De
personalidade alegre, disposto, temperamento inconstante, sujeito a crises de
fúria e descontrole, místico, religioso, rezador, intuição apurada, perspicaz,
agudeza de raciocínio, inteligente, líder nato, exímio atirador de armas curtas
e longas, fazendeiro, domador de animais de montaria, vaqueiro campeão, amante
de bebidas finas, cigarros, charutos e mulheres, excelente trabalhador em couro
e tecidos, narcisista, jogador de baralho sem sorte, impiedoso, cruel,
vingativo, justiceiro - falso moralista, abusou sexualmente de algumas
mulheres, embora, hoje, não sabemos se eram esposas ou filhas de inimigos. –
mesmo assim são fatos lamentáveis e inaceitáveis para qualquer época de uma
geração. Desconfiado, prudente, calculista, infiel, mas respeitador das opiniões
da companheira, maleável até certo ponto, principalmente em algumas decisões a
ponto de alterar as ordens dadas por interferências dela, respeitado, temido,
considerado, perigoso, astuto, inquisidor, julgador, musico, dançarino,
corajoso, amigo, leal, acreditava nas pessoas, perfeccionista, gostava de tudo
o que era bom, rico, comerciante, artífice, laborioso, habilidoso e
estrategista. Nasceu no dia 4 de junho de 1898, porém, só foi registrado no dia
12 de agosto de 1900. Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no
semiárido do estado de Pernambuco, foi o terceiro filho de José Ferreira dos
Santos e Maria Sucena da Purificação. Sendo seus padrinhos: Manoel Freire Lopes
e Maria José da Solidade.
Sua família
travava uma disputa mortal com outras famílias locais até que seu pai foi morto
em confronto com a polícia em 1919. Em Junho de 1921 os Ferreiras entram no
grupo de Sebastião Pereira e Silva, vulgo Sinhô Pereira, cangaceiro famoso de
Serra Talhada - PE.
Quando foi nos
primeiros dias de junho de 1922, no sítio Feijão, zona rural do município
pernambucano de Belmonte, próximo à fronteira do Ceará, Sinhô Pereira informou
aos membros do seu bando, que em breve iria entregar o comando a Lampião, então
o seu melhor cangaceiro. Apesar de ter menos de 27 anos de idade, Sinhô alegou
problemas de saúde para a sua decisão e que seguia um apelo do mítico Padre
Cícero Romão Batista, da cidade de Juazeiro, Ceará, que havia lhe pedido para
deixar esta vida bandida e ir embora para fora do Nordeste.
Vinte e dois
dias depois de receber a notícia que a passagem de comando está próxima,
Lampião efetivamente já é chefe de grupo. Neste momento começa a imprimir sua
horrenda marca pelo Nordeste e vai se tornar o maior cangaceiro do Brasil. Em
12 de março de 1926, Lampião recebe a patente de capitão do Exército Patriótico
de Padre Cícero em Juazeiro do Norte - CE. Lampião tinha bastante respeito e
devoção ao padre e sua chegada à cidade foi com festa, sendo até entrevistado.
Foi a última vez em que reuniu toda a família para tirar uma foto. Recebeu
muita munição e ordens para combater a Coluna Prestes.
Foi em
dezembro de 1929 que Lampião conhece Maria Bonita, casada com o sapateiro Zé de
Neném. Ela já era apaixonada pelo cangaceiro e fugiu com ele deixando uma carta
para o ex-marido. Foi a primeira mulher a participar do cangaço.
Lampião e
Maria Bonita junto ao bando de cangaceiros travaram muitas batalhas e tiroteios
por muitos anos. Lampião com grande conhecimento de estratégia planejava junto
ao seu bando as invasões e os roubos por cada cidade que passava.
Por volta das
05h00minh do dia 28 de julho de 1938, os cangaceiros levantaram para rezar o
ofício e se preparavam para tomar café; quando um cangaceiro deu o alarme, já
era tarde demais. O bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais
do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo
com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer
tentativa viável de defesa. Nesse dia morre o rei do cangaço e sua esposa com
mais nove cangaceiros.
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