Não existe
história de Alagoas sem a cana-de-açúcar que caracterizou os primeiros
movimentos agrícolas no estado. E com os engenhos iniciais e a expansão da
lavoura canavieira, misturam-se as narrativas escravagistas, nódoa não
retirável dos nossos acervos. Modernizando-se o engenho, usina toma conta como
nova denominação no fabrico do açúcar. Passa o senhor-de-engenho a chamar-se
usineiro, mas permanecem as extensas propriedades produtoras de cana deixando
Alagoas como produtor destaque. Todavia, é sabido que a monocultura não é coisa
de muita garantia, uma vez que sempre houve altos e baixos na balança mundial
quebrando seus produtores. Os exemplos estão aí por todas as partes com o café,
o açúcar e a borracha no Brasil.
A choradeira
no campo dos canaviais não é de hoje chegando até a provocar a titulada Guerra
dos Mascates.
Plantação de
eucalipto. Foto: (Agência Alagoas).
Visando a
diversificação da cultura canavieira, vamos apreciando e apontando novas
paisagens nos tabuleiros com o plantio do eucalipto que a exemplo da própria
cana-de-açúcar, vai aos poucos se expandindo em outro cenário.
Registramos
inúmeras pessoas à margem da pista colhendo feijão-de-corda de enorme área que
antes pertencia à cana. Esse feijão aparece sendo vendido no comércio de
Maceió, onde muitas vargens são debulhadas na hora da venda.
Pelo que
estamos entendendo, porém, a grande aposta para o futuro agrícola dos
tabuleiros, além do eucalipto, é a produção de milho e soja. E até existe um
modo de pensar que se toda a produção de cana fosse substituída por feijão
comum e milho, talvez os preços estivessem sempre ao alcance da pobreza pelo
volume produzido anualmente. Mas logo outro raciocínio se contrapõe. Sendo o
maior abastecedor de alimentos do mundo, todos esses grãos iriam ser exportados
e nós permaneceríamos como antes.
Seja como for,
enquanto são investidos milhões pelo governo e particulares na produção de
milho e soja na Zona da Mata, continuamos sem o algodão que erguia o sertanejo
nos antigos meses de setembro.
Fecharam todas
as algodoeiras e nos deixaram apenas às terras exauridas que não produzem mais
nada. Nem mandacaru.
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