Por: Rubens Antonio
1929
Meu pai foi para roça mais minha Mãe. Aí, o Volta Seca chegou e subiu numa cerca. Aí, o Lampião tava na casa do finado Domingos. Aí, o Rafael, meu irmão que morreu de tosse braba, tinha uns cinco anos e o Marcelino, aquele que tá ali, tava brincando no cercado. E peguei todos dois e botei no quarto e fiquei segurando na mão do outro. E o Lampião chegou e falou:
- Santinha! Não faço nada com você não... Cadê o oro de mamãe?
Eu disse:
- Nós não tem oro.
Ele queria oro. Não era dinheiro não. Minha mãe tinha dois par de argola de oro e duas aliança, uma dela outra do meu pai. Eles foram coisando a casa. Também não ficou nada. Jogaram tudo no chão. Aí ele disse:
- Santinha! Pra onde foi seu pai?
- Meu pai foi pro Cagagaio.
Eu era menina e, pra dizer papagaio, dizia cagagaio. Onde é esse Cagagaio é o Papagaio. Quando meu pai chegou na casa do finado Cecílio, na casa que era do Berilo, já sabia da notícia. Lampião ta aqui no Umbuzeiro.
Chegou aqui numa roça o Lampião. E tinha uma mulher chorando e ele perguntou:
- O que é que tem?
- O cara me botou na rua.
E o Lampião amarrou o cara no cabo do cavalo. E arrastou por cima de pau e de pedra.
- É pra você ter vergonha de não fazer mal as fia aléia.
Eu sei uma música do Lampião:
“Acorda Maria Bunita
torra o teu café”
Lampião ta na revista...
Maria Bonita....
Lampião sé matava delegado, inspetor e os macacos do guverno...
“Acorda Maria Bunita torra o seu café
Lampião ta na revista
Maria Bunita já ta de pé
Faça o favor de perguntar
que me chamo Vergulino
cravo de moça cheirar”
Lampião era muito ruim. Pegou uma véia e deu uma surra. Era a Maria do Rufino, irmã do Felício. Foi nos Picos. Nos Campinhos.
- O que é que você anda fazendo?
Aí, pegou a véia e deu uma surra... Pois foi...
Meu pai foi para roça mais minha Mãe. Aí, o Volta Seca chegou e subiu numa cerca. Aí, o Lampião tava na casa do finado Domingos. Aí, o Rafael, meu irmão que morreu de tosse braba, tinha uns cinco anos e o Marcelino, aquele que tá ali, tava brincando no cercado. E peguei todos dois e botei no quarto e fiquei segurando na mão do outro. E o Lampião chegou e falou:
- Santinha! Não faço nada com você não... Cadê o oro de mamãe?
Eu disse:
- Nós não tem oro.
Ele queria oro. Não era dinheiro não. Minha mãe tinha dois par de argola de oro e duas aliança, uma dela outra do meu pai. Eles foram coisando a casa. Também não ficou nada. Jogaram tudo no chão. Aí ele disse:
- Santinha! Pra onde foi seu pai?
- Meu pai foi pro Cagagaio.
Eu era menina e, pra dizer papagaio, dizia cagagaio. Onde é esse Cagagaio é o Papagaio. Quando meu pai chegou na casa do finado Cecílio, na casa que era do Berilo, já sabia da notícia. Lampião ta aqui no Umbuzeiro.
Chegou aqui numa roça o Lampião. E tinha uma mulher chorando e ele perguntou:
- O que é que tem?
- O cara me botou na rua.
E o Lampião amarrou o cara no cabo do cavalo. E arrastou por cima de pau e de pedra.
- É pra você ter vergonha de não fazer mal as fia aléia.
Eu sei uma música do Lampião:
“Acorda Maria Bunita
torra o teu café”
Lampião ta na revista...
Maria Bonita....
Lampião sé matava delegado, inspetor e os macacos do guverno...
“Acorda Maria Bunita torra o seu café
Lampião ta na revista
Maria Bunita já ta de pé
Faça o favor de perguntar
que me chamo Vergulino
cravo de moça cheirar”
Lampião era muito ruim. Pegou uma véia e deu uma surra. Era a Maria do Rufino, irmã do Felício. Foi nos Picos. Nos Campinhos.
- O que é que você anda fazendo?
Aí, pegou a véia e deu uma surra... Pois foi...
Enviado pelo professor e pesquisador do cangaço:
Rubens Antonio
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