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domingo, 18 de dezembro de 2011

Fotos antigas de Mossoró

Praça Vigário Antonio Joaquim, 1945
Praça Vigário Antonio Joaquim, 1940

Se a Torre Eiffel tem sido um dos ícones parisienses mais fotografados daquela cidade, em Mossoró, a Praça Vigário Antonio Joaquim foi um dos espaços preferidos pelas lentes dos fotógrafos locais, em especial, o Sr. Manuelito Pereira (1910-1980). Esta foto, assim como esta anteriormente postada, foi feita do mesmo ângulo, com a diferença, que nesta, o fotógrafo priorizou a vista áerea, à direita, da praça.
Destacam-se as seguintes edificações na foto: 1) primeiro plano, do início da R. 30 de Setembro, o casarão do meio de dois pavimentos, onde funcionava o Studio Fotográfico de Manuelito Pereira, e a Sociedade Beneficiente União dos Artistas, fundada em 14/09/1919. Ao lado direito, após a estreita passsagem, tipo um beco, uma casa comercial intitulada Casa das Tintas. Na parte posterior, vê-se a torre da empresa de energia elétrica, Comensa, e por fim, na extrema direita, ao fundo, são vistos, parcialmente, um pequeno trecho do rio Mossoró e sobre ele, a Ponte Jerônimo Rosado, inaugurada em 1944. Na rua paralela à praça, pelo lado direito, no sentido oeste/leste, a chamada Rua do Triunfo, destacam-se parte do palacete de Delfino Freire e a Casa Episcopal, que depois passou a ser a sede da Rádio Rural, inaugurada em 1963, cujo imóvel foi doado à Diocese pelo Cel. Miguel Faustino do Monte.
Esta fotografia começa a apresentar uma cidade com novas características estéticas, a arborização, cuja explicação fui encontrar neste excelente artigo de Tomislav R. Femenick, sobre a administração municipal do Padre Mota, o JK Potiguar, que a seguir transcrevo pequeno trecho do artigo:
"Entre 1936 e 1940 Padre Mota mandou plantar 1.000 árvores; de 1941 a 1945, mais 500. Todas as mudas que não cresciam por qualquer motivo, eram substituídas por novas. Sempre havia 1.500 pés de “Fícus Benjamim” em Mossoró. Sua grande copa de folha verde escuro amenizava o calor irradiado do sol, que a cidade recebe constantemente. As ruas, já pavimentadas, com uma ou várias camadas de argila e pedra, já não permitiam que o vento nordeste levantasse a poeira do chão e desse uma cor de cinza às fachadas das residências e casas comerciais. A cidade ficou mais acolhedora e humana. Mesmo nos períodos de secas, o verde da fronde dos fícus permanecia e se destacava do imenso pardavasco em que a região se transformava. Segundo Cascudo, o “Padre Mestre venceu a poeira empedrando as vias [públicas]. Só não venceu o calor, mas plantou pés de fícus para cobrir de sombra doce a face candente das ruas”.
Apenas não compreendo um detalhe: para um administrador que tanto fêz pela cidade, porque somente existe uma pequena rua que leva o seu nome? Talvez, a resposta seja simples, nós, brasileiros, parece que gostamos de "honrar" aqueles que não merecem: os corruptos.
 Citarmos as fontes é dar credibilidade ao que escrevemos, Télescope. Fontes de referência: BRITO, Raimundo Soares de. Ruas e Patronos de Mossoró (Dicionário), Vols I e II, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, setembro de 2003;  CASCUDO, Luís da Câmara. Notas e Documentos para a História de Mossoró, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, 4a. Edição, maio de 2001; COSTA, Josafá Inácio da. Memorial do Seminário de Mossoró-RN, Edição DSLM, 2004; Fotografias de Manuelito Pereira (1910-1980);  Fonte dos arquivos fotográficos P&B.
Categoria: Urbanismo e ArquiteturaEscrito por Copyright@Télescope às 19h44
Extraído do Site: "Memória Fotográfica"

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