Por Gilmar Teixeira
Ontem estive
na casa do amigo, escritor, pesquisador e historiador João De Sousa Lima, fui
lá para apresentar ao meu irmão Givaldo Teixeira, o museu particular do amigo
João, logo na entrada de sua casa, já respiramos sertão em toda sua plenitude,
principalmente nós sertanejos natos que vivenciamos e eternizamos em nossas
memórias cada detalhe daquilo que diz, isso é sertão, isso faz parte do nosso
sertão, assim é a casa de João de Sousa, assim é a casa que começamos a visitar
naquela segunda-feira de ressaca, ainda da copa vela, que acabara de terminar
nas primeiras horas da madruga com o show cultural de Anitta e sua trupe.
Depois digo o que tem haver Anitta com a casa de João, é só ler até o final,
vamos a visita, que é o que nos interessa, ao adentrarmos o quintal da sua
casa, deparamos com uma imensidades de bicicletas antigas, cangaias de jegues,
filtros antigos, rodas de carro de boi, máquinas de custuras, fósseis achados
em nossa região e outras máquinas afins, ao pisa logo na sala de espera, uma
surpresa nos aguardava, várias cristaleiras abarrotadas de cristais e porcelana
de épocas diversas, móveis com mais de 100 anos, relógios centenários,
gramofones e seus discos 78 rpm, quadros com seus feitos, além de uma
enormidade de objetos centenários, passamos a olhar a segunda sala, onde se
encontra os objetos da época do cangaço, suas armas, suas roupas, seus
utensílios de viagens, perfumes e jóias usadas pelas cangaceiras e cangaceiros,
no quarto ao lado encontra se objetos usados na guerra de canudos e na
insurreição de Juazeiro, com cartas originais de Padre Cicero, livros desta
época, além de milhares de fotos originais da história geral de Paulo Afonso,
do cangaço, messianismo na nossa região, além de uma coleção de milhares de
discos de vinil, e sem falar da coleção de cordéis, contados aos milhares, são
mais de 3000 objetos históricos, digno dos mas nobres museus, aí pergunto, por
que não disponibilizar esse patrimônio para um museu em Paulo Afonso, aí volto
ao show de Anitta, que custou a bagatela de Cr$ 200,000,00, aos cofres
públicos, fez um show de uma hora e foi embora com essa grana, esse dinheiro
daria para construir esse museu sonhado por João? Daria sim, mas não rende
votos em época de eleição, ao sair daquela visita fiquei matutando o dia todo,
como um homem gasta todo seu valoroso suor na compra destes objetos, gastou
milhares de horas em busca destas relíquias, ausentou se inúmeros dias, do
aconchego do seu lar, dos abraços de suas filhas queridas, dos papos com os
amigos, tudo isso apenas para a realização de um sonho, dar de presente um
museu a cidade que o acolheu, matutando na solidão do meu quarto, tomei uma
decisão, vou atrás com os amigos diletos, para a realização deste sonho de João De Sousa Lima,
pois juntos, eu, vocês, João, josés, Marias, seremos capazes de fazer a roda
desse sonho rodar, como dizia Raul Seixas, um sonho sonhado sozinho é um sonho,
um sonho sonhado juntos é realidade.
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