Por Noádia Costa
Foto 1: Cangaceiras Adília e Sila
ENTREVISTADOR:
E como eram Lampião e Maria Bonita?
ADÍLIA:
Lampião era boa pessoa. Ele não era brabo, só quem fizesse brabeza com ele,
quem tivesse a língua grande, mas quem era bom com ele, que via ele e não
conversava pra ninguém, aí era amigo dele. Agora conversou... não era amigo
dele não.
Maria Bonita
era boa pessoa, boa, boa pessoa também. Eu não tenho queixa de Maria Bonita.
ENTREVISTADOR: E era bonita mesmo?
ADÍLIA: Era
bonita, mas não era...
ENTREVISTADOR:
Por onde a senhora andou no tempo do cangaço?
ADÍLIA: Isso
aí tudo era mato, era caatinga, sempre eu andava pro todo canto, Raso da
Catarina, pra Bahia, Santa Brígida. Eu saí ...eu tava pra ganhar neném, num
lugar chamado Saco Grande, aí mataram ele. Um primo-irmão meu que matou ele. Aí
eu fui e me entreguei. Passei três meses pro lado de Propriá e aí vim me embora
pra aqui. Aí eu ganhei o menino e no dia que o menino inteirou um ano eu me
casei. Aí casei de verdade, fui casada mesmo, na igreja. Foi quando mataram
Canário, e já tinham matado Lampião. Todo mundo foi se entregando, aí eu fui e
me entreguei logo em Propriá. Não vou caminhar na frente de soldado, Deus me
livre!!
Fonte: facebook
Página: Noádia Costa
Grupo: Historiografia do Cangaço
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