Autora Lúcia Rocha
Lançado no último dia 19 de agosto de 2016, Tibau de Todos os Tempos, Volume I, é o primeiro de uma série de livros´reportagens, de autoria da jornalista Lúcia Rocha, moradora de Tibau desde 2009. Em sua apresentação, a autora explica o que a levou a escrever sobre Tibau e como se deu o processo de criação do primeiro volume. A seguir, a apresentação do livro na íntegra, escrito pela a autora. A arte da capa é de Augusto Paiva, da equipe de diagramadores da equipe do jornal De Fato. O livro foi impresso em Mossoró, algo que Lúcia Rocha faz questão, na gráfica Santa Maria, ex-Igramol, de Michel Mendes.
Nos dias 31 de agosto e 1º. de setembro, haverá lançamento em Natal. Em Tibau, o lançamento será no dia 9 de setembro, no Viola Beach - a partir das 19 horas - por trás do antigo Brisa.
Apresentação
do livro Tibau de Todos os Tempos - Volume I
Pesquisando
sobre Tibau no arquivo do centenário jornal O Mossoroense, são poucos os
registros anteriores à primeira metade do Século XX e encontramos duas razões:
a primeira talvez porque Tibau pertencia ao estado do Ceará até 1920; e
segundo, porque não havia estrada de rodagem até 1932, o que dificultava o
percurso entre Mossoró e a então Vila de Tibau.
Nesse tempo,
Areia Branca era mais presente nas páginas dos jornais de Mossoró, havia a
estrada para Areia Branca, motivada pelo grande volume de negócios em
consequência do porto, por onde chegavam e saiam as mercadorias comercializadas
em Mossoró e região oeste. Então, o fluxo de pessoas entre Mossoró e Areia
Branca, trazendo e levando notícias, era bem maior.
Desde que
Henry Koster - um português nascido em 1793, filho de pais
ingleses - passou por Tibau, em 1810, montado em cavalo, em sua passagem pelo
nosso litoral, escreveu sobre os morros de areia colorida, Tibau tem sido
citada e cantada pelos apaixonados por seu mar limpo e falésias. O texto de
Henry Koster sobre Tibau foi publicado em jornal inglês, em 1816. Depois, ele o
incluiu no livro Travels in Brazil.
Pois bem, a
partir do texto de Henry Koster, decidi pesquisar outros autores ou pessoas
comuns que escreveram sobre Tibau. Juntei meu acervo de livros produzidos no
Rio Grande do Norte, mais os que garimpei nos sebos - a maioria
publicados pela Coleção Mossoroense, do abençoado Vingt-un Rosado - e trouxe
para Tibau, onde li mais de trezentos deles, filtrando tudo o que foi publicado
sobre Tibau.
Pela leitura
dos livros e jornais antigos, percebe-se o tratamento que davam a esse pedaço
de chão. Até a década de 1920, é ‘povoado de Tibau’. Depois, ‘pitoresca
estância balneária’. A partir da década de 1950, ‘praia do Tibau’. E até sua
emancipação, em 1995, ‘Vila do Tibau’.
A partir do
episódio da invasão do bando de Lampião a Mossoró, em junho de 1927, Tibau
passou a ser considerada um excelente refúgio, servindo de abrigo às famílias
que preferiram se esconder a correr o risco de morrer como heróis da
resistência a Lampião.
Antes de 1932,
quando construíram a estrada de rodagem, Tibau era citada como um lugar
distante, quase inalcançável, ou seja, uma aventura sair de Mossoró para Tibau.
A pé, são até hoje, exatamente, doze horas. Vinha-se de cavalo, jumento ou
carro de bois. A partir de 1915, quando inauguraram o primeiro trecho da
estrada de ferro, entre Areia Branca e Mossoró, surgiu a opção de vir de trem
até Porto Franco, onde pegava-se uma charrete ou carro de boi e a viagem
prosseguia à beira mar.
Os primeiros
veranistas, da década de 1890, só alcançavam Tibau a cavalo. A partir de 1900,
vinham em carros de bois. Saíam de Mossoró num dia e chegavam no outro, sempre
pernoitando em alguma fazenda no meio do caminho.
Através dos
poucos registros na imprensa, tomamos conhecimento de como Tibau passou a ser
uma opção de lazer ou descanso. Esses desbravadores pioneiros nunca receberam
homenagens do poder público tibauense, não são patronos de ruas ou prédios
públicos, como acho que mereciam. Mas Tibau tem nome de mossoroenses como
patronos de ruas só pelo fato de ter sido proprietário de casa de veraneio.
Esse livro permitirá que o poder legislativo tome conhecimento da história
desses homens e mulheres e suas relações e vínculos com Tibau para, quem sabe,
merecer homenagens futuramente.
Foi o cearense
doutor Castro, primeiro médico a atuar em Mossoró, que propagou que as águas e
o clima de Tibau curavam algumas doenças. E, assim, passou a ser o primeiro
relações públicas de Tibau. Indicou o tratamento, por exemplo, ao poeta e
escritor, Henrique Castriciano que, tempos depois fundou a Escola Doméstica de
Natal.
O trabalho de
pesquisa não ficou somente nos livros e jornais. Em 2009, passei a apresentar o
programa Tibau de Todos os Tempos, na FM Tibau, entrevistando nativos
e veranistas sobre Tibau, claro. Criei no Facebook um grupo com o mesmo nome do
programa e passamos a ter acesso a inúmeras fotografias de Tibau, a partir da
década de 1930, através da contribuição dos membros que foram buscá-las no
fundo do baú.
As fotos
revelam uma Tibau com morros, casas de taipa, cobertas de palhas, os Pingas, as
falésias, a famosa Furna da Onça ou Buraco da Sereia; da Tibau onde famílias de
empresários, médicos, funcionários públicos e profissionais liberais passavam
meses com suas famílias, numa Tibau sem energia elétrica, água encanada,
automóveis, ultra-leves, bugres, barcos, jet-sky ou quadriciclos. Essas
famílias vinham em busca de tranquilidade, de uma vida simples, onde seus
filhos pudessem correr à beira mar, brincar entre os morros de areia colorida,
caminhar com os pés descalços nas ruas de areia, brincar com os animais,
jumentos, carneiros e bodes; com aves como galinha, galo e pintinhos. Podiam
ouvir o cantar dos pássaros, chupar cana, comer tapioca, beiju, gelé de côco,
tomar água de côco, dentre outras delícias oferecidas por crianças e jovens em
meio às casas dos veranistas.
Independente
da conta bancária do veranista, em Tibau, sua família levava uma vida comum
dentre os nativos: dormia em redes, até nos alpendres, a comida era preparada
em fogão à lenha, bebia água das vertentes, comia o peixe pescado em jangadas
que voltavam no final da tarde, onde se misturavam veranistas e nativos, para
alegria da garotada, curiosa para ver aqueles a quem, Raimundo Nonato denomina
de vaqueiros do mar.
Até muito
pouco tempo, as famílias ainda vinham a Tibau com essa intenção, de férias para
dias diferentes da vida que levam na cidade grande, de poder dormir sem
aparelho de ar condicionado, sem micro-ondas, sem telefone ou qualquer meio de
comunicação. Mas os hábitos vão mudando, de acordo com as gerações. Já não se
anda mais com os pés descalços, já não há mais serenatas. Resta a saudade
daqueles tempos em algumas famílias tradicionais que ainda mantêm residências à
beira mar ou no entorno da Capela de Santa Teresinha.
As casas de
taipa deram vez às mansões e apartamentos – inclusive em condomínios fechados –
com aparelhos de telefone celular, internet, antena de TV por assinatura e tudo
o que o mundo moderno eletro eletrônico permite, com exceção de uma ou outra
como, por exemplo, a do casal Ildérica e João Cantídio, construída em 1929 e
ainda mantida em seu estilo original.
Mas os avanços
como, por exemplo, a estrada asfaltada em pista dupla reduzindo o tempo da viagem
para, no máximo, meia hora, ainda não entrou na mente de muita gente que mantém
a casa fechada de fevereiro a dezembro. É como se Tibau ainda fosse muito longe
ou algo como um projeto de longa distância. Não usufruem da natureza, do mar e
do céu limpos disponíveis de janeiro a janeiro. Com raras exceções. Alguns
mudaram para Tibau e vão diariamente trabalhar em Mossoró.
Esse livro,
portanto, reúne fotos, textos de livros, revista, jornais e redes sociais, onde
escritores, jornalistas, médicos, pesquisadores, pensadores, poetas, formadores
de opinião ou pessoas comuns citam Tibau. Cada texto é precedido de uma curta
biografia e comentário acerca do autor para ajudar o leitor a situá-lo. Não
podia também faltar músicas em homenagem a Tibau.
Reunimos fotos
e as primeiras imagens registradas de Tibau, são da década de 1930, período em
que o fotógrafo cearense, Manuelito Pereira, migrou para Mossoró. A maior parte
dessas fotos estão sem os créditos, porém, agradeço quem possa nos
informar da autoria para registrarmos em futuras edições.
Esses
registros fotográficos reúnem membros das famílias Escóssia, Cantídio, Nogueira
Mendes, Andrade Freire, Gadê, Monte Rocha, Ferreira Leite e Rosado Maia e
alguns – poucos – nativos.
Sou grata a
quantos facilitaram a pesquisa, aos que atenderam à minha solicitação de textos
e material fotográfico e aos que apoiaram através de um simples incentivo.
À Misherlany Gouthier, que digitou
todo esse material e também colaborou com a pesquisa e material fotográfico,
minha eterna gratidão.
Agradecer
também ao nobre colega, Carlos Adams, pela revisão final, como tem feito nos
últimos onze anos, em todos os meus livros publicados.
À Consuelo
Freire que, de Brasília, colaborou dando tratamento ao material fotográfico
aqui publicado com melhor qualidade.
Ao
inesquecível e eterno Vingt-un Rosado, por tudo que fez para deixar registrado
em livros e plaquetes, páginas da história de nossos dias, de nossos
antepassados, costumes, cultura, fatos e curiosidades da nossa província.
O Rosado que mais fez diferença na história recente do Rio Grande do Norte e
está eternizado, jamais será esquecido ou deletado pelas gerações futuras. E,
por isso, o maior mossoroense de todos os tempos. Como saber dos outros sem a
publicação dos feitos deles? Você foi mil, merece a devoção, o respeito e as
homenagens de tantos quantos souberam, sabem e saberão de sua existência.
Alguém que conheci na infância - fomos vizinhos - e Deus me deu o privilégio de
regressar à Mossoró, a tempo de uma salutar convivência em seus últimos anos de
vida.
Esse livro é uma viagem no tempo, dito por quem viveu todas
as fases de Tibau.
A pesquisa
continua para futuras publicações e será um prazer receber colaboração de quem
desejar contribuir para o enriquecimento da história de Tibau, através de
textos publicados ou que estejam perdidos em alguma gaveta ou baú.
Esse é o
primeiro de uma série de livros dedicados a Tibau, com entrevistas numa troca
de irmandade entre nativos e veranistas.
TIBAU
DE TODOS OS TEMPOS - Volume I - é o primeiro de uma série de livros sobre
Tibau, a praia do mossoroense, localizada na divisa do Rio Grande do Norte com
o Ceará.
Lançamento na Feira do Livro de Mossoró, foi no dia 19 de agosto de 2016, a partir das 19 horas, no Expocenter, bairro Costa e Silva.
No dia 20, houve uma manhã-tarde de autógrafos no Rust Café, na Praça Bento Praxedes, centro de Mossoró, a autora recebeu alguns amigos.
Lançamento em Natal, dia 31 de agosto, em evento fechado para a colônia mossoroense.
Lançamento em Natal, em evento aberto, dia 1º de setembro, local a confirmar.
Lançamento em Tibau no dia 9 de setembro, no Viola Beach, na Rua Pirambu, por trás do Brisa, centro.
Lançamento na Feira do Livro de Mossoró, foi no dia 19 de agosto de 2016, a partir das 19 horas, no Expocenter, bairro Costa e Silva.
No dia 20, houve uma manhã-tarde de autógrafos no Rust Café, na Praça Bento Praxedes, centro de Mossoró, a autora recebeu alguns amigos.
Lançamento em Natal, dia 31 de agosto, em evento fechado para a colônia mossoroense.
Lançamento em Natal, em evento aberto, dia 1º de setembro, local a confirmar.
Lançamento em Tibau no dia 9 de setembro, no Viola Beach, na Rua Pirambu, por trás do Brisa, centro.
Vendas com entrega via Correios para todo o país. Pedidos através do e-mail: emuribeka@uol.com.br - ao preço de R$ 50,00 - cinquenta reais.
Contato para mais informações: 84 - 99668.4906
Lúcia Rocha
luciaro@uol.com.br
luciaro@uol.com.br
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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