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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cangaceira Rosalva!!!

Jailson Gomes / Jaboatão dos Gauraraepes / PE
Esta é a cangaceira Dadá - só para efeito de ilustração

Olá Amigos dessa comunidade, a entrada de mulheres no bando de Lampião, só aconteceu depois da chegada de Maria Bonita em 1930. Depois desse fato outros cangaceiros arranjaram companheiras.

Algumas se juntavam ao bando por forças da circunstância, quando seus namorados ingressavam no cangaço elas os seguiam. A maior parte se juntava aos cangaceiros por acharem que os cangaceiros eram heróis românticos, outras eram raptadas, e algumas pela motivação de ser cangaceira profissional. Más no bando eram essencialmente as mulheres dos cangaceiros, e não as cangaceiras. Aprendiam a atirar como medida de proteção, más normalmente ficavam afastadas na hora dos combates. 

A responsabilidade maior das mulheres era serem companheiras dos seus homens, e realizarem tarefas como a de costura de roupas, como era o exemplo de Maria bonita que consegui levar para o acampamento uma maquina de costurar , e enfeitava os bornais (local onde se carregava o dinheiro e os mantimentos).

Os cangaceiros viviam amasiados, apenas Curisco e Dadá haviam se casado legalmente. A presença das mulheres entre os cangaceiros podem ter influenciados o padrão de comportamento, passaram a viver mais nos acampamentos, diminuíram suas atividades, pois as mulheres exerciam um grande domínio sobre os cangaceiros.
Segue a relação das mulheres pertencentes ao bando:
Dadá-esposa de Corisco, Lídia-mulher de Zé Baiano, Nenêm , Moça, Olília, Durvalina , Cila, Inancinha, Áurea, Maria dos Santos, Mariquinha, Enedina, Cristina, Dulce, Verônica, Lili, Maria-mulher de Pancada, Marina.

Bem amigos, pesquisando (fuçando) encontrei uma reportagem sobre a “Cangaceira Rosalva”, que até então na tinha ouvido nem lido algo referente a mesma.

Bem amigos, a reportagem começa assim, a cangaceira Rosalva caminhava com dificuldade equilibrando os baldes com água que trazia, um sobre a cabeça e mais um em cada mão. Essa era sua tarefa de todas as manhãs, seguia até a cacimba que ficava a cinco quilômetros de seu pequeno povoado, enchia os três baldes que serviriam para as tarefas diárias de sua família e voltava cantarolando pelos caminhos secos e arenosos do sertão nordestino. Normalmente ia e voltava com outras pessoas que faziam o mesmo percurso, mas hoje, tinha pressa, era dia de procissão na igreja de São João e ela não queria perder tempo, despediu-se dos acompanhantes e partiu com pressa. Na flor de seus dezesseis anos, sonhava encontrar alguém para casar e nada melhor que a quermesse da paróquia. Ia fazendo planos de namoro e casamento com alguém que encontraria logo mais a noite.

De repente dois homens pularam em sua frente. Seu coração disparou. Eram cangaceiros. Conhecia as histórias que se contavam a respeito deles e sabia que teria de fugir imediatamente, jogou os baldes e precipitou-se em uma corrida desesperada. A perseguição foi difícil, a menina corria muito, mas os homens conseguiram enfim alcança-la. As lágrimas e pedidos de clemência foram inúteis. Rosalva foi impiedosamente deflorada por ambos. Jogada no chão tentando cobrir a nudez com os restos do vestido rasgado, encarou seus algozes que riam satisfeitos: - Vou com vocês! - falava sério, com o olhar vidrado de ódio - O que mais me resta depois do que me fizeram? Os homens entreolharam-se surpresos: - O que tá dizeno menina? - Quero seguir seu bando, não posso mais casar, estou perdida! Vou com vocês.

Assim Rosalva entrou para a vida errante do cangaço. Durante vários anos fez parte do grupo que perambulava pelas cidades fazendo assaltos que garantiam a sobrevivência do grupo. Não aprovava as mortes espalhadas pelo bando e por isso nunca usara nenhuma arma, fazia apenas o "apanhamento" que era como eles chamavam o furto praticado depois de algumas chacinas. Foi em um desses ataques que tudo se precipitou. Um pequeno sitio foi invadido por eles e dois homens foram mortos. Rosalva recebeu a ordem de fazer o apanhamento, como de hábito. Ao entrar no quarto para exercer sua tarefa encontrou uma mulher, grávida, totalmente descontrolada que empunhava uma grande faca e partiu para cima dela. 

A lâmina provocou um corte profundo em seu braço fazendo com que gritasse de dor. Roxinho que estava em outro cômodo correu para lá a tempo de chutar a mão da mulher, o que fez com que a faca voasse por sobre a cama e a mulher em desequilíbrio fosse ao chão. 

O cangaceiro ao perceber a avançada gestação, entregou sua garrucha para Rosalva: 

- Mate a vagabunda, fiz promessa de não matar prenha! 
Ela olhou para o companheiro espantada. 
- Não posso, nunca matei ninguém! 
- Sempre tem primeira vez, mate logo. Essa franga te cortou! 

Ela sabia que as ordens de Roxinho não deviam nunca ser desobedecidas. Empunhou a arma e apontou para a cabeça da mulher. Esta, acuada e pronta para a morte, olhou com ódio para ela: 

- Mate infeliz e leve para o inferno o pecado de ter matado dois! 
Rosalva, trêmula, engatilhou. Em uma fração de segundos levou o cano para a própria fronte e disparou. Acabava aí a história de uma mulher que nunca conseguiu ser feliz.

Ok! Se alguns dos amigos souber mais algo sobre essa cangaceira ou se o fato assim é verídico, descrevam ai suas opiniões, a comunidade agradece, pra mim foi novidade.

Um abraço a todos e inté.

Jailson Gomes / Jaboatão dos Gauraraepes / PE

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