Por José Gonçalves
A cidade de Monte Santo, situada no semiárido baiano, à sombra da Serra do
Piquaraçá, foi palco do episódio de Canudos.
Em 1888, o coronel Durval Vieira de Aguiar, no seu livro Descrições Práticas da
Província da Bahia, informava ter visto Antônio Conselheiro em terras de Monte
Santo, mais precisamente no povoado do Cumbe, atual Euclides da Cunha (BA).
Anos mais tarde (1892), o Conselheiro encontrava-se de novo em Monte Santo,
desta feita na sede da vila, onde, juntamente com seu numeroso séquito,
realizou alguns reparos no caminho da Santa Cruz. É o que informa o
correspondente do jornal Diário de Notícias, da Bahia, edição de 7 de junho de
1893: “fui testemunha ocular de que quando aqui esteve [o Conselheiro] ano
passado, enviou meios de fazer-se alguns reparos nas capelinhas e na estrada do
Monte, daqui, a fim de não continuar na decadência em que se achava a
instituição da irmandade dos Santos Passos do Senhor do Calvário, pedindo e
aplicando o resultado das esmolas que recebeu para esse fim.”
No período da guerra (1896-1897), a partir da segunda expedição, a cidade serviu de base de operação das tropas legais em demanda de Canudos. Ali se instalou o quartel general do ministro da guerra, marechal Carlos Machado de Bittencourt, o qual comandou o serviço de intendência e cuja presença no palco da luta foi determinante para o triunfo das forças expedicionárias.
Em Monte Santo, Bittencourt adotaria uma série de medidas com vistas a aperfeiçoar a atuação das forças em operação e, consequentemente, assegurar a vitória sobre os seguidores de Antônio Conselheiro. Uma das medidas, talvez a mais importante, foi a reestruturação do serviço de transporte, até então precário, garantindo o abastecimento das tropas e diminuindo a escassez de água e alimentação.
No período da guerra (1896-1897), a partir da segunda expedição, a cidade serviu de base de operação das tropas legais em demanda de Canudos. Ali se instalou o quartel general do ministro da guerra, marechal Carlos Machado de Bittencourt, o qual comandou o serviço de intendência e cuja presença no palco da luta foi determinante para o triunfo das forças expedicionárias.
Em Monte Santo, Bittencourt adotaria uma série de medidas com vistas a aperfeiçoar a atuação das forças em operação e, consequentemente, assegurar a vitória sobre os seguidores de Antônio Conselheiro. Uma das medidas, talvez a mais importante, foi a reestruturação do serviço de transporte, até então precário, garantindo o abastecimento das tropas e diminuindo a escassez de água e alimentação.
Por sua atuação no episódio, o militar, que nos anos setenta do século passado
ganhou um busto em sua homenagem na praça central da cidade, foi elevado,
alguns anos após a guerra, à condição de Patrono da Intendência do Exército
Brasileiro.
Para facilitar a comunicação com o restante do país, uma linha telegráfica foi
construída entre Monte Santo e Queimadas, as duas principais bases de operação
militar. Era a primeira vez, na história do Brasil, que se utilizavam os
serviços telegráficos para noticiar um conflito armado. Outros eventos
ocorridos poucos anos antes, como a Revolta da Armada e a Revolução
Federalista, não dispuseram da mesma cobertura.
Do teatro da guerra, as notícias eram despachadas para Monte Santo e dali
expedidas via telégrafo para outras cidades do país, em especial Salvador, Rio
de Janeiro e São Paulo, onde eram publicadas pelos órgãos de imprensa. Dentre os
principais jornais que se ocuparam do caso, destaca-se O Estado de São Paulo, o
qual teve como enviado especial o escritor Euclides da Cunha, autor de Os
Sertões, um clássico da literatura brasileira, que, inclusive, dedica belas e
longas páginas à cidade sagrada de Frei Apolônio de Todi.
José Gonçalves do Nascimento
jotagoncalves_66@yahoo.com.br
Fonte: facebook
Página: José Gonçalves
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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