Por Beto Rueda
Lucas
Evangelista dos Santos filho de escravos, Jejes Maria e Ignácio, nasceu em
Feira de Santana em outubro 1807, na fazenda Sacco do Limão, nos arredores da
freguesia de Nossa Senhora dos Humildes.
Pertenceu a D.
Anna Pereira do Lage. Após o falecimento dela, passou ao domínio do padre José
Alves Franco.
Devido a sua
rebeldia foi enviado pelo seu proprietário a sede do Arraial de Sant'Anna,
para aprender o ofício de carpinteiro, pelo mestre criolo João Batista Pereira.
Entretanto, fugiu para as matas da cidade de Feira, em meados do ano de 1828,
juntando-se a uma quadrilha formada por Flaviano, Nicolau, Bernardino,
Januário, José e Joaquim.
liderou o seu
próprio bando por quase vinte anos, atacando tropeiros que iam e vinham das
feiras de gado, roubando de quem bem entendia e raptando mulheres, inclusive
filhas de comerciantes e fazendeiros, o que era considerado uma ousadia para a
época.
O bando de
Lucas da Feira era muito temido, um assombro e pesadelo para os sertanejos da
região. O Governador da Província estipulou um prêmio de quatro mil réis pela
sua captura e morte.
Segundo
estudiosos, seus atos incitavam outros negros a se rebelarem contra os seus
senhores, inspirando mais tarde, os movimentos abolicionistas.
Foi traído
pelo oficial de justiça Cazumbá este, se tornou um foragido depois de ter
matado um homem na “Ladeira do Nage”, e que tinha com ele laços de amizade.
Com a promessa
de perdão do crime e de olho no dinheiro do prêmio, Cazumbá o perseguiu. Lucas
foi atingido por um tiro no braço esquerdo, mas conseguiu fugir para a
localidade da Tapera, próximo de São Gonçalo, mas precisamente numa gruta.
Depois de alguns dias, foi feita uma nova emboscada, na qual Lucas foi
finalmente capturado e conduzido à Vila de Sant’Anna.
Considerado
chefe de quadilha foi preso durante um interrogatório no fórum de Feira de
Santana, em 28 de dezembro de 1847.
Na prisão,
teve seu braço amputado em decorrência dos ferimentos. Seu julgamento
ocorreu em praça pública, na igreja dos remédios, em 1848. Foi conduzido a
Salvador, para o forte de São Pedro, onde ficou preso por um ano.
Voltou a Vila
de Sant’Anna para ser enforcado no Campo da Gameleira, onde ocorria a Feira do
Gado, atualmente Praça D. Pedro II, em 25 de setembro de 1849.
Dizem que
nesse dia os comerciantes locais deram uma grande festa, distribuíram bebidas
e soltaram fogos.
REFERÊNCIAS:
AMARAL, Braz
H.do. História da Bahia do Império à República. Salvador: Imprensa Oficial do
Estado, 1923.
MOTA,
Leonardo. No Tempo de Lampião. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará,
1967.
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