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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Só enquanto não vem cangaço - Onça suçuarana

Por: José Mendes Pereira

 Quem não tem medo de onça? Todos nós temos. 

Imagine você caminhando numa estrada, pensando na namorada, ou nos filhos, ou até mesmo no futuro, e de repente depara-se com uma enorme onça, de olhar traiçoeiro, desejoso, e sabendo você que o seu corpo não resistirá uma luta contra aquele felino de dentes afiados e com uma bocarra assustadora. Você imagina tudo, que irá ser sangrado por ela, depois estraçalhado, arrastado, e quando ela estiver farta da boa presa que pegou, irá ser depositado em uma toca para quando ela sentir fome, retornará a saborear alguns pedaços de carne que ali entre os ossos ficaram. Que Deus o tenha dó!

Anathália Cristina e seu pai Júlio Batista

Recentemente contou-me um primo meu, Júlio Batista Pereira, empresário no ramo gráfico em Pau dos Ferros, que um senhor de suas amizades, contara-lhe que certo tempo era morador lá na Serra do Mel, quando ainda era lugar de bravas onças vermelhas, que além de perseguirem os seus bezerros, ainda saboreavam ovelhas, cabras e outros animais de pequeno porte.

 
Onça suçuarana - www.iplay.com.br

Como ele já era um sábio sobre elas, isto é conhecia todos os lugares que elas frequentavam, mesmo atacando o seu rebanho, não gostava de sair com espingardas para eliminá-las daquelas terras, achava ele que não se deve matar os viventes que Deus  deixou sobre a face da terra; assim como ele que vivia batalhando por alimentos para sua sobrevivência, as onças também mereciam caçar as suas presas. Mesmo subtraindo o seu rebanho, não tinha coragem de matar uma onça.

nossaterrafp.blogspot.com

Certo dia, chegara de férias um dos seus sobrinhos para lhe fazer companhia durante um mês; este ainda não conhecia a região, mas sabia que ela hospedava onças perigosas, valentes, afoites, que só com uma tapa, vencem as suas presas, e além do mais, covardes.

Querendo saber algumas informações sobre elas o sobrinho pôs-se a interrogá-lo, perguntando-lhe onde elas mais frequentavam naquela região, os lugares de costume para malharem, o tamanho, quantos quilos mais ou menos, quantos quilômetros elas poderiam alcançar durante a carreira.

O velho tio disse-lhe tim, tim por tim, tim...

Querendo ir mais além, perguntou-lhe:

- Tio, quando a gente ver uma onça bem pertinho, o que a gente deve fazer?

- Onça tem medo de tudo, dizia o velho, principalmente daquilo que ela nunca viu. Uma maneira muito boa para espantar onças é fazer caretas em sua direção. E se você tiver um objeto em suas mãos, além das caretas, se ela não quiser ir embora, pegue o objeto e fique como se estivesse mostrando-a. E como ela não conhece aquela peça, sem demora irá embora.

- E se ela não for embora, continuava o sobrinho, qual é a última solução para não ser estraçalhado pela a onça?

- Já que ela não foi embora, com certeza irá tentar o ataque, aí a solução será rebolar merda nela.

- Suponhamos que isto irá acontecer comigo. Mas se não tiver merda por perto para rebolar nela?

O velho olhou para um lado, depois para outro. e em seguida disse-lhe:

- Quanto a isto não se preocupe, porque você arranjará logo.

- Como assim, tio, insistiu ele, se por perto não tem merda de ninguém?

- Você é quem diz, meu sobrinho! Basta passar a sua mão na cueca, que irá encontrar uma porção de merda, porque no momento em que você ver uma onça, já estará todo cagado.

Minhas Simples Histórias

Se você não gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.

Fonte:
http://minhasimpleshistorias.blogspot.com

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