Por João de Sousa Lima
O
CASARÃO GUARDA OS ECOS
DAS
VOZES DO SEU PASSADO
O
VERDE DO SEU TERREIRO
HOJE
É CAMPO ESTURRICADO
CHÃO
QUE QUEIMA A HISTÓRIA
ANIQUILANDO
DA MEMÓRIA
A
GLÓRIA DO TEU REINADO
UM
VELHO PILÃO JOGADO
NA
SOMBRA DO JUAZEIRO
ENGENHO
DE MOER CANA
ESQUECIDO
NO LAJEIRO
AÇUDE
SECO SOFRIDO
PERPETUANDO
O GEMIDO
DORES
DO MUNDO INTEIRO
COM
A PENA E O TINTEIRO
ESCREVENDO
À LUZ DO DIA
NA
PÁGINA DO MEU DIÁRIO
A
TINTA PRETA SOMBRIA
RASGA
O VERBO DA EMOÇÃO
FALANDO
DE UM CASARÃO
ESQUECIDO
EM PEDRA FRIA
UM
VENTO FORTE RODOPIA
MOVENDO
SUAS ARAGENS
A
MANIÇOBA E A SERRINHA
FORAM
BELAS MIRAGENS
DESSE
PALCO FENOMENAL
QUE
UM DIA FOI TRIUNFAL
HOJE
SOBRAM AS IMAGENS
RESTAM
APENAS AS PAISAGENS
ESCOMBROS,
PEDRAS E TERRAS
DOS
TEMPOS ÁUREOS PASSADOS
GUARDO
LEMBRANÇAS ETERNAS
NO
FRIO ABANDONO DA ALMA
MEU
CORAÇÃO TRISTE ACALMA
COM
AS MIRAGENS DAS SERRAS
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