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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O VERDE COLIBRI E A FLOR DO MARACUJAZEIRO

Pesquisadores: Antonio Oliveira, Dr. Archimedes Marques e Guilherme Machado

Há anos não escrevia uma crônica. Na década de SETENTA escrevi e publiquei em alguns jornais, crônicas e artigos. Mas contava com a tutela do Juiz de Menores Doutor Edmundo Benevides Azevedo, de saudosa memória, de quem eu era seu assessor (não oficial), mas nas palestras sobre drogas entorpecentes na Cidade do Salvador. 

Tenho a impressão que após a morte do meu amigo, Juiz Benevides, minha inspiração e motivação foram ofuscadas, logo que eu era levado por ele aos jornais para a impressão das matérias. Mas, que tem o COLIBRI de hoje com quase quatro décadas passadas? Parece até saudosismo. Pode ser!


É que naquela ocasião -, solteiro ainda e, morando sozinho; depois de uma jornada de trabalho cansativa no plantão de fim de semana no Juizado de Menores, deitei-me numa rede no meu minúsculo quintal de fundo de casa, ouvindo o gorjear dos pássaros por entre os ramos das árvores da chácara vizinha; dormir de verdade e comecei a sonhar com um mundo melhor; com um povo alegre e feliz. Mas, toda aquela alegria que eu sentia no sonho, era reflexo do canto dos passarinhos que me fizeram dormir. Quando acordei, o sol havia ido embora; os pássaros certamente já dormiam e a alegria sentida no sonho não mais existia. Agora evocava apenas as ocorrências que havia deixado escritas na velha máquina de escrever num plantão extenuante na velha capital da Bahia de Todos os Santos.

Fonte: Site de imagens

Não sou cronista nem poeta, mas às vezes a NATUREZA – criação DIVINA, nos surpreende em certos momentos, diria até -, de transitória solidão e nos transporta para um passado remoto, ou um episódio arquivado no inconsciente, e agora viria à tona com a presença de um segundo episódio onde nele continha semelhanças do primeiro.

O passado foi aquele da década de SETENTA que mencionei. Agora, eis a crônica do momento.

Numa tardezinha de aproximadamente dez dias, estava realizando uma pesquisa na Internet. A mente já cansada, tanto quanto naquela ocasião em que os pássaros cantavam pra mim no pomar do vizinho quando de retorno do plantão do Juizado de Menores; sentado como estava ao computador, observei pelo vidro da janela um belo colibri de penas verdes reluzentes sugando o néctar de uma única flor de Maracujazeiro que havia no ramo da planta do meu quintal. Parei a digitalização e apliquei a atenção no desempenho daquele minúsculo animalzinho que desempenhava sua tarefa com perfeita dedicação e, talvez, necessidade.

Pinterest

Trabalho realizado, cantando para mim como estivesse me pedindo que não destruísse aquela plantinha na qual a única flor ali existente estava servindo de alimento para ele, levantou voo com a mesma agilidade da função que ora estava executando, deixando para mim a difícil decisão de arrancar, ou deixar sobreviver o maracujazeiro quase improdutivo que abriga um tipo de formiga tão pequena que não vemos; apenas sentimos a dor da ferroada.

E, sabe de uma? Armei a rede bem próximo à flor do maracujazeiro; fiquei meditando se era uma mensagem que o beija-flor estava me transmitindo. Trinta minutos após, o bichinho retornou exercitando o mesmo “ritual”, ainda que, estando eu ali ao lado. Aí foi que me deixou intrigado! Por que aquela segunda visita em tão rápido espaço de tempo?

Como não pude entender o “recado” trazido pelo colibri, decidi não arrancar a minha quase improdutiva planta. Aquela flor produziu um fruto que agora você poderá observar ao lado deste modesto texto. SÃO AS COISAS DA VIDA!

Autor: Antonio Oliveira
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=255181801536389&set=a.210406402680596.1073741827.100011337136149&type=3&theater

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