Por: Portal São Francsico
A partir da metade do século XIX, diante da dura realidade do Sertão Nordestino, onde predominava a intensa miséria e injustiça social, criou-se uma manifestação caracterizada pelo banditismo: o Cangaço.
A organização já era conhecida desde 1834 e se referia a certos indivíduos que andavam armados, com chapéus de couro, carabinas e longos punhais entrançados que batiam na coxa. Levavam as carabinas passadas pelos ombros. Os cangaceiros surgiam em grupo, ao comando de um companheiro mais temível.
Em 04 de junho de 1898, nasceu Virgulino Ferreira da Silva, na fazenda Ingazeira, de propriedade de seus pais, no Vale do Pajeú, em Pernambuco. Terceiro filho de José Ferreira da Silva e D. Maria Lopes, Virgulino, que entraria para a história com o nome de Lampião, viria a tornar-se o mais notório cangaceiro.
Até entrar para o cangaço, Virgulino e seus irmãos eram pessoas comuns, pacíficos sertanejos que viviam do trabalho na fazenda e na feira aonde iam vender suas mercadorias. Virgulino Ferreira da Silva na certa teria a vida de um homem comum, se fatos acontecidos com ele e sua família não o tivessem praticamente obrigado a optar pelo cangaço como saída para realizar sua vingança. Virgulino declarou que, tendo perdido seu pai por culpa da polícia, e responsabilizando-a pela morte da sua mãe, iria lutar até a morte, e se pudesse tocaria fogo em Alagoas.
A morte de Lampião é assunto que gera controvérsias. Existem duas hipóteses para a sua morte e de dez dos seus cangaceiros.
1ª hipótese: Em 1938, Lampião faz uma incursão no agreste alagoano, escondendo-se depois no Estado de Sergipe. A polícia de Alagoas ficou sabendo do esconderijo de Lampião e uma volante comandada pelo
Tenente João Bezerra da Silva juntamente com o Sargento Ancieto Rodrigues e sua tropa alagoana, conduzindo inclusive metralhadoras portáteis, cerca o bando. Na madrugada de 28 de julho de 1938 começou o ataque que durou aproximadamente 20 minutos e uma boa parte de cangaceiros conseguiram fugir.
Lampião e 10 cangaceiros foram mortos na gruta de Angico, suas cabeças foram cortadas e expostas em praça pública em diversas cidades. Angico era o esconderijo, a fortaleza de Lampião. É uma gruta de pedras redondas e pontiagudas que pertence ao Estado de Sergipe. O esconderijo foi apontado para os policiais por um homem de confiança de Lampião, Pedro Cândido, que depois foi morto misteriosamente em 1940.
2ª hipótese: Admite-se que houve um plano de envenenamento. Como Pedro Cândido era homem da inteira confiança de Lampião, ele poderia ter levado garrafas de quinado ou conhaque envenenadas, sem que as tampas tenham sido violadas. Outros historiadores afirmam que Pedro Cândido teria levado para os cangaceiros pães envenenados e como era de total confiança, os alimentos não foram testados antes de serem comidos.
Tal argumento se baseia nos urubus mortos perto dos corpos após terem comido as vísceras dos cangaceiros e também porque quase não houve reação às balas da volante policial.
A tropa, que tomou parte no fuzilamento e na degola dos cangaceiros, se compunha de 48 homens. O tenente João Bezerra que chefiava o ataque disse que foi rápido. Cercaram os bandidos num semicírculo. Um soldado da polícia foi morto, alguns ficaram feridos e 11 cangaceiros tiveram suas cabeças cortadas.
Fontes: Brasil Folclore; Soleis
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