de mim não que eu estou cansado, pois dancei à noite toda e um homem cansado não corre, briga! Disse isso e saiu logo. Depressa como os cangaceiros chegaram depressa se foram. Na hora de partir não faziam rodas para não atraírem disparos em cima deles e nem se despediam. Eram como ciganos num instante arribavam, era como serpentes escorregavam e sumiam. De repente nenhum cangaceiro no meio do povo.
- João, eu vou indo e estou sentindo cheiro de macacos (soldados) por perto, mas me dê um recado a eles. Diga ao Comandante da Volante que não vão atrás de mim não que eu estou cansado, pois dancei à noite toda e um homem cansado não corre, briga! Disse isso e saiu logo. Depressa como os cangaceiros chegaram depressa se foram. Na hora de partir não faziam rodas para não atraírem disparos em cima deles e nem se despediam. Eram como ciganos num instante arribavam, era como serpentes escorregavam e sumiam. De repente nenhum cangaceiro no meio do povo.
Mais ou menos
às sete horas da mesma manhã a volante comandada pelo tenente Joaquim Henrique
e auxiliado pelo cabo Piaba chegaram a Pedra Lavrada. O tenente Joaquim
Henrique ainda sentiu nas ventas o cheiro de perfume dos cangaceiros (eles
andavam muito perfumados) e mandou localizar depressa o delegado. O delegado
João Jerônimo às pressas ainda ajeitando o cinturão e o chapéu, disse que o
bando de Antônio Silvino esteve ali sim e tinha deixado um recado. E deu o
recado sem tirar nem por, sem engordar, sem emagrecer, nem esticar e nem
encolher, ele deixou dito para eu dizer a vocês: - João, eu vou indo...
etc.
O delegado
João Jerônimo era bom de recado, pois só acrescentou o seguinte: - Eles
saíram para o lado de Parelhas.
AS SERPENTES E
A SUSSUARANA
O tenente
Joaquim Henrique bradou:
- Atenção, os bandidos estão por perto, estão de cavar com a unha. Vamos pegar esses filhos das putas e de mão... - Sigam-me!
E saíram em marcha acelerada pelo caminho que levava qualquer um que fosse muito disposto à Parelhas no rio Grande do Norte. O caminho era estreito, tortuoso, acidentado, cheios de pedra, com pedras gigantes que surgiam para fechar o caminho ou deixá-lo quase despencando nas escarpas dos riachos que só tinham águas no inverno.
- Atenção, os bandidos estão por perto, estão de cavar com a unha. Vamos pegar esses filhos das putas e de mão... - Sigam-me!
E saíram em marcha acelerada pelo caminho que levava qualquer um que fosse muito disposto à Parelhas no rio Grande do Norte. O caminho era estreito, tortuoso, acidentado, cheios de pedra, com pedras gigantes que surgiam para fechar o caminho ou deixá-lo quase despencando nas escarpas dos riachos que só tinham águas no inverno.
A cerca de
seis quilômetros do então povoado de Pedra Lavrada fica a Fazenda Maxinaré, do
Coronel Graciliano Fontini Lordão. Casa grande edificada no sentido Sul-Norte
com duas portas nas laterais da frente e uma janela no meio e alpendrada; a
casa ficava de fronte para o povoado, mas não o avistando por conta das serras
entre ela e a cidade. O terreno é muito acidentado.
O cansaço dos
cangaceiros era tanto que só agüentaram chegar até em Maxinaré. O Coronel
providenciou logo a matança de um carneiro, galinhas, capões e peru. Mas
Antônio Silvino e seus cabras, não ficaram na sede da fazenda. Preferiram ficar
mais adiante onde depois de se atravessar um riacho, segue-se pela trilha
aberta com o lado esquerdo da vereda sendo uma escarpa de até trinta metros de
despenhadeiro e, o direito, uma elevação de mais de 10 metros de altura sem
nenhuma pedra capaz de esconder um homem.
Ao começar
descer a vereda em busca do riacho que dobra à direita, têm-se uns blocos de
pedras mais ou menos da altura de um homem dispostos na forma de dominós postos
de lado e distantes dos outros em distâncias variadas. Homens, as pedras assim
dispostas são trincheiras naturais, colocadas ali pela natureza! Os cabras do
Capitão Antônio Silvino dormiam atrás delas como se fossem serpentes prontas
para o bote e injetar o veneno mortífero da mais terrível delas. Vir na vereda
em buscas daquelas trincheiras rochosas era como ir entrando num funil: de um
lado o despenhadeiro, do outro, a subida íngreme; em frente, o encontro com a
morte!
A polícia ia
de marcha batida. O rastejador na frente comia a distância entre eles e os
cangaceiros. Assim passaram no terreiro da casa grande da Fazenda Maxinaré. A
ânsia de pegar os cangaceiros era tanta que nem sentiram o cheiro das carnes
nas panelas. Nunca tinha pegado tanta moleza - talvez pensasse consigo o
rastejador - pois os rastros eram fresquinhos, os galhos quebrados ainda
soltavam o aroma característico de sua planta, as pedrinhas deslocadas pelo
solado de couro dos bandidos, o horário era bom porque ainda era de manhã e,
como estavam tão perto deles, a noite não os cobririam antes que eles pusessem
as armas em cima daquele bando de malfeitores. O Capitão Joaquim Henrique
experiente já tinha pegado o coice da tropa. Seus homens estavam com ânimos e o
combate estava próximo.
Quem sabe, se
ao começar descer o riacho depois daquelas pedras postas como se fossem
dominós, não descem com a vista no bando de criminosos que fugia entre pedras,
feitos cabritos saltadores, pulando sobre e entre elas, com medo da onça
suçuarana. Ele, Capitão Joaquim Henrique, era a verdadeira onça suçuarana!
O COMBATE DA
FAZENDA MAXINARÉ
O vigia que
tinha ficado entre a casa grande da Fazenda e as trincheiras de pedras onde
repousavam os bandidos, ao ver a volante, saiu em disparada e avisou a Antônio
Silvino. O Capitão que ficava fora do grupo mandou o portador da má notícia
avisar a todos: - Eu mandei avisar ao macaco-chefe que não viesse atrás da
gente. Se veio, o diabo vai se soltar. Não quero ninguém nem pensando em fugir.
O sangue vai dar no meio da canela. Querem briga e vão ter! O Cabra
escorregou do esconderijo do Chefe e deu a notícia aos demais cabras. Eram
cerca de 20 homens que há dias não brigavam. Estavam com a brigada toda dentro
e muitos ressacados da cachaça da noite anterior. Todos se prepararam.
Os cangaceiros
começaram a ouvir as tropeladas da tropa. Pássaros emudeceram, o vento parou.
As primeiras cabeças da volante surgiram na ladeira que antecede ao funil
descrito antes, que era a chegada nas pedras em forma de pedaços de muralhas.
Vinham quase num trote, arma em punho, vontade de brigar. A vereda estreita
deixava os soldados em fila indiana e caminhavam perto demais um do outro. Era
quase um tirando o pé e o outro botando no mesmo lugar.
Os primeiros
homens chegaram a quase 10 metros dos primeiros paredões de pedras (foto)
quando ouviram o grito do Capitão Antônio Silvino: - Fogo na macacada! O
final de seu comando foi abafado pelo som dos disparos em cima dos soldados.
Nem bem terminou os primeiros tiros já vários soldados rolando pelo chão: uns
feridos outros tentando escapar da carga mortífera cuspidas pelas armas dos
cabras de Silvino.
Nesse tiroteio
os impropérios gritados eram só dos cangaceiros.
Os soldados
não tiveram tempo de esculhambar as mães e irmãs de cangaceiros como era comum
nos combates. Mas, ouviram as risadas, os gritos de deboche e de provocações
dos cabras: - Tomem macacada filha de jumenta roxa! Vamos matar todos e se
amancebar com as quengas mães de vocês! Ainda hoje dormirei com sua irmã mais
nova, macaco filho de uma égua! A tropa só tinha tenência para tentar
correr, se livrar das balas inimigas, da carga mortal.
Os tiros dos
cangaceiros se repetiam e quase à queima roupa. Em minutos eram soldados
feridos, caídos, fora de combate; tinha também soldados feridos sem ser de
tiros, mas da tentativa de fuga e acabaram caindo no barranco com pernas e
braços quebrados. Era dia, quase meio dia, e foi por isso, talvez, que o local
não escureceu de tanta fumaça de tiros. Cascas de paus voavam nos resvalar das
balas. Além dos gemidos dos soldados ouvia-se o grito longe do Comandante da
Volante, Joaquim Henrique: - Recuar, recuar, recuar......recuar!
A SAÍDA DE
ANTÔNIO SILVINO E O SALDO DA VOLANTE
Pelo estrago
da soldadesca e a condição de vencedor do cangaceiro Antônio Silvino, vê-se que
ele não era um facínora sanguinolento. Qualquer cangaceiro, exceto Jesuíno
Brilhante, teria caído de assalto sobre a tropa destroçada e ferida e sangrado
muito militar. Antônio Silvino preferiu sair escorregando entre as pedras e
sumindo em busca de Parelhas. Os cangaceiros não tiveram uma baixa e nem
pequenos ferimentos. O prejuízo maior foi não terem se saciado no almoço da
Fazenda Maxinaré.
Já a volante
perdeu um homem no local e um gravemente ferido que morreu a caminho de
Soledade carregado pelos companheiros em uma rede. O cortejo triste que saiu de
Pedra Lavrada em busca de Soledade era desalentador. Os mais feridos em redes;
os menos, à cavalo e, os que podiam andar, à pé.
E o pior de
tudo, eram os gemidos dos doentes abaixando ainda mais o moral da tropa
destroçada.
Silvino saiu
danado. Passou na Fazenda Retiro, de Zé Gato. Aproximou-se sorrateiramente. O
dono da Fazenda estava dentro de casa e escorado numa das janelas, de costas e
escorado nos cotovelos e virado para dentro de casa com quem conversava com
alguns familiares. Antônio Silvino ao chegar perto da janela, bateu com rifle
com força nas pedras do alpendre. O rifle disparou. Seu Zé Gato deu um pulo com
o tiro e já caiu de frente para o cangaceiro.
Silvino
impaciente e a ainda movido pela adrenalina do combate, perguntou:
- Teve medo,
Zé Gato?
- Não –
respondeu Zé Gato
- Eu tive
um susto!
Silvino o
encarou, e disse: - Zé Gato, hoje estou com o diabo no couro. Matei um
bocado de macacos agora, agorinha mesmo. Quero tomar um café amargo. Mande
preparar comida e devagar que aquela macacada não vem atrás de mim não. O
estrago que fiz na tropa foi grande!
Completou Zé
Gato: - Eu escutei os tiros, Capitão. Num se avexe que vai ter café quente
e comida pra todo mundo. Depois, Silvino alimentado, subiu o Seridó.
DEPOIMENTOS
Manoel Júlio
foi quem me falou sobre as visitas de Antônio Silvino e o local do combate. “Na
década de sessenta cheguei a visitar o local e cheguei a ver várias árvores,
como juremas, pereiro e craubeiras com ferimentos das balas do combate. Manoel
Gomes Calisto de Macedo, Manoel Belo, proprietário da Fazenda Maxinaré, nos
disse que as árvores feridas no tiroteio entre bandidos e policiais morreram
todas. Ficou uma craubeira gigante já na beira do rio, perto do Poço da Menina
que a cheia de 1981, que arrombou doze açudes no mesmo rio, carregou-a.
O professor
Graciliano, neto do professor e coronel Graciliano Fontini Lordão,
disse-nos: - De vez em quando achamos cascas de balas quando estamos
arrancando macambira para dar ao gado. E acrescentou mais: - Ano
passado, encontramos a última e um visitante de Natal, numa hora em que só
estava mãe em casa, pediu e ela a deu ao visitante como souvenir.”
Pesquisei em: Pedra Lavrada.com
Fonte:
lampiaoaceso.blogspot.com.br
http://blogdoinhare.blogspot.com.br/2015/01/antonio-silvinocangaceiro-que-antecedeu.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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