Por: José
Mendes Pereira
Imagine você
caminhando numa estrada, pensando na namorada, ou nos filhos, ou até mesmo no
futuro, e de repente depara-se com uma enorme onça,
de olhar traiçoeiro, desejoso, e sabendo você que o seu corpo não
resistirá uma luta contra aquele felino de dentes afiados e com uma
bocarra assustadora. Você imagina tudo, que irá ser sangrado por ela,
depois estraçalhado, arrastado, e quando ela estiver farta da boa presa que
pegou, irá ser depositado em uma toca para quando ela sentir fome, retornará a
saborear alguns pedaços de carne que ali entre os ossos ficaram. Que Deus o
tenha dó!
Anathália
Cristina e seu pai Júlio Batista
Recentemente
contou-me um primo meu, Júlio Batista Pereira, empresário no ramo gráfico
em Pau dos Ferros, que um senhor de suas amizades, contara-lhe que certo tempo
era morador lá na Serra do Mel, quando ainda era lugar de bravas onças
vermelhas, que além de perseguirem os seus bezerros, ainda saboreavam ovelhas,
cabras e outros animais de pequeno porte.
Onça suçuarana
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Como ele já
era um sábio sobre elas, isto é conhecia todos os lugares que elas
frequentavam, mesmo atacando o seu rebanho, não gostava de sair com
espingardas para eliminá-las daquelas terras, achava ele que não se deve matar
os viventes que Deus deixou sobre a face da terra; assim como ele que
vivia batalhando por alimentos para sua sobrevivência, as onças também mereciam
caçar as suas presas. Mesmo subtraindo o seu rebanho, não tinha coragem de
matar uma onça.
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Certo dia,
chegara de férias um dos seus sobrinhos para lhe fazer companhia durante um
mês; este ainda não conhecia a região, mas sabia que ela hospedava onças
perigosas, valentes, afoites, que só com uma tapa, vencem as suas presas, e
além do mais, covardes.
Querendo saber
algumas informações sobre elas o sobrinho pôs-se a interrogá-lo,
perguntando-lhe onde elas mais frequentavam naquela região, os lugares de
costume para malharem, o tamanho, quantos quilos mais ou menos, quantos
quilômetros elas poderiam alcançar durante a carreira.
O velho tio
disse-lhe tim, tim por tim, tim...
Querendo ir
mais além, perguntou-lhe:
- Tio, quando
a gente ver uma onça bem pertinho, o que a gente deve fazer?
- Onça tem
medo de tudo, dizia o velho, principalmente daquilo que ela nunca viu. Uma
maneira muito boa para espantar onças é fazer caretas em sua direção. E se você
tiver um objeto em suas mãos, além das caretas, se ela não quiser ir embora,
pegue o objeto e fique como se estivesse mostrando-a. E como ela não conhece
aquela peça, sem demora irá embora.
- E se ela não
for embora, continuava o sobrinho, qual é a última solução para não ser
estraçalhado pela a onça?
- Já que ela
não foi embora, com certeza irá tentar o ataque, aí a solução será rebolar
merda nela.
- Suponhamos
que isto irá acontecer comigo. Mas se não tiver merda por perto para rebolar
nela?
O velho olhou
para um lado, depois para outro. e em seguida disse-lhe:
- Quanto a
isto não se preocupe, porque você arranjará logo.
- Como assim,
tio, insistiu ele, se por perto não tem merda de ninguém?
- Você é quem
diz, meu sobrinho! Basta passar a sua mão na cueca, que
irá encontrar uma porção de merda, porque no momento em que você ver
uma onça, já estará todo cagado.
Minhas Simples
Histórias
Se você não
gostou da minha historinha não diga a ninguém, deixe-me pegar outro.
Fonte:
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