Por José Mendes Pereira
A imagem é só para ilustração - https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/crimes/caso-maniaco-do-parque/n1596992315299.html
Não tenho
certeza do ano que isso aconteceu em Mossoró no bairro Alto da Conceição, mas
tenho a impressão, que foi mais ou menos entre 1964 a 1965. Como eu não posso
citar os verdadeiros nomes dos personagens principais da nossa história,
chamaremos de Zé e Maria.
A Maria era
casada e como se costuma dizer, bem casada com o Zé, este tinha como profissão
marchante. Comprava os animais e ele mesmo os abatia em seu pequeno quintal nos
fundos da casa. O Tibério já fazia alguns anos que era ajudante de tirar o
couro do animal abatido, dividi-lo em bandas, afinal, ele era quem fazia a
carne do animal ser transportada para a venda de acordo com as exigências dos
compradores.
O Tibério tinha
liberdade total na casa do Zé e a Maria o tinha como um parente, não só
parente, mas como se fosse um irmão, dando-lhe toda liberdade para entrar nos
cômodos, caso fosse necessário, e sair de lá a hora que bem quisesse. Afinal, o
Tibério era como se fosse mesmo uma pessoa daquela família. Mas vez por outra
ele desviava um pouco o assunto deixando de lado a consideração, e jogava
palavras soltas para ver se a Maria entendia o seu desejo.
O marchante
nunca imaginou que o Tibério tinha desejos amorosos pela sua esposa. O Zé saía
para os seus negócios de compra de gado e chegava à hora e o dia que queria. O
Tibério se encarregava de todas as atividades que eram necessárias serem feitas
na ausência do Zé.
Mesmo tentando
fazer com que a Maria descobrisse a sua paixão ela jamais passou pela sua mente
que o Tibério não a tinha como da família, e sim, desejos sexuais.
O Tibério vai
à luta sempre tentando conquistá-la, mas quando a Maria percebe os seus
pensamentos adversos ela começa a excluir o Tibério de qualquer atividade
dentro de casa, chegando ao ponto de cortar a sua permanência dentro dela.
A Maria agora
está diante de um homem que com certeza, irá atrapalhar a sua vida e a vida do
seu esposo. Homem nenhum faria ela o trair. O Zé é um bom dono de casa, bom
esposo e responsável, e ela nasceu para ser a sua esposa.
Mas o Tibério
já viu que a Maria já sentiu o seu desejo e parte para a conquista. Tenta
convencê-la de todas as formas, mas ela está firme. Não o aceita de forma
alguns como amante, nem ele e nem ninguém a encaminhará para a traição.
Maria o
ameaça, dizendo-lhe que assim que o Zé chegar de viagem ela irá contar ao seu
pouco desrespeito. O Tibério enlouquece. Ela parte para cima dele com uma faca
peixeira e tenta vencê-lo, mas o Tibério tem mais força e toma a faca, e tenta
obrigá-la para o quarto. Maria está apavorada. Grita, chora, mas ninguém está
por perto. Maria não obedece. Diz que morre, mas não se entrega. Vendo que a
Maria não se rende e sabendo que ela não deixará de contar ao marido o Tibério
grava-lhe a faca peixeira do peito. Maria cai e com poucos minutos está.
O Tibério se
manda para o estábulo e por lá passa o resto da tarde cuidando de algumas
obrigações no curral. Ele espera que alguém encontre a Maria morta em casa e
saia espalhando por tudo que é de lugar. Ciente que alguém tem andado na casa e
assim que começa o anoitecer Tibério vai até a casa. Vendo que não andou
ninguém sai às carreiras comunicando o ocorrido. A vizinhança chega e o
alvoroço foi terrível. Maria agora está morta. Quem foi que a matou? Ninguém
sabe. Somente o autor da morte.
A movimentação
é geral. No local a polícia chega acompanhada do ainda fraco ITEP para
conduzirem o corpo da Maria para ser feito os primeiros trabalhos técnicos e
científicos. Depois de tudo registrado o corpo foi devolvido para os familiares
cuidarem do funeral.
O caixão
fúnebre chega até a casa. Os vizinhos mais próximos lamentam a maldade que
fizeram com aquela mulher tão boa e generosa. O Zé já tem tomado conhecimento e
retorna o mais rápido possível dos seus trabalhos de compra de animais para
abate.
Tibério chora
muito diante do caixão para esconder a sua culpa na morte da Maria. Ninguém ali
percebe que ele tem culpa naquela morte. Afinal, ele é um sujeito que faz parte
daquela família e jamais faria uma tamanha desgraça daquela contra a Maria.
Assim que
terminam as despedidas de corpo presente tangem-no para fazer o sepultamento. O
Tibério é o mais chorão e lá no cemitério evita colocar barro sobre o corpo da
falecida, alegando que não tem coragem para cobrir com areia uma pessoa tão boa
como ela foi para ele.
Mas a vida do
Tibério está por um fio. A faca que assassinou a Maria é examinada pelos
peritos do ITEP, e o Zé ao vê-la descobre que é do Tibério. E sem muita demora
antes que fuja, o Tibério é chamado à presença do delegado. Na delegacia confirma
o crime. O Zé está presente e antes que ele seja encaminhado para a cadeia o
Tibério é assassinado à-queima-roupa pelo o Zé. Mais um infeliz foi morto, mas
pela sua culpa, sua culpa, sua máxima culpa!
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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