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segunda-feira, 15 de maio de 2017

TRECHO DA ENTREVISTA DA CANGACEIRA ADÍLIA AO PROFESSOR GILVAN MELO

Por Noádia Costa
Foto 1: Cangaceiras Adília e Sila
ENTREVISTADOR: E como eram Lampião e Maria Bonita?

ADÍLIA: Lampião era boa pessoa. Ele não era brabo, só quem fizesse brabeza com ele, quem tivesse a língua grande, mas quem era bom com ele, que via ele e não conversava pra ninguém, aí era amigo dele. Agora conversou... não era amigo dele não.

Maria Bonita era boa pessoa, boa, boa pessoa também. Eu não tenho queixa de Maria Bonita. ENTREVISTADOR: E era bonita mesmo?

ADÍLIA: Era bonita, mas não era...

ENTREVISTADOR: Por onde a senhora andou no tempo do cangaço?

ADÍLIA: Isso aí tudo era mato, era caatinga, sempre eu andava pro todo canto, Raso da Catarina, pra Bahia, Santa Brígida. Eu saí ...eu tava pra ganhar neném, num lugar chamado Saco Grande, aí mataram ele. Um primo-irmão meu que matou ele. Aí eu fui e me entreguei. Passei três meses pro lado de Propriá e aí vim me embora pra aqui. Aí eu ganhei o menino e no dia que o menino inteirou um ano eu me casei. Aí casei de verdade, fui casada mesmo, na igreja. Foi quando mataram Canário, e já tinham matado Lampião. Todo mundo foi se entregando, aí eu fui e me entreguei logo em Propriá. Não vou caminhar na frente de soldado, Deus me livre!!

Fonte: facebook
Página: Noádia Costa
Grupo: Historiografia do Cangaço
Link: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=650140478517670&set=pcb.1770990616546775&type=3&theater

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