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terça-feira, 31 de março de 2020

LAMPIÃO E O VÍRUS


Por Osvaldo Abreu (Abreu) Aracaju/SE, 31/03/2020

O povo que corria com medo de Lampião e da volante, agora corre com medo de um vírus.
Será que vai existir o surto da bactéria e do fungo?
É o fim do mundo, Raimundo, é a chegada do Apocalipse?

Fugir do meio,
Do vírus o receio,
aqui não quero ficar, não.
Vou me retirar pro sertão.

Ficar em um coito,
O vírus é afoito.
Valente tal qual Lampião,
Mata mais que mosquetão.

Este vírus já existia
Ou foi criado em laboratório um dia?
Todo mundo tem medo da morte,
Qual o próximo escolhido da má sorte?

É tanta opinião,
Tanto talvez, dúvida, onde está a razão?
No sertão, vou ficar em isolamento,
Lá meu relógio vai ser o rinchar do jumento.

A lua cheia iluminando o terreiro,
O bode, pai do chiqueiro,
Pegando sempre uma cabritinha,
O galo não dando sopa a galinha.

Este é o meio que vou viver,
Sol bonito no amanhecer.
E se a chuva não chegar.
Não ficar ouvindo blá-blá-blá.

Na cidade, é tanto disse-me-disse,
Você viu e um tu disse.
Está todo mundo maluco!
O dia que a terra parou, causa susto!

Profetizou o maluca beleza,
Raul Seixas com certeza.
O padeiro não foi à padaria,
As cidades estão vazias.


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