Por Lúcia Gaspar
BACAMARTE é
uma arma de fogo, também conhecida como granadeira, reiuna, reuna ou riuna,
principalmente, no Nordeste brasileiro.
As granadeiras ou bacamartes que serviram na Guerra do Paraguai, em 1865, foram modificadas para que as armas se adaptassem ao uso dos bacamarteiros nas festas do interior de Pernambuco. Desde os fins do século XIX, grupos de bacamarteiros se exibem em Caruaru durante as festas juninas.
De um modo
geral, o folguedo se constitui de homens portando bacamarte, que são disparados
com cargas de pólvora seca, em homenagem aos santos padroeiros ou em cerimônias
cívicas e políticas.
Em Caruaru, os
bacamarteiros reúnem-se em grupos, troças ou batalhões, sob a chefia de um
sargento e o controle geral de um comandante, que responde, perante às
autoridades, pelos atiradores durante as apresentações.
A forma como
os bacamarteiros se agrupam é bastante primitiva. Não há formalidades ou
regulamentos. Só é necessário possuir um bacamarte, obedecer ao sargento e
saber manejar a arma. A sanfona de 8 baixos, o triângulo, o zabumba de couro
curtido e a banda de pífanos, acompanham os bacamarteiros de Caruaru, ao som de
uma melodia de xaxado, que é acelerada nos desfiles ou lenta nas evoluções, na
apresentação das armas, na frente das Igrejas e antes do início das salvas. O
vestuário compõe-se de roupa de zuarte (algodão azul), lenço no pescoço, chapéu
de couro, alpargatas e cartucheiras de flandre. Os bacamarteiros oriundos dos
brejos, usam chapéus de abas largas, quebrado na frente, enfeitados com flores
silvestres. Eles também colocam flores nos canos das armas.
Os comandantes
exibem estrelas nos ombros e nos chapéus e usam bengalas ou guarda-chuvas como
símbolo de comando. Apesar de Caruaru ser o maior pólo de bacamarteiros no
Estado, existem também grupos em outros municípios pernambucanos como Cabo,
Limoeiro, Belo Jardim.
Recife, 15 de julho de 2003.
...
TEXTO:
Lúcia Gaspar
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco
FONTES
CONSULTADAS:
BONALD NETO,
Olímpio. Bacamarte, pólvora & povo. Rio de Janeiro: Arquimedes Edições,
[19--?].
LIMA, Claudia.
História junina. Recife: PCR, Secretaria de Turismo, 1997. p. 27. Edição
especial.
Adquiri no acervo do pesquisador Voltaseca
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