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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O CANGACEIRO PANCADA

Por Noádia Costa

Se chamava Lino José de Souza, filho de José Teixeira de Souza e de dona Delfina Maria da Conceição. Natural de Santo Antônio da Glória, Bahia. Se tornou cangaceiro com 20 anos, segundo depoimento que forneceu ao Jornal carioca A Noite. No Cangaço ficou conhecido pela alcunha de Pancada.


Permaneceu na vida bandoleira durante 7 anos, seu pai foi coiteiro de Lampião. Segundo Pancada entrou para o Cangaço para não ser perseguido pelas volantes, devido seu pai ser coiteiro do rei vesgo.

Existe outra versão de que o mesmo assassinou um soldado e foi pedir a Lampião para fazer parte de seu bando, sendo atendido. Posteriormente se tornou chefe de seu próprio subgrupo. Porém não obteve grande destaque no como líder de subgrupo.

Teve um conturbado relacionamento com a jovem Maria Adelaide de Jesus , que era chamada de Maria Jovina e no Cangaço ficou conhecida como Maria de Pancada, eles se conheceram antes de Pancada se tornar cangaceiro, e ele já nutria afeição por ela.


O relacionamento desse casal foi marcado por traições cometidas por Maria Jovina, e pelo ciúme por parte desse cangaceiro, que às vezes, a tratava de forma violenta. 

Outra curiosidade em relação a tal casal, é que apesar das traições Maria Jovina não foi morta, tornando-se uma exceção. Pois a traição no Cangaço era paga com sangue. O que nos faz observar que nem tudo no Cangaço é perene.

Após a morte de Lampião Pancada se entregou em Outubro de 1938 com seu subgrupo na cidade sergipana de Poço Redondo, ao sargento Juvêncio. De lá foram encaminhados para Santana do Ipanema.

Na ocasião das entregas Maria Jovina se encontrava grávida e comentou sobre o desejo de se casar com seu companheiro e de ter uma vida digna. Pancada e seu subgrupo causaram grande curiosidade aos populares, que se aglomeravam para conhecer e conversar com os bandoleiros.


Após as entregas o cangaceiro Pancada ocupou novo lugar, ajudar as volantes na captura de outros cangaceiros e a convencê- los a se entregar a polícia. Vale ressaltar que ele não se tornou um volante.

Após cumprir sua pena, não se teve mais notícias de tal cangaceiro e sua companheira Maria Jovina.

Foto 1: Pancada e sua companheira Maria Jovina, registro de Benjamim Abrahão.
Foto 2: Pancada preso e cercado de volantes.
Foto 3: Pancada após sua entrega, quando passou a colaborar com a polícia.
Fonte de Pesquisa: Jornal A Noite do dia 14 de Novembro de 1938.

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