Conta-se ainda
que certo dia, Antonio Silvino estava arranchado bem perto de uma estrada, e lá
vinha um senhor montado em um jumento que carregava uns caçoas, e antes que o
homem passasse, ele o interrompeu perguntando:
- Para onde o
sinhô vai?
- Vou à feira
senhor, fazer compras.
- E quanto
leva im seu bôço?
- Levo vinte mil
réis.
- Poiz mi dê!
O homem já
sabendo que estava diante do cangaceiro Antonio Silvino, não recusou, passou-lhe
o dinheiro e puxando as rédeas do animal, dirigiu-se voltando para casa.
- O sinhô disse
qui ia fazê feira. Pur qui vai vortá?
- Eu ia Senhor,
mas o dinheiro o senhor me pediu?
Antonio
Silvino enfiou a mão no bolso, tirou o que era do homem, mais outro do seu, e
lhe deu dizendo:
- Agora vá à
cidade e comprI o dôbo de alimentos pra seus fios...
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